A revista Rolling Stone planeja publicar, dentro das próximas semanas, uma revisão de um artigo muito contestado sobre um estupro coletivo que teria acontecido ano passado na Universidade da Virgínia, segundo o editor-chefe, Will Dana.
O artigo em questão, “Um estupro no campus”, foi publicado em novembro na revista americana e trazia o relato assustador de uma caloura que afirmava ter sido agredida sexualmente por sete homens, em um quarto escuro, durante uma festa na casa de uma fraternidade.
O artigo rapidamente suscitou um debate no país sobre a violência sexual nos campi universitários, e a universidade suspendeu as atividades da fraternidade envolvida no caso. Mas, no início de dezembro, trechos do artigo foram postos em xeque. A Rolling Stone então reconheceu que não tinha checado o relato da mulher e que tinha dúvidas sobre a veracidade da história. Pouco depois, a publicação anunciou que uma revisão do artigo seria conduzida por Steve Coll, reitor da Escola de Pós-Graduação de Jornalismo da Universidade de Columbia. “Steve Coll ainda não entregou [a revisão], mas espero seu relatório em breve. O plano é publicá-lo dentro das próximas semanas”, anunciou Dana, em um e-mail encaminhado a veículos americanos no domingo.
Na época em que a revisão foi anunciada, Coll disse que a revista lhe tinha dado acesso a seus funcionários e materiais de pesquisa. A Escola de Jornalismo de Columbia se encarregou de investigar a conduta da autora do artigo, Sabrina Rubin Erdely, dos editores da revista e também de checar os fatos relatados pela suposta vítima. Segundo o reitor, o relatório se concentrará “no processo editorial”, mas também terá “a liberdade de se mover em qualquer direção ao longo do caminho que seria pertinente e de interesse público”.
Separadamente, a polícia do estado da Virgínia fará uma coletiva de imprensa para anunciar os resultados de um inquérito sobre a suposta agressão. A polícia da cidade de Charlottesville informou à universidade, no início do semestre, que sua investigação não havia encontrado nenhuma evidência de que o estupro brutal aconteceu na fraternidade Phi Kappa Psi, como alegava o artigo da Rolling Stone. No entanto, a polícia não descartava a hipótese de a caloura ter sido estuprada, em outro lugar, talvez em um dia diferente.