A redação de um jornal alemão que reproduziu cartuns da revista satírica Charlie Hebdo sofreu um incêndio criminoso na manhã de domingo (11/1). Segundo a polícia, foram arremessadas, pelas janelas do prédio onde funciona o Hamburger Morgenpost, na cidade de Hamburgo, pedras e um objeto em chamas. Duas salas foram danificadas, mas o fogo foi contido rapidamente. Não houve feridos. Duas pessoas foram detidas e foi aberta uma investigação do incidente.
O Hamburger Morgenpost havia reproduzido três cartuns do profeta Maomé publicados pela Charlie Hebdo, sob a manchete: “Esta liberdade tem que ser possível!”.
Cautela
O temor de novos ataques após o atentado à redação da Charlie Hebdo em Paris levou as autoridades francesas a ampliar a segurança em outras publicações do país. Um porta-voz da polícia informou à Vice que, à princípio, redações de publicações passariam a ser vigiadas por policiais altamente armados e vestidos com coletes à prova de balas.
A segurança também foi ampliada em veículos de outros países, como no jornal dinamarquês Jyllands-Posten, que provocou polêmica e protestos violentos em 2006 ao publicar diversas caricaturas do profeta Maomé.
O escritor francês Michel Houellebecq, que aparecia na capa do último número da Charlie Hebdo por conta do lançamento de um livro que representa a França liderada por muçulmanos, também recebeu mais proteção após o atentado. Os escritórios de sua editora, Flammarion, foram evacuados – segundo um porta-voz, em uma decisão tomada em “conjunto com a polícia” como precaução.