MONITOR DA IMPRENSA
NEWSWEEK
Pelo menos 12 fotógrafos free-lance disseram que não mais trabalharão para a revista Newsweek. O semanário americano fixou em 400 dólares diários o piso salarial dos profissionais, valor próximo ao piso da indústria de comunicação em geral. Segundo Alex Kuczynski [The New York Times, 26/3/01], Burk Uzzle, fotógrafo da Newsweek desde os anos 60, foi um dos revoltados demissionários. Uzzle afirmou que um piso tão baixo não pode sustentar um fotógrafo no mercado atual.
A Newsweek, propriedade da Washington Post Co., é mais uma vítima da queda do faturamento com publicidade. Uzzle disse que publicaria seu trabalho em revistas como Information Week, Fast Company e Modern Maturity, que pagam o mínimo de 800 dólares a 1.000 dólares por dia. Alguns pensam em migrar para a Time, cujo piso é de 450 dólares, negociável até 600 dólares.
Nem todos os fotógrafos free-lance da revista pediram demissão. Um deles, que preferiu permanecer anônimo, disse que ele e alguns colegas inventam um assistente ou material extra, para receber 100 dólares adicionais. Ken Weine, porta-voz da Newsweek, disse que o quanto a revista paga a seus fotógrafos é assunto interno. "Newsweek está profundamente comprometida com o fotojornalismo e com a manutenção da relação com os melhores fotógrafos do mercado", disse.
MURDOCH NA CHINA
Na semana retrasada, James Murdoch, filho de 28 anos de Rupert Murdoch, presidente do império News Corporation, assustou os participantes de uma conferência de negócios no Instituto Milken, em Los Angeles, Estados Unidos, ao atacar o Falun Gong, grupo filosófico/religioso excomungado pelo governo chinês. E criticou o Ocidente por atribuir à China uma aura negativa.
Defensores dos direitos humanos afirmam que o gesto de Murdoch filho, chefe da News Corporation na Ásia, é uma tentativa de paparicar o governo chinês em função de seus planos de expansão, que negocia com Pequim. Não parece O amanhã nunca morre, 18? filme da série James Bond, de 1997, com Pierce Brosnan? O vilão, um tubarão da mídia chamado Elliot Carver, interpretado por Jonathan Pryce, tenta provocar a terceira guerra mundial jogando potências mundiais umas contra as outras, para favorecer um general chinês corrupto em troca do controle da mídia na China…
Bill Carter [The New York Times, 26/3/01] conta que executivos da empresa de Murdoch não quiseram afirmar que o rapaz falava em nome do império. Mas Gary Ginsberg, vice-presidente executivo de comunicação, disse que a News Corporation não tem posição sobre o assunto. O conglomerado na China quer garantir a distribuição da Star TV, seu serviço de TV via satélite. A News Corporation já tomou outras atitudes em favor do governo chinês, como a remoção na Star TV do noticiário da BBC em 1994.
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