A BBC foi criticada por organizações de monitoramento de mídia por ter exibido uma entrevista com Tom Stephens, primeiro suspeito do assassinato de cinco prostitutas em Ipswich, no leste da Grã-Bretanha. As organizações alegaram que a exibição poderia ser prejudicial caso Stephens fosse acusado formalmente e o caso fosse a julgamento. Adrian Van Klaveren, vice-diretor da BBC News, afirmou, em defesa da rede, que a entrevista era de ‘interesse público’.
Stephens foi entrevistado por jornalistas da BBC e do Sunday Mirror nas vésperas de sua prisão. O suspeito, que é funcionário de uma rede de supermercados, é mantido sob custódia por suposto envolvimento com o assassinato das prostitutas Gemma Adams, Anneli Alderton, Tania Nicol, Paula Clennell e Annette Nicholls. Ele informou na entrevista que tinha tido vários encontros com as mulheres. Segundo a polícia, o caso ainda está sendo investigado.
Na opinião de Christopher Sallon, advogado em assuntos legais e midiáticos, a decisão da BBC de divulgar a entrevista com Stephens ‘foi absolutamente incorreta’ e vai contra a ‘Ata Jurídica de Contenção, que defende, a qualquer acusado de um crime, o direito a um julgamento justo e sem preconceitos’. Organizações de mídia têm de garantir que a cobertura de casos criminais não influencie em uma futura decisão do júri. Na medida em que o caso fique ‘ativo’, ou seja, depois que alguém for preso, os meios de comunicação devem tomar cuidado para evitar divulgar algo que possa criar ‘riscos substanciais de preconceito no julgamento’. Informações da BBC [19/12/06].