E-NOT?CIAS
JORNALISMO PONTOCOM
Há um ano, Jason Pontin era saudado nos Estados Unidos como um "titã da Nova Economia". Sua volumosa revista Red Harring, que trazia notícias do mundo dos negócios de tecnologia, era um estouro. Empolgada pelo boom da chamada Nova Economia, a mídia americana se esbaldou. A Time lançou Time Digital e eCompany Now; The New York Times passou a publicar uma seção com 70 páginas sobre e-commerce; o Washington Post lançou a página diária Washtech; o The Wall Street Journal ficou gigante. Segundo Howard Kurtz [Washington Post, 18/5/01], os jornalistas da área se lançaram numa corrida do ouro, apostando ter encontrado a fonte de futuras fortunas.
Na última semana, no entanto, a Red Herring anunciou o corte de 54 de seus 260 funcionários, e teve no mês passado 56% de anunciantes a menos, comparado ao ano anterior. O site MarketWatch.com, avaliado em US$ 1 bilhão em 1999, vende cada ação hoje por US$ 2,43 ? no lançamento elas chegaram a valer US$ 97 ? e já demitiu 20. A Industry Standard, que chegou a ter edições de 300 páginas e uma circulação de 200 mil exemplares, este mês apresentou queda de 76% de anúncios em relação aos números de 2000, e já demitiu 70 de seus 400 funcionários.
Esses são apenas alguns exemplos da atual situação daquela que, até o fim do milênio passado, era considerada a nova e tão promissora economia. O que aqueles mesmos jornalistas descobriram, disse Point, é que "não há uma nova economia; ela sempre foi uma simples justificativa para elevar os preços das ações". Que levantou muitos empreendimentos, disse Kurtz, não há dúvida; mas talvez não por tanto tempo quanto se esperava. Não que todas as companhias de internet já tenham fracassado, mas a maioria está em processo, ou pelo menos não vive os tempos de ouro de 12 meses atrás. "Ninguém sabia quanto ouro havia nas montanhas", disse Larry Kramer, dono do MarketWatch.com. "Mas certamente parecia não ter fim."
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