Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O ranking dos inimigos

INTERESSE P?BLICO


LIBERDADE DE IMPRENSA
O ranking dos inimigos

O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) divulgou no dia 3 de maio sua lista anual de inimigos da imprensa. Os três primeiros lugares, segundo a Associated Press (3/5/01), ficaram para o aiatolá Ali Khamenei, presidente do Irã, Jiang Zemin, presidente da China, e Charles Taylor, presidente da Libéria.

Além desses, estão na lista Robert Mugabe, presidente do Zimbábue, Vladimir Putin, presidente da Rússia, Carlos Castaño, líder parlamentar da Colômbia, Leonid Kuchma, presidente da Ucrânia, Fidel Castro, presidente de Cuba, Zine El Abidine Ben Ali, presidente da Tunísia, e Mahathir Mohamad, primeiro-ministro da Malásia. "Discreta ou abertamente, o objetivo desses líderes é reter poder político pelo controle da informação e a eliminação do senso crítico", afirma Ann Cooper, diretora-executiva do CPJ.

Khamenei fez um sermão contra a imprensa, há um ano, que motivou a Justiça conservadora do Irã a fechar 30 jornais e a prender jornalistas ousados e sinceros. Jiang está na lista pelo 5o ano consecutivo. O CPJ disse que ele fez da China o maior carcereiro de jornalistas do mundo", com 22 profissionais na prisão ao final de 2000. Na Libéria, a popular Star Radio foi fechada há um ano e oito jornalistas foram presos desde agosto sob injustas acusações de espionagem. Muitos jornais foram fechados.

Enquanto isso, o jornalista Pius Njawe, preso 126 vezes, teve sua casa incendiada por soldados e acabou forçado a deixar seu país, Camarões, para sobreviver. A mulher, que estava grávida, foi espancada quando o visitava e perdeu o bebê.

Mais detalhes sobre a lista em <www.cpj.org/enemies/enemies_01.html#more >.


Balanço na África

A África marcou o 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, com um fórum de jornalistas de todo o continente em Windhoek, capital da Namíbia. O encontro reuniu mais de 200 profissionais durante três dias, para avaliar o progresso desde a Declaração de Windhoek, pela liberdade de imprensa, há 10 anos.

Segundo a Agência France Presse (3/5/01), Theo-Bem Gurirab, ministro do Exterior da Namíbia, disse que o principal problema na África é a pobreza na cobertura de assuntos internacionais e a dependência de notícias importadas dos EUA e da Europa. Gurirab recebeu as delegações para o encontro, organizado pela Unesco, sob o tema "Dez anos: avaliações, desafios e perspectivas".

Koichiro Matsuura, diretor-geral da Unesco, disse que os princípios e os planos de ação da Declaração de Windhoek viraram "uma força por trás do crescente número de governos democráticos que se renderam à causa."

"A liberdade de expressão tornou-se um estilo de vida em muitas sociedades democráticas, de forma que em alguns lugares o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa passa despercebido", disse Matsuura. "Mas, em muitos países, liberdade de expressão ainda está longe da realidade. (…) É mais que um direito humano individual básico de jornalistas ? é também fator essencial no desenvolvimento socioeconômico das sociedades. Imprensa livre não é luxo."

O Prêmio Mundial da Liberdade de Imprensa Unesco/Guillermo Cano, criado em 1997 no valor de US$ 25 mil, será entregue ao jornalista U Win Tin, de Mianmar (nome dado à antiga Birmânia pelo regime militar vigente), atualmente preso em seu país. Tin é ex-editor do diário Hanthawati, jornal de Yangun (ex-Rangun), e fundador da Liga Nacional pela Democracia. Foi preso em 1989 por ser do Partido Comunista.

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