Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Chico Anysio contra Globo

Edição de Marinilda Carvalho

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Quando for o caso, clique no trecho sublinhado para ler a íntegra da mensagem

TV e eleições são destaque desta edição. Algumas cartas, tratando da urna eletrônica, criticam a pressa das autoridades eleitorais na adoção do voto digital. Um leitor lembra que o software usado na urna está sub judice, porque não pôde sequer ser auditado por técnicos dos partidos. Isso não é inacreditável? Partidos políticos que têm seu futuro em jogo nas eleições não podem examinar o programa de computador da urna eletrônica… Só no Brasil.

Muitas cartas de desabafo contra a má qualidade da TV, a propósito do episódio envolvendo Chico Anysio e a Globo. Tem razão o leitor Claudio Martins ao dizer que "pessoas com cultura e de bom gosto desligam seus aparelhos de televisão enojadas". Quem deixa ligado se arrisca a ver "furos" como o do Jornal do SBT, exibindo cenas bárbaras de tortura infantil. Que estarreceram a estudante Cecília Gomes.

É impossível realmente assistir à TV aberta.

A propósito, há um caloroso debate sobre televisão no Qualidade na TV.

Boa leitura!

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ESCOLINHA DO MAL

Admiro os textos de Alberto Dines e o trabalho realizado pelo Observatório. Nelson Rodrigues dizia que leitor que escreve para jornal tem problema de cabeça… mas vá lá…

Não posso deixar de discordar do ponto de vista adotado no artigo "Escolinha do Mal". Os meios de comunicação são também empresas, e como empresas devem ser administradas. O caso do Chico Anysio, antes de ser ideológico, é um problema comum de atitude antiética de um funcionário (bem pago) com a sua empresa, e por isso deve ser resolvido administrativamente. Um alto funcionário da Brahma que vá aos jornais falar mal de seus produtos deve ser punido da mesma forma. Se eu fizer uma crítica pública ao presidente da minha empresa, com certeza meu destino será o mesmo…

Além do mais, houve sim uma mudança, não na imagem do astro mas no próprio comportamento do astro, que há bastante tempo vem criando inimizades diversas, em todos os segmentos, com farto palavrório público! Citando de memória e fora de ordem, lembro de críticas severas a Juca Kfouri, Jô Soares, Casseta e Planeta, Tom Cavalcante, Cláudia Gimenez e, mais recentemente, a Sérgio Groissman, Ana Maria Braga e à própria Marluce…

Para defini-lo com uma só expressão: uma mala sem alça e sem rodinha! Todo esse descontentamento parece normal? Grande abraço do leitor (e telespectador) assíduo,

Paulo André Dias, analista de sistemas, Rio de Janeiro

Alberto Dines responde: A diferença é que se um funcionário da Brahma fala mal da Brahma ela não dá uma nota oficial. Demite e está acabado. A nota oficial da emissora obriga-a a engolir uma resposta. E se os demais veículos da rede não a publicam ou a publicam sem destaque evidencia-se que não estamos na esfera das cervejas, mas da liberdade de expressão. Abraços, A. D.

Nos últimos meses minha assistência à televisão caiu em 90%. Atualmente prefiro assistir a um vídeo do que perder meu tempo com os programas de TV, principalmente os da Globo. Estranhei o fato de o Zorra Total ter caído tanto de qualidade, sendo dirigido por Chico Anysio, um artista inteligentíssimo. Mas agora sei que estava enganado. Eram os novos tempos da Globo, e o Chico Anysio não estava mais dirigindo o programa. Uga-uga, Laços de família e as outras novelas e seriados, aos quais não assisto, são de mau gosto e baixa qualidade. Aliás, esse não é só problema da Globo. SBT, Record, Bandeirantes e demais emissoras todas padecem do mesmo problema. Há muita apelação sexual, humor negro, piadas sem graça, histórias repetitivas, Faustões, Gugus, Ratinhos, Toms Cavalcantis, sem falar na Xuxa (intragável).

Enfim, um sem-número de gente ganhando para tirar dos brasileiros a vontade de assistir televisão. É decadência pura. Queda livre. Baixa qualidade, padrões rebaixados. "Diga-me a que programas assistes e te direi quem és" é um critério que pode ser utilizado hoje. Pessoas com cultura e de bom gosto desligam seus aparelhos de televisão enojadas. É a dura realidade de hoje.

Claudio Martins

O império global não é mais o mesmo. Está em franca decadência com a perda de talentos para os concorrentes. Paulo Henrique Amorim é sucesso na TV Cultura, onde conduz um programa inovador e que estava fazendo falta na TV aberta, principalmente depois da saída da Lilian Witte Fibe do Jornal da Globo. E. Ando

Você que é feliz de ter ficado livre da família global. A Rede Globo que me desculpe, está acabada. Sem criatividade, sem ética, totalmente sem rumo. O tal No limite foi a coisa mais horrível que a TV brasileira já fez. Chico, seu público está com você, e reverencia o seu talento. Coitadinha da Poderosa! O último que sair vai apagar a luz, ainda bem que não é você!

Maria Amélia

O Chico pode não ser o mais perfeito dos homens, mas está certo no que diz a respeito da Globo. A Globo é ditatorial, é parcial, é pretensiosa ao induzir a opinião pública a acreditar em seus pontos de vista, é revanchista, enfim, é absurdamente megalomaníaca e egocêntrica. A sra. Marluce não tem visão de mercado, não ouve a opinião pública; em síntese: é a melhor representação da Globo hoje em dia. Os programas que vêm sendo apresentados em sua gestão são fracos, embora o elenco seja da melhor qualidade. Concordo com o Chico: é um desperdício de talentos justificados apenas pela economia. De dinheiro e de criatividade. Enfim, é uma pena que nem mesmo um reconhecido e legítimo veterano da TV brasileira não possa expressar sua opinião neste país sem ser considerado "desequilibrado" ou "velho e superado". Chico, sinto muito por tudo isso e espero que esse assunto seja resolvido com o profissionalismo pertinente e com a justiça merecida.

Thereza Ferreira


VEJA

Em 20 de setembro enviei e-mail à seção "Cartas dos leitores" da revista veja (em minúsculas mesmo) criticando a matéria de capa daquela publicação. Como não desejava fazer críticas tão ácidas (dizia em meu texto que a linha editorial deles é canalha, moleque e covarde!) via e-mail anônimo, optei em enviar a mensagem de meu correio eletrônico da minha empresa, que considero privativo.

Pois, acredite, ilustre passageiro, aquela empresa jornalística utilizou-se do expediente da delação e remeteu minha carta eletrônica de volta à minha empresa, não à minha caixa eletrônica, que seria o eticamente correto. Como resultado, severa punição me foi aplicada: 7 dias de suspensão, devido aos quais arcarei com sérios problemas financeiros.

Paulo Cesar Ferreira Barbosa


PSICANÁLISE

O assunto não se refere ao Observatório; mas envio meu comentário sobre a participação de Alberto Dines no programa Roda Viva dedicado aos 100 anos da Psicanálise. De uma forma geral achei o programa um desastre. Os dois únicos participantes que procuraram ser fiéis à proposta inicial e buscavam uma forma de apresentar a psicanálise em sua força instigadora e fascinante eram, justamente, os não-analistas, Dines e Paulo Markum. Ana Lucia Mac Dowell Gonçalves


JORNAL NACIONAL

Não sou jornalista e não sou estudante de Jornalismo, mas sou estudante de Direito, e antes disso sou um cidadão. É na qualidade de cidadão que me insurjo contra o pseudojornalismo promovido pelo jornal que se diz nacional. Em menos de um mês fui vítima de duas "reportagens" desse jornal, que literalmente ofenderam minha cidadania. Na primeira delas o jornalista Roberto Cabrini, provavelmente se sentindo um paladino da ética, fez reportagem "denunciando" o desvio de verbas dos assentados no Pontal do Paranapanema (SP), que financiaria as invasões de prédios públicos. O comprometimento da Rede Globo com os interesses dos empreendedores do solo não poderia ser mais evidente, não pelo teor da reportagem, mas pela forma como foi feita. A segunda reportagem conseguiu ser ainda mais ultrajante. Após o desastroso incêndio na favela paulistana, o nosso jornal (ele é nacional, não é?) esclareceu tudo: o que provocou o incêndio foi a irresponsabilidade dos próprios favelados, que fazem aquelas gambiarras na rede elétrica causando então o curto- circuito. Excelente!

Assim fica muito mais fácil ser brasileiro. Quando acontece alguma tragédia como essa, a gente põe a culpa nos favelados irresponsáveis e pronto. Discutir as razões pelas quais eles fazem aquele monte de gatos é coisa de sociólogo, que por certo entediaria o telespectador. Mas uma coisa é certa: a cada dia meu temor aumenta. Será que nossa alienação não terá limites, ou é apenas o meu pessimismo cético se manifestando novamente?

Gustavo Viegas Marcondes, Franca, SP


O GLOBO

Acompanhando o problema da greve da PM pernambucana, só tenho me surpreendido. A decisão da Justiça sobre a legalidade da greve foi relâmpago. A imprensa publica declarações do governador, dos oficiais e dos secretários. E dos grevistas não publica quase nada. Jorge Max de Mesquita Rodrigues


VEJA & ÉPOCA

Época e Veja mostraram ser pró-ACM na briga ACM-Jader. Na edição de 18/10, Época só falou das falcatruas do Sr. Jader, apesar do título "ACM x Jader". Na Veja, Jader virou capa e foi acusado de enriquecimento ilícito. E ACM? Por que não fizeram o mesmo levantamento na vida do senador baiano? Será que casas, empresa de comunicação, fazendas, netos treinados para serem candidatos em 2002 não o aproximam do rival do PMDB? A história de vidas deles é semelhante.

Ronaldo Maciel, Salvador


JORNAL DO SBT

Estou horrorizada. Assustada. Enojada. O furo de reportagem do SBT mostrava Marcos Borelli, o seqüestrador do avião da Vasp, torturando uma criança. Não quero recordar o pouco que vi. Num estouro, um choro descontrolado transbordou de dentro do meu peito. Como poderia estar vendo aquilo? Como poderia estar participando como espectadora de uma cena de tortura como aquela? Como me transformara em cúmplice da insanidade daquele sujeito desconhecido? Cecília M. Gomes


ELEIÇÕES 2000

Entendo como verdadeiro absurdo a maneira como a imprensa internacional e, mais particularmente, a brasileira, submetem a população e os "fantoches" por ela eleitos a toda sorte de disparates e inverdades. Parabenizo a iniciativa de se discutir tal assunto. Somente assim poderemos nos defender de tal agressão.

Dagoberto Fiorini

Será que a baixaria dos debates políticos levados pela imprensa não está ligada à qualidade dos candidatos? Por exemplo: aqui em Belém um candidato do segundo turno falsificou um diploma de oftalmologista com o intuito de vender mais óculos em sua ótica. Não seria justo se discutir este fato, que com certeza demonstra muito do caráter deste candidato, em vez de se ficar discutindo propostas de governo?

Marco Aurelio Kunz Silva

O que até agora não foi dito é que o PT assumirá municípios que, somados (imagino, não tenho números exatos) representam mais do que 50% do PIB nacional (70% do PIB no estado de São Paulo ? São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Piracicaba, São Carlos, Araraquara etc..). Outro aspecto esquecido é que mais de 60% dos sufrágios foram ao estilo "cacareco". E como não há condições de governabilidade devido a comprometimentos financeiros, dificuldades econômicas e, principalmente, porque a população nutre esperanças de que "tudo cai do céu", poderá haver enormes decepções.

Carlos Roberto Fauvel, São Carlos, SP

Sabemos do uso das propagandas subliminares, o condicionamento de mentes humanas através de imagens e mensagens escritas e faladas. Aqui em Recife foi observada uma verdadeira lavagem cerebral em prol de um candidato. O behaviorismo existe e funciona, como freá-lo em campanhas políticas?

Regina Japiá

Dois pontos:

1?. Se um "supremo ministro" da Justiça Eleitoral pode manifestar seu voto a FHC contra Lula, como aconteceu em 98, por que não posso no rádio, como jornalista, dizer que tenho horror ao Maluf?

2?. É fato que muitas e muitas vezes a mídia não é isenta, imparcial, nem mesmo honesta, e faz campanha para um em detrimento de outro(s). Mas a lei eleitoral em vigor é ridícula e cretina.

Dinarte Lopes, jornalista/radialista, Itajubá, MG

Se as emissoras foram "doadas" a políticos, secretários etc., por presidentes ou ministros, qual é a legitimidade desta doação? Não seria o caso de se apurar estas doações? É muito fácil escutar que rádios foram doadas. Há legitimidade nestas doações ou presentes a "afilhados"?

Enio Carim Suleiman, São Paulo

Sobre o engessamento do rádio e da TV na cobertura das eleições pela imprensa, é bom lembrar que mesmo a imprensa escrita deveu muito. Brecht dizia haver 5 maneiras de se dizer a verdade. O bom jornalista escreve bem até mesmo sob regimes totalitários (como foi o da ditadura militar no Brasil). Faltam, na verdade, jornalistas com nível para a discussão política ? e mesmo um mínimo de preparo para o "métier". Se, como foi dito no programa, as propostas dos candidatos ou eram iguais ou não existiam (a culpa é sempre deles? e em bloco?), as propostas da imprensa brasileira são, também, bastante semelhantes: que diferença existe, hoje em dia, entre Folha e Estado, aqui em São Paulo? Pouco mais que de anunciantes e programação visual. A rigor, a campanha eleitoral teve o nível e as possibilidades que pode. Falta-nos, hoje em dia, no Brasil, em todos os campos e níveis, ambição: cultural, intelectual, econômica, política etc. etc. etc.

Valdinei Dias Batista

O grande problema eleitoral brasileiro, a meu ver, continua sendo o drama da ausência plena de isonomia entre os candidatos. O sistema legal eleitoral deve evoluir no sentido da concessão de oportunidades iguais a candidatos econômica, social, cultural e ideologicamente desiguais. Não é certo que a realidade da mídia brasileira ainda é majoritariamente representada por posturas nitidamente contrárias a essa isonomia?

Márlon Reis, juiz eleitoral de Alto Parnaíba, MA

Os debates por televisão são poderosos instrumentos de formação de opinião. Entretanto só acontecem nos períodos eleitorais. Se houvesse uma preocupação com a realização desses debates periodicamente, os eleitores poderiam cristalizar suas intenções de voto de maneira mais adequada. Por que as TVs públicas não patrocinam debates sobre privatização, política econômica etc.?

Ricardo Samir

As leis no Brasil, geralmente, são ilógicas, contraditórias, falsas, injustas e distantes da realidade. O horário eleitoral gratuito, apesar de oficial, não merece nenhum crédito porque é vendido com menos ética e responsabilidade do que a propaganda comercial. Por isso o eleitor se interessa mais por debates e noticiários políticos fora do esquema do horário eleitoral gratuito, que devia ser apenas informativo, esclarecedor, educativo, orientador e apartidário, presidido pelo Tribunal Eleitoral.

João da Cruz Franco Lopes

No dia 2 de outubro, o jornal O Dia publicou uma notícia anunciando 5 mil vagas na prefeitura do Rio [veja remissão abaixo]. A matéria era baseada na proposta orçamentária de 2001 (projeto de lei n? 2.167 de 2000), ou seja, não havia sido aprovada pelos vereadores e ainda não estava confirmada. Considerando o contexto das eleições e o dia da publicação (logo após Luiz Paulo Conde e César Maia irem para o segundo turno), a divulgação de um ponto do projeto de lei, que ainda não está confirmado ? e é, portanto, uma hipótese ? não seria anti-ético e parcial no momento em que o prefeito está disputando um cargo público? A notícia também não seria parcial a partir do momento que atua pressionando a aprovação da proposta orçamentária baseada nas 5 mil vagas e, quem sabe, até escondendo outros quesitos?

Rafael Machado, repórter do jornal Aliás

Clique aqui para ler a matéria de O Dia


VOTO ELETRÔNICO

O nome hackers não é próprio, talvez o mais apropriado seja cracker, sutil diferença porém relevante.

Carlos Coana

Nota do O.I.: O leitor tem razão.

Parabenizo vocês pelo espaço que deram ao jornalista Paulo Arenhart, que tão bem colocou essa obscura questão da urna eletrônica. Uma outra questão é muito importante. Pelo que já li sobre o tema, há uma parte do programa da urna que não pode ser fiscalizada pelos partidos, isto é, o TSE não dá aos partidos a possibilidade de auditar todo o programa, tornando a urna uma verdadeira caixa preta. Por que o TSE faz isso? Realmente não há justificativa. Essa questão poderia reunir-se a outras tantas que o jornalista formulou. Aproveito para indicar, como fonte de pesquisa, o sitio <www.votoseguro.org.br>, onde o tema é tratado com seriedade e preocupação técnica.

Alexandre T. da Rocha, Guaíba, RS

Há quatro anos o Fórum do Voto Eletrônico <www.votoseguro.org> vem denunciando a fragilidade e o absurdo que é esta eleição eletrônica inauditável. Não somos contra a informatização do voto, mas este processo deveria ser feito com muito mais cuidado e transparência do que está ocorrendo. Esta eleição ocorreu com os programas da urnas sub judice. O PDT impugnou os programas das urnas por que houve três irregularidades graves na apresentação aos partidos, e o TSE simplesmente "empurrou com a barriga" o processo e não julgou o mandado de segurança interposto pelo PDT. Vai esperar a eleição passar e depois diz que o processo perdeu o objeto! Ridículo! É esta a democracia que estamos vivendo. Os partidos políticos não podem fiscalizar a apuração dos votos! Eu quero ver meu voto!

Amilcar Brunazo Filho, engenheiro

Na Folha de S. Paulo, uma semana depois do primeiro turno, uma reportagem já polemizava sobre a possibilidade de fraude. Cabem aqui algumas curiosidades citadas:

* A senha para revelar o resultado da votação em determinada urna é um número de título de eleitor (?!?).

* Quando nós cidadãos votamos é preciso digitar o número do título de eleitor para liberar a urna eletrônica. Cogitou-se, na reportagem, da possibilidade de relacionar o voto ao número do título. Segundo o responsável do TRE, o voto eletrônico é apenas somado, e não relacionado.

Noutra reportagem, do jornal Diário do Grande ABC, um candidato do PT em Diadema alegou que numa escola várias urnas eletrônicas apresentaram o mesmo número de votos nulos. Com a ajuda de um matemático, o índice de possibilidade de isso acontecer seria remoto.

Paulo Tadeu Chaves Soares, São Bernardo do Campo, SP


OBSERVATÓRIO

Gostaria de parabenizá-los pelo excelente iniciativa do Labjor. Tornando o espectador, leitor ou internauta um sujeito ativo no processo, o Observatório inovou o conceito jornalístico.

Victor Leonardo

ÉTICA

Meu nome é Nádia Mastella, estou cursando o 4? Semestre de Jornalismo, e gosto muito de discutir ética. No entanto, é só no último semestre da faculdade que teremos esta disciplina. Ética para alguns colegas não passa de empecilho para a liberdade de expressão. Usam a máxima "não quer ler não compre", "não quer ver mude de canal". Será que é isso? Então que se fechem as faculdades de Comunicação. Quem souber falar e escrever mais ou menos, à vontade. O que os profissionais da imprensa fazem? Quem responde pelas vergonhas que a gente vê por aí? Quem assume os julgamentos precipitados de jornalistas que se antecipam à Justiça? É preciso formar uma comissão para fiscalizar o trabalho jornalístico. Quem for profissional não se assustará. Quem não for… corra.

Nádia Mastella


QUESTÃO PALESTINA

Assisti ao programa de 24/10, e tenho que concordar com Alberto Dines. Não senti nada "pró" Israel em nenhum momento. Sobre a questão do preconceito tenho uma história pessoal, engraçada. Tenho feições que tanto podem ser atribuídas a origem árabe, italiana ou portuguesa (dependendo do que "se vê"), apesar de ser brasileira de origem clássica (africana, portuguesa e índia). Quando entrei na faculdade era hostilizada por um garoto que sequer conhecia. Depois descobri que ele era sionista e me achava "com cara de árabe". Esta é para os que só viram judeus no Observatório na TV.

O que me deixa pasma na imprensa é exatamente o que ele colocou no início do programa: o assunto é "quente" por um espaço de tempo muito breve e depois vai para os pés de página e intervalos de "outras notícias" que não seriam principais.

A cobertura da eleição fez isto de domingo para hoje. Segundo turno encerrado, já começaram as especulações sobre eleição de 2002, projetando futuras realizações ou não destes prefeitos ? que nem sentaram na cadeira ? como fatores para tal ou qual levar vantagem na eleição presidencial ou para o governo do estado. Da mesma forma, conseguiram fazer o Maluf de derrotado em vencedor (e lhe deram um espaço muito além do necessário).

É imprensa de mercado, sim. Esquentando o que vai vender mais adiante. Não tem como negar

Eliana Maria de Oliveira, professora, São Paulo

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