PICADEIRO
O Estado de S.Paulo e a Folha de S. Paulo de sexta-feira 920/5) apresentaram manchetes praticamente idênticas.
"Arruda renuncia e ACM deve sair na 4a", anunciou o Estado.
"Arruda renuncia; ACM sai na 4a feira"; tascou a Folha.
Pode ser mera coincidência. Mas não é a primeira vez que isso acontece e esse mesmo Observatório já registrou casos anteriores.
No fundo o problema está nos projetos gráficos e editoriais dos dois jornais e na sistemática reprodução do que um e outro fazem.
Na verdade, submetidos a cadernizações e processos produtivos assemelhados, os jornais perdem identidade. Assim, o que em circunstâncias normais poderia ser mera coincidência, passa a ser uma evidência a mais da burocratização no processo de feitura dos grandes jornais.
Cai o chefe de gabinete do ministro Paulo Renato Souza, Edson Machado, em função de matérias de Veja. Pouco antes, a presidente do Inep, Maria Helena Guimarães de Castro, assume também a Secretaria de Educação Superior no lugar de Antônio MacDowell de Figueiredo.
A crise que resultou na saída do antigo secretário não foi explicada pelos jornais.
O sistema de autorização e reconhecimento de cursos do MEC será informatizado, informa agora a nova secretária.
Quem se habilita a fazer jornalismo? A contar para o público o significado desses fatos, suas motivações, seus interesses?
Enquanto os jornais se limitarem a transcrever declarações de autoridades, os leitores, ouvintes, internautas e telespectadores continuarão desinformados.
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