Nos últimos 10 anos, 1.300 jornalistas e assistentes de mídia foram mortos enquanto trabalhavam. Apenas em 2005, 110 jornalistas morreram no Iraque – 60% deles iraquianos. Os números são do International Press Institute (IPI), organização internacional de defesa da liberdade de imprensa. Junto com o International News Safety Institute (INSI), o IPI anunciou, em uma coletiva de imprensa em Londres, na quarta-feira (26/4), o lançamento de uma campanha para diminuir o número de assassinatos de jornalistas e a comum impunidade destes crimes.
O IPI conduz uma pesquisa global sobre os índices de repórteres feridos ou mortos no exercício da profissão. A questão será debatida no Congresso Mundial da organização, em Edimburgo, na Escócia, no fim de maio. O INSI, organização dedicada a questões sobre a segurança de profissionais de imprensa, também deverá dar início a uma ‘contagem de assassinatos’ em diversos países. A lista deverá englobar o número de jornalistas mortos em cada estado, e incluir dados sobre inquéritos e processos legais. Segundo Rodney Pinder, diretor do INSI, mortes de jornalistas raramente são investigadas corretamente. ‘90% dos assassinos escapam impunemente’, diz ele.
Expressão política
Durante a coletiva, os institutos pediram pela criação de uma resolução de segurança da ONU sobre o tema. Líderes políticos foram chamados a levar a sério a ‘matança’ mundial de jornalistas. ‘Nós precisamos de uma expressão política de apoio a jornalistas’, afirmou Pinder. ‘Fico frustrado em ver que governos democráticos relutam em falar em nome dos jornalistas’.
O diretor ressaltou ainda que não são apenas os profissionais em zonas de guerra que sofrem com a ‘matança’, lembrando que, em muitas partes do mundo, o narcotráfico torna muito difícil a vida dos jornalistas locais, que viram estorvos – ao reportar os crimes – e alvos fáceis das gangues de traficantes. Informações de Matt Wells [The Guardian, 26/4/06].