A China anuncia, no fim desta semana, novas regras para a imprensa estrangeira de olho na cobertura dos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim. Surpreendentemente, o país promete afrouxar as restrições aos jornalistas. As normas, que entram em vigor em janeiro, suspendem temporariamente obrigações como a de pedir permissão ao governo para viajar pelo país ou para entrevistar cidadãos chineses. Com este ‘afrouxamento’, o governo só precisa aprovar o tema da entrevista…
‘Se o entrevistado concordar, você pode fazer sua reportagem’, explicou esta semana a jornalistas o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Liu Jianchao, sobre a mudança nas regras. Ele afirma que o governo tem consciência de que os repórteres não irão querer cobrir apenas assuntos relacionados aos esportes, e por isso as regras dizem respeito aos Jogos e a ‘assuntos relacionados’, que podem significar política, ciência, tecnologia e economia.
Adaptação
A novidade marca um passo importante para uma preocupação que vinha incomodando os comitês olímpicos e a imprensa internacional: como a China, famosa por suas duras políticas e censura, poderia lidar com os 20 mil profissionais de mídia que são esperados em Pequim para os Jogos.
‘No geral, isso é um progresso em termos de melhorar as condições sob as quais os jornalistas estrangeiros trabalham no país’, afirma Melinda Liu, presidente do Clube dos Correspondentes Estrangeiros da China e chefe da sucursal de Pequim da revista Newsweek. As mudanças parecem servir também como uma demonstração, ao mundo, de como a China está mais próxima de práticas internacionais. ‘Eles entenderam o quão importante é respeitar os padrões das Olimpíadas’, diz Kevan Gosper, da comissão do Comitê Olímpico Internacional que coordena os Jogos em Pequim.
As novas regras, entretanto, têm data de vencimento: perdem a validade em 17 de outubro de 2008, um mês após o fim das Paraolimpíadas. Informações de Charles Hutzler [AP, 1/12/06].