Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Tina Magalhães

E-NOTÍCIAS

INTERNET EM CRISE?

"O Site demite 40% da equipe", copyright IDG Now! (www.idgnow.com.br), 23/02/01

"O portal O Site, subsidiária local do portal El Sitio, anunciou hoje a redução de 40% de sua força de trabalho, ou 35 dos 87 funcionários. Em entrevista ao IDG Now!, o CEO do portal, Flávio Pedreira, afirmou que a decisão é parte do movimento geral da companhia de preparar sua estrutura para a fusão com a Ibero American Media Partners (IAMP) feito em outubro passado. O grupo é uma joint-venture do Grupo Cisneros e da Hicks, Muse, Tate & Furst – controladora do Cisneros Television Group.

‘Foi um corte expressivo em todas as áreas’, declarou Pedreira. Os setores mais atingidos são marketing e conteúdo – que passará a ser terceirizado. ‘Agora a interação com a estrutura corporativa será bem maior’, disse. No início deste mês o El Sitio anunciou cortes de 25% do pessoal em todos os seus escritórios regionais.

De acordo com o executivo, a reestruturação para a fusão atinge todas as operações da companhia, que além do Brasil tem presença nos Estados Unidos, Chile, Argentina, Colômbia, México e Uruguai."

"Declínio das ‘pontocom’ provoca enxurrada de ações trabalhistas", copyright Valor Econômico, 20/02/01

"Quando arqueólogos examinarem as ruínas das primeiras empresas pontocom, vão descobrir uma cultura de trabalho flagelada por um erro fatal: a tendência em insistir que o trabalho deve imitar a vida.

Todas as culturas de emprego fazem isso, às vezes. Elas convidam os empregados a confundir colegas com amigos e tiram proveito de sua vida social para aumentar a produtividade a curto prazo. Mas no mundo impetuoso da alta tecnologia, o trabalho tem assumido, permanentemente, a intensidade emocional da existência. Enquanto a vida era boa, os empregados estavam num pique permanente. Agora que a intensidade se transformou em rancor, a vingança está levando os trabalhadores da nova economia aos tribunais.

Com uma fúria que a maioria das pessoas reserva a suas famílias, os empregados e ex-empregados de empresas pontocom dos Estados Unidos estão processando aqueles que lhes prometeram riquezas e não conseguiram proporcioná-las. Enquanto a crença nas opções de ações era alta, os empregados se mantinham calmos apesar dos abusos da nova economia. Assédio sexual, discriminação, demissões injustas, violações de horários e salários eram justificados pela ambição e as expectativas de enriquecimento.

Agora, o declínio do setor está provocando uma avalanche de litígios. As empresas de alta tecnologia estão percebendo que zombar de todas as leis da natureza e da sobrevivência, desde as convenções de avaliação do mercado acionário até as leis americanas que regem ambientes de trabalho.

Trabalhar para uma ‘pontocom’ implicava o mesmo risco que investir numa delas: alguns empregados chegavam a receber mais em opções de ações do que em dinheiro, evidenciando o risco implícito na negociação do contrato de trabalho. Tanto trabalhadores, como investidores optaram por jogar com a sorte de riquezas inimagináveis. Mas, enquanto os investidores têm pouca ou nenhuma possibilidade de recorrer aos tribunais para reaver suas dívidas de jogo, mais e mais empregados estão apelando para a lei.

Eles querem que a justiça aja como uma espécie de seguradora social de última instância contra a onda de demissões e ganhos reduzidos. Em alguns casos, isto pode se justificar: considere-se o sofrimento uma mulher demitida no nono mês de gravidez pelo temor de seu empregador de que ela não voltaria depois da licença-maternidade.

Práticas trabalhistas vergonhosas como a de demitir mulheres grávidas não são incomuns na debandada atual das pontocom, dizem os advogados trabalhistas especializados na prática de pontocoms. O site de assistência jurídica gratuita via internet MyCounsel.com, tem sido inundado com consultas, muitas delas de empregados de pontocoms, sobre abusos como não pagamento de salários atrasados ou a notificação adequada de cortes de empregos.

No outro extremo estão alguns dos casos mais ambíguos envolvendo opções de ações. Advogados da Costa Oeste dizem que executivos de pontocoms estão tentando mover processos por ‘indução fraudulenta’ contra companhias que não cumprem a promessa de enriquecimento via opções de ações, seja porque demitem os empregados antes de abrir seu capital, seja porque jamais o abrem.

Outros tentam processar pelo que consideram um desmoronamento de seu modo de vida: o último número da revista ‘Corporate Counsel’ cita o caso de um executivo da área de biotecnologia com salário de US$ 140 mil anuais que foi atraído para San Francisco com a promessa de opções de ações. Ele vendeu sua casa, largou o emprego e atravessou o país, só para descobrir que o novo empregador não tinha dinheiro para lhe pagar.

Na área cinzenta entre o justo e o infundado estão muitos casos que parecem ser da própria cultura – casos que surgem do desaparecimento da fronteira entre vida e trabalho. ‘Quando os colegas viram seu círculo social’, diz Frank Connolly, especialista em legislação trabalhista nas empresas de tecnologia, ‘comentários que seriam apropriados entre amigos começam a ser feitos entre colegas, onde a legislação trabalhista pode torná-los imputáveis.

É possível que a própria estrutura funcional das pontocom, sejam elas pequenas ou grandes, as tornem vulneráveis à lei. As pequenas companhias iniciantes são geralmente o alvo mais fácil, porque nem mesmo conhecem a lei, para não falar em cumprí-la.

Elas contratam e demitem às pressas, muitas vezes por razões subjetivas, não conseguem fiscalizar como os empregados estão trabalhando, não têm condições de a legislação trabalhista no que se refere a salários e horários. E, como se orgulham de sua cultura antiburocrática, não conseguem reunira papelada crucial para uma defesa bem-sucedida no tribunal.

As grandes companhias, em especial as que baseiam promoções e dispensas mais em mérito do que em antiguidade – podem enfrentar a mesma acusação de subjetividade e discriminação. O perfil etário dessas empresas, que parecem ter um viés contra o pessoal mais velho, também pode atrair ações judiciais nos termos de leis federais que protegem empregados com mais de 40 anos.

Os empregados que foram ludibriados certamente devem procurar a proteção da lei. Mas o momento desse surto de litígios sugere que as novas ações podem estar sendo movidas, em parte, pela cobiça: discriminação e assédio são igualmente errados antes e depois da turbulência do mercado.

É inteiramente humano querer punir um empregador que destroçou o sonho mais acalentado. Mas isso não o torna a ação legal. Os empregados não deveriam ter a prerrogativa de ganhar nos nos tribunais o que não conseguiram ganhar no mercado acionário."

"iG demite 29 funcionários e unifica redações de economia", copyright The Standart (www.thestandard.com.br) , 22/02/01

"O iG (Internet Group) demitiu 24 funcionários ontem e cinco na semana passada. Segundo a empresa, as demissões são resultado de um processo de reestruturação que as companhias de internet estão passando.

Todas as áreas do iG tiveram cortes, mas a mais afetado foi a do ig.com, portal da Nova Economia, que deixou de existir e foi incorporado ao canal de economia.

As redações dos sites iG.com – que prometia dar mais de 500 notícias sobre nova economia por dia-, Mercados e Último Segundo Economia foram unificadas, de acordo com a assessoria de imprensa do iG.

Com os cortes, o iG, que tinha 279, passou para 250 funcionários."

"Fulano faz pequeno ajuste", copyright The Standart (www.thestandard.com.br) , 22/02/01

"O Fulano informou que fez um pequeno ajuste e demitiu três pessoas da área de conteúdo, de um total de 68 funcionários. Os cortes, explica Rogério Silberberg, presidente da empresa, ocorreram em função de ajustes no setor e na automação de alguns processos.

Ele diz também que apesar de tímida, a reestruturação vai ajudar o Fulano a reduzir custos e chegar ao equilíbrio em julho de 2001. ‘Estamos capitalizados, mas isso faz parte de todo o esforço para ser mais eficiente’, declarou ele.

Segundo Silberberg, a principal fonte de receita do Fulano é a publicidade, que precisa crescer de 30% a 40% para que a operação pontocom deixe o vermelho."

"Internet: iG demite 29 funcionários", copyright Agência Estado (www.agestado.com.br), 22/02/01

"O portal iG, provedor de acesso gratuito à Internet, demitiu 29 funcionários. Segundo a assessoria de imprensa do provedor, o processo foi necessário para adequar a empresa à nova realidade do mercado de Internet, que passa por momentos de crise. Outras empresas do setor também já passaram pelo mesmo processo.

O corte, que começou a ser feito na semana passada e foi concluído ontem, atingiu quase 10% do quadro geral de pessoal e foi feito na área de produção de conteúdo do iG.com. Com a medida, o iG passa a contar com cerca de 250 funcionários.

A assessoria de imprensa do provedor informou, ainda, que o processo de adequação do portal à nova realidade do mercado já foi finalizado e que não estão previstas novas demissões."

"iG pode fechar sites dificitários", copyright TCInet (www.tcinet.com.br), 16/02/01

"O iG começa a fechar o cerco. A partir de agora todos os sites que não atingirem as metas estipuladas pela direção da empresa poderão passar por reformulações ou até serem fechados.

Ontem, após uma reunião com a direção de conteúdo, o portal demitiu cinco funcionários. O TCInet tentou entrar em contato com a diretoria da empresa, mas o alto escalão do iG se encontra em um evento em Comandatuba, na Bahia.

Um dos sites que devem ser reestruturados é o Experta, produzido por Gisela Rao. Na segunda-feira, a diretora de conteúdo do site pretende levar uma contra-proposta para o vice-presidente de conteúdo, Matinas Suzuki Junior.

‘O Experta é um site muito caro para ser pequeno. Talvez se mude a equipe e ele tome um outro rumo’, diz Gisela. A equipe do Experta é formada hoje por seis empregados.

Uma das hipóteses que estão sendo analisadas é que Gisela Rao passe a cuidar da linha de produtos humorísticos do iG."

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