O presidente-executivo do Twitter, Dick Costolo, afirmou que ele e seus funcionários são “péssimos” (em inglês, disse “we suck”) na prevenção aos comentários violentos e à ação dos chamados “trolls” na rede social.
“Somos péssimos e viemos sendo péssimos por anos ao lidar com o abuso e os ‘trolls’ na plataforma. Não é nenhum segredo, e o resto do mundo fala sobre isso todo dia”, disse em nota interna obtida pelo site “The Verge”.
Ele respondia a uma pergunta enviada por um funcionário em razão de artigos da escritora feminista Lindy West publicados em jornais como o britânico “The Guardian”, em que ela relatava ataques sofridos no site.
Ela recebeu uma enxurrada de comentários sarcásticos envolvendo estupro –alguém chegou a criar uma conta com o nome do pai dela, que já havia morrido, para intimidá-la.
“Estou francamente envergonhado pelo quão pobres fomos ao lidar com essa questão durante minha vigência como presidente-executivo. Não há desculpa. Assumo total responsabilidade por não ter sido mais agressivo nesse front. Não é culpa de ninguém senão minha, e isso é vexaminoso”, disse Costolo.
Resultados
O episódio coloca ainda mais pressão sobre o executivo, que vem sendo colocado em dúvida em razão dos números da rede social.
O Twitter informou nesta quinta-feira (5/2) que terminou 2014 com 288 milhões de usuários mensais, alta de 1,4% na comparação com 30 de setembro. No mesmo período de 2013, a alta havia sido de 4,7%.
A empresa tem se esforçado para ampliar seu público, mas levanta questões sobre se pode alcançar a escala do Facebook, a maior rede social do mundo, com 1,39 bilhão de usuários.
A receita nos três meses encerrados em 31 de dezembro totalizou US$ 479 milhões, alta de 97% em relação ao ano anterior. Ainda assim, a companhia teve prejuízo de US$ 125 milhões no período.
De acordo com a empresa de pesquisas eMarketer, a rede social dos 140 caracteres ficou com 0,84% do total gasto em publicidade digital no mundo em 2014 (o Facebook teve 7,75%).