Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Luiz Orlando Carneiro

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A VOZ DOS OUVIDORES


JORNAL DO BRASIL

"Deu no JB", copyright Jornal do Brasil, 7/4/01

"O caminho do dinheiro desviado

A nota de abertura do Informe JB do dia ?, na qual o colunista Paulo Fona dava razão ao ex-secretário geral de Presidência da República, Eduardo Jorge, de ?ficar indignado e revoltado com o método de trabalho do procurador Luiz Francisco de Souza?, provocou também indignação em uma leitora e manifestação de apoio em outra. O colunista escreveu que, ?depois de ler com atenção as 515 páginas de procedimento administrativo, do inquérito civil público e do relatório do Banco Central sobre o caminho do dinheiro desviado do TRT-SP, chega-se à conclusão de que, de fato, não há prova contra Eduardo Jorge?.

EJ e o procurador

Discordo frontalmente do Sr. Paulo Fona, a respeito da nota sobre o procurador Luiz Francisco. Eu assisti pelas TVs Senado e Câmara aos depoimentos de ambos e poderia dizer que senti patriotismo e sinceridade no depoimento do procurador, contrariamente à arrogância de Eduardo Jorge. Acontece que é muito difícil encontrar ?provas? a respeito e corrupção, porque os corruptos estão bem protegidos por leis espúrias. Fazer esse tipo de insinuação é ser conivente com esse estado de roubalheira que tanto nos denigre, atitude que não espero neste jornal, do qual sou assinante há algumas décadas, assinante que já se proibiu de ler o editorial, para não trocar por O Globo ou talvez a Folha de S,Paulo. Sonia de Aguiar Montenegro ? Rio de Janeiro

Parabéns ao JB por ter a coragem de assumir algo que, para qualquer leitor atento, já parecia muito claro: que a perseguição contra Eduardo Jorge foi um dos maiores absurdos já feitos pela imprensa brasileira. Se existe algum crime no episódio, esse foi dos procuradores que se comportaram de forma leviana e parcial, não fazendo jus à importância do cargo que ocupam. Elciene Azevedo ? Socorro (SP)

JB ? Paulo Fona responde: Não se pode confundir eventual comportamento pessoal com a honra de ninguém. Nem se deve confundir discurso -?sem provas ? com patriotismo. Num e noutro caso, estaremos incorrendo em erro de avaliação.

Balanços

Eu e minha família assinamos o JB há mais de 30 anos. É aquela história da tradição. Entretanto, agora, acho que não vai dar mais. Quando vejo as páginas de balanço de Furnas publicadas, as páginas de balanços de empresas , numa única edição, não precisa muita inteligência pata entender. A crise econômica transformou o JB em um simulacro de jornal. É só olhar a editoria (quem são esses senhores?), para ver que o jornal perdeu seu estatuto de jornal. Dia ? , a matéria (as matérias) sobre a Corregedoria de FH, sem avaliação crítica (não falo de Dora Kramer, porque é a exceção inglesa do jornal), é qualquer coisa de nauseante. Gilles Deleuze fala, em um de seus textos, no insuportável. O insuportável que nos faz tomar atitudes. (…) É o insuportável que vai me fazer deixar de assinar o JB (o que não tem a menor importância, dado que ele vive de anúncios), e é o insuportável que, mais breve do que se espera vai sacudir e, quem sabe, modificar o Brasil. Quero meu jornal de volta! Ana Maria Taborda ? Rio de Janeiro

JB ? A leitora mostra desconhecer que, além da venda, são os anúncios que viabilizam qualquer empresa jornalística. E que as páginas de noticiário não são afetadas pelas de publicidade. No dia 30/3 , a publicação dos balanços de Furnas e da Brasil Telecom (14 páginas no total) elevou de 20 para 36 o número de páginas dos dois cadernos básicos do JB. As grandes empresas são obrigadas, por lei, a publicar seus balanços em jornais de grande circulação nacional. Os mesmos balanços foram publicados, no mesmo dia, pelos seguintes jornais: O Globo, O Dia, O Estado de S.Paulo, Gazeta Mercantil, Valor, Correio Braziliense e Jornal de Brasília.

Reminiscências

Na nota No esquecimento, do Informe JB, de 2/4 , no intuito de ridicularizar o general Octávio Medeiros, ex-chefe do SNI no governo Figueiredo, é publicado que no dia 1?/4 , enquanto o ministro Serra era recebido em Belém com todas as honras, o general Medeiros trafegava em Brasília, sozinho, dirigindo um Monza aparentando muitos anos de uso. Parece-me que saiu ao contrário o efeito que a colunista interina Carmen Kozak quis obter. Um homem que foi, como ela afirma, peça importante do período militar, se procedesse como os atuais dirigentes do país, vendendo, roubando, chantageando e ?caneteando?, por certo não estaria dirigindo um Monza velho e sim um Mercedes zero ou um BMW. Aos poucos a verdade vai aparecendo e o povo toma conhecimento e diferencia quem é ou quem foi sério e honesto dos mentirosos e embusteiros. Airton Alcântara Gomes ? Salvador, BA

Fruticultura

A respeito da matéria Fruticultura dá rombo no governo, de 25/3, assinada por Márcio de Freitas, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento presta os seguintes esclarecimentos. Ao tomar conhecimento de que possíveis irregularidades estariam ocorrendo em convênios que tinham como objeto o desenvolvimento da fruticultura irrigada, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento adotou, através da então Secretaria de Desenvolvimento Rural, todas as medidas necessárias à sua apuração. Isso foi feito através da instalação de comissões de sindicância de processo administrativo disciplinar. Após a conclusão dos trabalhos de apuração, inúmeras providências foram tomadas no sentido não só de sanear os problemas detectados pelas comissões em nível interno mas, em especial, no sentido de determinar às entidades convenientes que corrigissem as irregularidades apontadas, bem assim, fizessem a devolução dos recursos repassados com as correções devidas. Duas entidades ? A Sagri/PI e a Sagri/SE ? ressarciram os cofres públicos. Com relações às demais, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento já adotou as medidas necessárias à instauração das tomadas de contas especiais, em maio do ano passado. Após esgotadas todas as alternativas junto às entidades convenientes, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento encaminhou, nos termos legais, os processos ao Tribunas de Contas da União, para análises e competência daquela corte. Miguel Bueno, chefe de assessoria de Comunicação Social do Ministério da Agricultura e do Abastecimento ? Brasília."

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