Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Partida sem choro

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MONITOR DA IMPRENSA


GLAMOUR

Steven T. Florio, executivo-chefe da Condé Nast, e James Truman, diretor editorial, pediram a saída da editora-chefe da revista Glamour, Bonnie Fuller, na quarta-feira passada. O contrato de Bonnie, editora desde 1998, termina em agosto. Executivos da empresa disseram que a medida foi tomada por causa do recente fracasso de vendas da Glamour. Além disso, parece que suas relações com os principais gerentes e editores da companhia, incluindo o próprio Florio e Anna Wintour, editora-chefe da Vogue, não eram das melhores, disse Alex Kuczynski [New York Times, 24/5/01].

O fator decisivo foi a publicação de uma foto de Catherine Zeta-Jones na capa da revista de junho sem permissão da atriz, o que acabou com os planos da editora-chefe da Vogue, Anna, de conseguir Catherine como capa da edição de julho. Funcionários da Condé Nast disseram que a demissão já era esperada desde 1999, quando Bonnie considerou publicamente propostas da maior rival da Nast, Hearst Magazines.

Sob seu comando, a Glamour abandonou um formato 31 anos, estabelecido pela antecessora, Ruth Whitney. Bonnie acabou com a coluna política, adicionou horóscopo e passou a usar provocativas chamadas de capa sobre orgasmo. A editora-chefe da Shelf, Cindi Leive, ocupará seu lugar, e espera-se que retome as tradicionais raízes da Glamour.

BARBARA WALTERS

A mudança de horário do noticiário de Barbara Walters 20/20, na ABC, continua preocupando os jornalistas da emissora. A troca de seu programa pelo seriado Once and again, no horário nobre das 22h das sextas-feiras, foi vista como um sinal de mudança nas prioridades da rede, em função da crise econômica vivida pela mídia americana. "Se eles podem agir contra Barbara", disse um correspondente, "o que poderá vir depois?"

Mas nem Barbara é sagrada na dinâmica da televisão, disse Jim Rutenberg [The New York Times, 21/5/01]. Sob a pressão dos anunciantes, as emissoras estão cada vez mais tentando produzir para consumidores jovens, e a audiência de noticiários tem diminuído visivelmente. Embora o 20/20 tenha maior audiência (11,4 milhões, em comparação aos 8,5 milhões do seriado), Once and Again tem público maior entre 18 e 49 anos, e é produzido pela Disney?s Touchstone Television, que ganha ainda mais com o programa por exibi-lo também em seu canal a cabo Lifetime. Além disso, a situação econômica requer corte de custos, e apuração de notícias exige muitos gasto.

Alex Wallau, presidente da ABC, disse que as mudanças foram feitas apenas para levantar a audiência do seriado.

Elizabeth Jensen [New York Times, 25/5/01] conta que a ABC News fará mais cortes. Na semana passada, 85 funcionários foram informados de que teriam direito a benefícios para deixar a rede. Pretende-se cortar 125 funcionários da equipe, de 1.200. Os que aceitaram os pacotes já estão fora a partir de 1? de junho. Algumas pessoas que optaram pelos pacotes foram consideradas muito importantes para deixar seus cargos. As demissões não-voluntárias devem acontecer em 1? de julho.


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RUPERT MURDOCH

Depois de diversas tentativas frustradas, Rupert Mudorch está finalmente prestes a finalizar a complicada fusão de seu império, Sky Global, com a DirecTV, da Hughes Electronics. O acordo resultará na criação de uma companhia de transmissão via satélite no valor de US$ 70 bilhões, com representante em praticamente todos os continentes. O senador republicano John McCain, no entanto, anunciou que ficará de olho para que o acordo não represente excesso de poder midiático nas mãos de um único homem.

O reino de Murdoch é avaliado em US$ 30 bilhões, e inclui a rede Fox, 23 estações de TV, o New York Post e a editora HarperCollins. A aquisição da DirecTV o colocará na posição de magnata da mídia mais poderoso do mundo. Nada mal para quem entrou no mercado há 50 anos como herdeiro de duas publicações australianas, disse Eric Boehlert [Salon.com, 21/5/01]. A TV via satélite tem sido a mais forte concorrente das TVs a cabo, e Murdoch nunca se sentiu constrangido em usar suas propriedades, particularmente jornais e emissoras, para ajudar amigos políticos e atacar inimigos.

McCain, presidente da Comissão de Comércio do Senado, anunciou que assim que o acordo for finalizado promoverá audiências para investigar qualquer indício de atividade monopolista. Murdoch se defende comparando a futura empresa às concorrentes já existentes. "Veja a AOL Time Warner: somos uma fração daquilo, e veja a CBS/Viacom." Boehlert, do Salon.com, ressalva: nenhuma contudo delas foi construída por um único homem, ou é propriedade de um único homem, como no caso da News Corporation.


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