Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Semana quente

ENSINO

Esta é uma semana quente para o ensino de Jornalismo. Na terça-feira, o ministro Paulo Renato Souza recebe um grupo de coordenadores de cursos de universidades federais. A reunião é inédita. Contará também com a presença de Maria Helena Guimarães de Castro, que atualmente é secretária de Ensino Superior do MEC e presidente do Inep (órgão do governo que cuida do Provão e cujas atribuições vêm crescendo substancialmente).

Na pauta do encontro, a avaliação do ensino de Jornalismo, as dificuldades dos cursos de Jornalismo das escolas vinculadas ao governo federal e o encaminhamento de possíveis soluções dos problemas enfrentados. A audiência foi solicitada pelos coordenadores de cursos ao diretor de Avaliação do Inep, Tancredo Maia Filho, durante o 2? Seminário do Provão e o 4o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, realizados no final de abril, em Campo Grande, MS. O argumento central está no fato de que o MEC avalia e faz exigências aos cursos, mas os cursos necessitam do apoio do governo para que atendam às exigências do Estado.

A cinco dias do Provão, a reunião com o ministro certamente será um evento midiático. Mas no momento em que escrevo este texto (sábado, 2/6), impossível prever a cobertura da imprensa.

PROVÃO

No domingo, dia 10, os estudantes que se formam este ano vão novamente ao Provão. Os dirigentes estudantis propõem um "boicote" que preserva o MEC e prejudica a escola na qual se formaram: entregar a prova em branco e tirar zero. Aproveitam uma circunstância perversa da legislação que torna a nota do aluno privada e o conceito da escola, público. Circunstância, aliás, decorrente do jogo político no momento em que o Exame Nacional de Cursos estava sendo debatido no Congresso Nacional. Foi por exigência do então deputado Lindbergh Farias, ex-presidente da UNE, que a lei saiu deste jeito.

Os estudantes têm fortes argumentos, coerentes e consistentes, contra o Provão (veja texto a seguir). Mas não conseguem dar respostas que justifiquem a forma de boicote que propõem.

Entendo que se os estudantes de fato pretendem questionar o Provão não devem comparecer. Se a idéia de contestação crescer, este ano mais de 15% dos alunos manifestarão seu descontentamento com esta forma de avaliação. Gostaria de ver o MEC negar o diploma a um grupo tão expressivo. O não-comparecimento seria uma forma de protesto que atingiria efetivamente o governo. Como negar o diploma a um grupo de estudantes com argumentos tão consistentes?

Esconder-se na privacidade da nota pessoal e prejudicar o conceito da escola que lhe deu conhecimentos, competências e habilidades é covardia e irresponsabilidade.

Não confere com a categoria dos estudantes e líderes estudantis. Vamos ver como as coisas vão se dar.

    
    
                     

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