Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Arautos da notícia

O jornalismo não é para o bico de pessoas que pensam em uma vida linear. A informação não tem hora nem lugar para acontecer. É preciso estar atento o dia inteiro. Estoura uma grande pauta, a equipe começa a mobilização para a apuração dos fatos. Carros, telefonemas, agendamentos… Um trabalho coletivo que nunca dá trégua. Não enquanto seres humanos continuarem provendo histórias de interesse, ou seja, até a eternidade de nossa espécie.

A curiosidade é constante no jornalista. Duvida de tudo. Sua inquietude vira, por vezes, epopeia para encontrar a verdade. É à sociedade que ele serve. Sua consciência vai além dos gostos individuais. Um sacrifício altruísta e silencioso, portanto. O jornalismo constitui, inequivocamente, um estado de espírito. Uma condição inata de pessoas cuja finalidade no mundo é facilitar as interações a respeito das mazelas de nosso tempo.

É chegado o grande dia, 7 de abril. Dia daqueles que não têm pudor em enfiar o pé no lamaçal para fazer uma matéria. Dia daqueles que acordam cedo e voltam tarde. Dia daqueles que não têm feriado ou final de semana. Dia do Jornalista! Marco anual que presta homenagem ao serviço e à importância da profissão para o desenvolvimento de uma sociedade civilizada e consciente.

Aldeia difusa

Há tipos de jornalistas. Todos são importantes, todos fazem a informação circular. Cada um corresponde a um modelo de público. A notícia é fato de interesse, mas nem todo o interesse é coletivo. Daí brotam os veículos verticais, voltados para os gostos de determinado grupo. Diminuir as distâncias do conhecimento, em favor do interlocutor, é a principal função dos profissionais atuantes na área.

Pauteiros, produtores, repórteres cinematográficos. Editores, assistentes, estagiários. Muitas posições – imensa a entrega. O mundo é um espaço repleto de acontecimentos – dramas individuais, boas ações, grandes casos de justiça e injustiça. É o jornalista o profissional destacado para contá-los. É ele quem interage com as pessoas, buscando desnudar as verdades e as mentiras e descobrindo a ordem natural dos fatos.

O jornalista carrega dádiva única, qual seja, ser os olhos e ouvidos da audiência onde ela não pode estar. Dessa maneira, é um arauto da notícia. Alguém em quem o público confia – envolto pela armadura da credibilidade. Sua linguagem não é fiel ao palavrório empolado de engenheiros, médicos e advogados. Ao contrário, escreve e fala de forma acessível, traduzindo discursos para a compreensão das massas.

Desde o calouro que entra na faculdade até o mais gabaritado repórter do país, nossa aldeia está em festa, refletindo sobre os rumos da comunicação. Ganha pouco? Condições ruins? Liberdade limitada, quando deveria ser plena? Ossos do ofício pelos quais a classe precisa conviver, embora nem tudo seja tão ruim quanto alguns frustrados querem vender. Pense do seguinte modo: ser jornalista é dar uma contribuição humana inigualável: fazer pensar. Algo que o mundo está precisando.

Unidos, os jornalistas tem o poder de influenciar os rumos de nossa democracia, contribuindo para o crescimento do país. Parabéns a todos os colegas. Que o dia seja especial, cheio de trabalho e orgulho pela escolha dessa profissão tão nobre.

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Gabriel Bocorny Guidotti é bacharel em Direito e estudante de Jornalismo