A hora é agora. Não podemos ficar de braços cruzados vendo acontecer os problemas que permeiam o rádio e não fazer nada… Todas as pessoas que estejam direta ou indiretamente envolvidas com este meio de comunicação precisam se unir para discutir, analisar e propor saídas para o que vem acontecendo no rádio sem varrer a sujeira para baixo do tapete e expondo coerentemente todos os problemas, dilemas e situações que envolvem esta mídia. Há crise financeira no rádio? O que motiva os arrendamentos de horários e agrupamentos a emissoras de outros estados mexendo na programação e descaracterizando o seu caráter regional? Há provas reais de que é possível desenvolver uma programação regional?
Basta que se dêem oportunidades aos verdadeiros profissionais e que se invista massivamente na concretização de programas com produção, apoio comercial e outros tipos de idéias que promovam e façam o rádio crescer.
O que vemos no rádio cearense é uma total falta de respeito ao ouvinte quando se mudam programas sem que os mesmos sejam consultados, o que denota que nosso rádio não é feito para o ouvinte, e sim, para os interesses de seus produtores ou mandatários. A opinião do ouvinte é importante, sim, e mesmo que os supostos proprietários não reconheçam, o ouvinte é uma massa crítica que entende, acompanha e sabe o que se passa neste meio, mesmo que haja completo desprezo por parte do grupo que domina a mídia (jornalistas e marqueteiros) rádio.
Mobilização é urgente
Discutir a viabilidade do rádio é importante nos dias atuais e precisa urgentemente de espaços para que tais discussões sejam aprofundadas e transformadas numa prática efetiva de ação, para que o rádio não seja tragado pelos interesses econômicos que hoje povoam nossa sociedade. O rádio é um meio de comunicação de grande versatilidade que tem uma mensagem direta e imediata e precisa ser explorado de forma convicta e firme para que todos sejam beneficiados.
Os grupos ligados ao rádio têm que fortalecer espaços para discussão desta mídia que sente hoje um desprezo, tanto na área jornalística como nos cursos de Comunicação, que escondem a crise do meio rádio e nada fazem para modificar o estado de coisas preferindo sugerir aos estudantes que procurem meios que lhes dêem mais dinheiro, que infelizmente é a mola-mestra de todas as relações de nossa sociedade.
O Pacto pelo Rádio seria um espaço para que todos pudessem emitir opiniões, discutir problemas, propor soluções, despertar idéias e fazer com que o rádio saia da crise que ora se desenrola sem que ninguém tome providências ou faça alguma coisa. O problema do rádio AM, principalmente, vem se avomulando e causando desemprego no meio rádio e fazendo com que este segmento da comunicação não seja mais atrativo ou positivo nos aspectos profissionais. Achamos que é urgente uma mobilização pelo resgate do caráter mais do que importante da mídia radiofônica que, sabemos, tem audiência, fiéis seguidores e faz parte do cotidiano de milhões de pessoas.
Cidadania e respeito
É preciso que saiamos do marasmo de apenas criticar e façamos algo, pois quem sabe faz a hora, não espera acontecer (Vandré). O rádio precisa de uma revolução no seu modo de agir hoje, criando mecanismos fortes de interatividade, produção, geração de rentabilidade e, sobretudo , respeito ao ouvinte.
Para participar do Pacto pelo Rádio sugerimos entrar em contato com a Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará e mandar sua forma de comunicação, através da qual faremos uma reunião de todos os membros direta ou indiretamente envolvidos para criarmos mecanismos de redenção do rádio e efetivação de sua importância que foi, é e sempre será enaltecida e evidenciada para sempre.
Rádio é cidadania, ação, imediatismo, respeito ao ouvinte e, sobretudo, criação de uma sociedade verdadeira, ética e honesta em todos os sentidos…
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Vice-presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, Fortaleza, CE