Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ministros não sabem o que falam

Depois do ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, declarar que Deus é brasileiro e assim mandaria logo chuva para lavar e iluminar o país, o ministro da Fazenda Joaquim Levy falou que o país passará por uma recessão para em seguida sua assessoria retificar: ele queria na verdade dizer contração. Nos dois casos, ou descasos, vale o pensamento do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, de que a liberdade de expressão serve para quem não tem nada a expressar. Afinal, os ministros deveriam ser mais cuidadosos com suas palavras, ainda mais nas circunstâncias atuais de descrédito do governo federal.

A questão hídrica e energética continua envolvida em nuvens sombrias que não são de chuva. Um apagão é atribuído ao “Ordenador Nacional do Sistema – ONS”, como repetiram os noticiários de TV, sem que se saiba quem é o Grande Irmão atrás deste apelido e sigla.

A questão econômica vai gerando pânico, enquanto a população sente na pele a inflação e o desemprego, para alegria das cassandras da imprensa e da oposição. E o arranjo político eleitoral do PT chegou ao limite do desarranjo intestinal e administrativo do “governo” sem que um choque de confiança (mesmo porque tem faltado energia) aconteça.

O que a presidente precisa fazer é parar de apenas vetar, ainda que com os melhores propósitos, como no projeto de lei de refinanciamento dos clubes de futebol, e passar a gerar alternativas que minem a muralha de Jericó do Congresso.

P.S.: Está provado: a economia não passa de mistificação. A presidente, o candidato a presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o líder da oposição, senador Aécio Neves, são economistas de formação acadêmica.

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Zulcy Borges de Souza é jornalista