EMAP NOS EUA
O grupo midiático britânico Emap encerrou sua "infeliz aventura" nos EUA com a venda de seu pacote de revistas americanas por 515 milhões de dólares, informam Braden Reddall e Mike Elliott [Reuters, 2/7/01]. Menos da metade do valor pago pelo Emap há dois anos, embora alguns analistas tenham previsto um preço ainda menor.
O comprador foi a Primedia Inc., sediada em Nova York, que publica as revistas Seventeen e Modern Bride. Com esta transação, a Primedia adiciona mais 60 títulos (entre eles Hot Rod e Guns & Ammo) a suas 250 publicações, o que a torna a segunda maior editora americana no setor de revistas especializadas.
O Emap é mais conhecido pela publicação da revista masculina internacional FHM. Seu investimento no mercado americano foi frustrante, o que custou o emprego do executivo-chefe Kevin Hand, que se demitiu em maio, após anunciar uma redução de 545 milhões de libras no valor do empreendimento. Com a venda, o grupo pretende se concentrar em áreas onde está mais consolidado, como no Reino Unido. "A economia britânica é provavelmente a mais vigorosa do mundo, embora isto não queira dizer muito, porque o resto do mundo se mostra muito instável neste momento", disse Robin Miller, atual executivo-chefe da empresa.
NICKELODEON
Segundo Mireya Navarro [The New York Times, 2/7/01], o canal Nickelodeon estreou três shows com temas latinos em 2000. Um deles, Dora, the Explorer, desenho estrelado por uma garota hispânica de 7 anos que fala inglês e espanhol, é o programa de maior sucesso do momento. Em menos de um ano, Dora tornou-se o show mais assistido por crianças em idade pré-escolar (de 2 a 5 anos) ? tem em média 1,2 milhão de telespectadores, quase o triplo da audiência de seu concorrente mais próximo. Devido à popularidade instantânea, rapidamente foi criada uma linha Dora de brinquedos e vestuário. O programa deve se tornar tão lucrativo quanto Os anjinhos e As pistas de Blue, outros desenhos da Nickelodeon que faturam, cada um, 1 bilhão de dólares por ano.
O sucesso de Dora enfatiza a noção de que, até agora, a melhor recepção a uma programação voltada para os hispânicos se firma no mercado infantil, pois as crianças formam um grupo mais diversificado que o dos adultos. O censo americano de 2000 revelou que, dos habitantes latinos, 35% são menores de 18 anos, e 31% da população total menor de 18 pertencem a grupos diversos do branco não-hispânico.
As principais redes de TV declaram estar se esforçando para integrar minorias em seu horário nobre, e grupos como o National Council of La Raza reconhecem o progresso: os novos programas agora incluem rotineiramente pessoas negras, diz a porta-voz Lisa Navarrete. No entanto, ela lembra que ainda faltam shows em que personagens latinos não se limitem a papéis secundários ou de empregados domésticos. "A Nickelodeon está quebrando o mito de que não-latinos não assistem a um programa sobre latinos", disse Lisa Navarrete. "São shows atraentes para todas as crianças."