Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Angélica Santa Cruz

ASPAS

LUIZ FCO. DE SOUZA, O PROCURADOR

"Olha lá o esquisitão", copyright no. (www.no.com.br), 22/03/01

"?Olha lá, é o esquisitão do Ministério Público!?, disse à mulher o professor Celso Tortorella na tarde de ontem, ao ver o procurador Luiz Francisco de Souza saindo de um sebo no centro de São Paulo. Minutos depois, ele se aproximou do procurador e falou um rápido: ?Parabéns pelo seu trabalho, promotor?. Recebeu de volta um lacônico: ?Obrigado, obrigado?. Hoje à tarde, passado o surto de tietagem, Tortorella explicou a no. que não sabe direito porque parabenizou o sujeito de ombros proeminentes e gestos curtos que passou por ele na rua. Simplesmente não resistiu. ?É como ator de novela. A gente nem sabe direito quem é o vilão e quem é o mocinho. Mas que reconhece, reconhece?.

O procurador Luiz Francisco voltou na manhã de hoje a Brasília ainda sob o efeito das 24 horas de popstar que passou em São Paulo. ?Algumas pessoas até fecharam a cara para mim, a maioria me cumprimentou. Mas fiquei surpreso porque, realmente, fui bem reconhecido?, conta. Hospedado em um hotel de três estrelas na Praça das Bandeiras, centro da cidade, ele passou o dia percorrendo sebos de livros jurídicos, visitou o escritório de um amigo advogado e à noite deu uma palestra na Faculdade de Direito da USP sobre os limites do Ministério Público. Deixou marola por onde passou, provocou cenas de tietagem e ouviu perguntas hilárias.

Aos 39 anos, Luiz Francisco é o mais conhecido integrante da leva de procuradores e promotores que de tanto esquadrinhar processos, acusar envolvidos e até se expor na mídia levou o presidente Fernando Henrique Cardoso a colocar as mãos em um vespeiro ao tentar limitar seus poderes com uma medida provisória. Mas, nas ruas de São Paulo, foi mesmo reconhecido pelo seu queixo anguloso, óculos enormes e gestos desajeitados. ?Aquele não é aquele cara que fez fofoca do ACM??, perguntou Ivanildo Santos, auxiliar de um escritório de advocacia que abandonou no balcão de um boteco um copo de suco de laranja para ver o ?homem? passar.

Nas últimas semanas, o procurador teve sua fisionomia inconfundível mostrada à exaustão em cadeia nacional. Entre depoimentos do Senado e entrevistas, lá estava ele às voltas com explicações por ter divulgado trechos de uma conversa entre o senador Antônio Carlos Magalhães e procuradores. Foi, no entanto, apenas mais uma exposição aos holofotes em sua carreira. Da primeira prisão do senador Luiz Estevão à detenção do deputado cassado Hildebrando Paschoal, o procurador está em todas. Do ponto de vista das horas de aparição em cadeia nacional, é quase uma carreira de ator de novela das oito. No mundo jurídico, a presença do procurador na mídia rendeu-lhe alguns aborrecimentos e certa fama de homem polêmico. Nas ruas, ele é apenas um sujeito famoso – embora não se saiba nem por quê.

Na manhã de ontem, quando o procurador deixou o hotel onde estava para caminhar com um amigo, o advogado João Piza, até alguns sebos da região, foi abordado por donas-de-casa, estudantes e advogados que mantém escritórios nas proximidades. Tímido, introspectivo e portador de miopia, Luiz Francisco lançava-lhes um olhar por cima dos óculos e ia respondendo às perguntas. ?Doutor, o senhor vai se candidatar à Presidência da República??, perguntou um. ?Não, não. Imagine?, respondeu ele rapidinho. ?O senhor está peitando os homi, hein, doutor!?, disse outro. ?Obrigado, obrigado?, retrucou o relações públicas do MP.

Quando entrou em uma de suas livrarias preferidas em São Paulo, uma casa na rua Benjamin Constant conhecida como ?sebo do Luiz?, uma pequena multidão ficou do lado de fora. Lá dentro, ele demorou alguns minutos folheando um livro que depois colocou de volta na estante. O dono do sebo viu a devolução e sugeriu que ele levasse o título. Luiz Francisco respondeu: ?Não posso levar. Não tenho dinheiro?. O proprietário da livraria retrucou ?Mas não seja por isso! Então esse aí fica de lembrança minha?. Luiz Francisco saiu da livraria com o presente embaixo dos braços e foi até o prédio onde fica o escritório do advogado João Piza. Outro pequeno tumulto. Desta vez, até o ascensorista juntou-se às pessoas que queriam acompanhá-lo até o escritório e abandonou o elevador. Na saída, enquanto esperava por um carro no estacionamento, foi rodeado por outros curiosos. E quando, finalmente, chegou ao estacionamento da faculdade de Direito, o carro onde estava foi rodeado por estudantes. Alguns pediram que ele autografasse exemplares da Constituição.

Em sua palestra, Luiz Francisco defendeu o uso da mídia por parte de integrantes do Ministério Público. ?Eu disse a eles que procuradores não são polícia secreta para manter informações em segredo, reservado por lei apenas para casos de sigilo fiscal, bancário e telefônico. Podemos e devemos divulgar o que sabemos. Acredito que é a melhor maneira de combater a corrupção no país é com a ajuda da opinião pública?, explica. Ao final da palestra, o procurador foi rodeado por parte da audiência. Em meio a perguntas jurídicas e pedidos de autógrafos, ouviu-se a voz de uma estudante: ?Promotor, o senhor tem um fã clube para que as pessoas que acompanham seu trabalho possam ser corresponder??"

CRIANÇA

"Prêmio destaca combate a trabalho infantil", copyright Folha de S. Paulo, 23/03/01

"O combate ao trabalho infanto-juvenil e os 10 anos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) foram os destaques entre os vencedores da 4? edição do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, entregue anteontem à noite em São Paulo, pelo instituto que leva o nome do piloto.

O repórter Sérgio Gabriel, da Rede Bandeirantes, ganhou o prêmio de televisão com reportagens sobre o ECA. Na categoria jornal, o vencedor foi o jornalista Jaeci Cavalcanti de Carvalho, do ?Estado de Minas?, com a série ?Meninos do Brasil?, sobre garotos brasileiros levados ilegalmente para jogar futebol no exterior.

A Folha recebeu o prêmio destaque Ayrton Senna de comunicação Social em razão de sua decisão editorial de tratar como prioridade a cobertura da crise da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) de São Paulo.

Pela primeira vez, um veículo ganhou sozinho essa premiação. Até 2000, um veículo de cada região do país era agraciado. Neste ano, a comissão julgadora resolveu nacionalizá-lo, concedendo-o a somente um órgão de imprensa.

?Além da honraria, temos agora responsabilidade redobrada?, disse o diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho.

A revista ?Exame? ganhou o prêmio especial pelo ?Guia da Cidadania?, e o jornalista Gilberto Nascimento, da revista ?IstoÉ?, recebeu o de editor. Na categoria jornalismo econômico, o jornal ?Valor? foi o premiado.

Na categoria rádio, Filomena Salemme, da rádio Eldorado, venceu com as reportagem ?Adultos Precoces?, sobre meninos e meninas que precisavam trabalhar. O destaque educação mídia eletrônica foi Walace Lara, da Rede Globo, com a reportagem ?Educação: de volta às aulas?, sobre crianças catadoras de sucata.

Eugênio Parcelle, do ?Diário de Natal?, foi o premiado na categoria destaque mídia impressa, e os alunos de jornalismo da UFPR (Universidade Federal do Paraná), levaram o prêmio na categoria estudante de comunicação.

Na categoria fotografia, a vencedora foi Gleice Lisboa, da ?Tribuna de Minas?. As repórteres Daniela Chiaretti e Heloísa Helvécia, da revista ?Marie Claire?, ganharam na categoria revista.

Cada vencedor levou R$ 20 mil. Houve 556 profissionais inscritos, com 1.231 trabalhos. Para o próximo ano, foram anunciadas mais duas categorias: jornalista econômico e jornalista político.

Na abertura, Fernanda Montenegro e o menino Vinícius de Oliveira, protagonistas do filme ?Central do Brasil?, falaram sobre a importância de dar oportunidades às crianças."

ARQUIVO REABERTO

"Estado? reabre arquivo para estudantes", copyright O Estado de S. Paulo, 22/03/01

"Depois de 12 anos, o Grupo Estado volta a oferecer ao público o serviço de pesquisa dos arquivos dos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde. Estudantes do ensino fundamental e médio e universitários terão acesso à mesma ferramenta de pesquisa usada pelos jornalistas dos veículos em computadores do Salão de Pesquisas do Centro de Documentação e Informação (CDI). As consultas só serão feitas com hora marcada. Poderão ser atendidos oito estudantes simultaneamente.

O contato prévio por telefone, fax ou e-mail também vai facilitar o trabalho dos estudantes. Três pesquisadores da equipe do CDI receberão as informações sobre a pesquisa (qual o tema, que período de tempo e qual veículo será pesquisado) e adiantarão a procura nos arquivos.

No banco de dados eletrônicos dos jornais, estão disponíveis todos os textos publicados desde 1998. Pesquisas de textos anteriores a esse ano poderão ser feitas sob encomenda. Como os jornais desse período não foram digitalizados, a pesquisa é feita manualmente, apenas pelo funcionários do CDI.

É possível, ainda, acessar um clipping eletrônico de outras publicações brasileiras de grande circulação. As consultas no computador serão gratuitas. Apenas serão cobradas a fotocópia (R$ 0,20) e a cópia dos arquivos em disquete (R$ 1,00).

?Estamos reabrindo o arquivo em razão de pedidos da comunidade?, afirmou o gerente do CDI, Araldo Castilho. ?O novo serviço vai atender principalmente estudantes que não têm acesso à Internet nem em casa e nem na escola.?

Para marcar horário no serviço de pesquisa, ligue para 3856-2122, ramal 3717. Fax: 3965-5015. E-mail: arquivo@estado.com.br"

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