Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Nos EUA, transparência

ANALISTAS FINANCEIROS

Analistas financeiros que aparecem na televisão terão que revelar se detêm ações que eles próprios recomendam, de acordo com a lei proposta pela National Association of Securities Dealers (Nasd). A lei requer que analistas revelem se suas firmas de corretagem são proprietárias de 5% ou mais das ações recomendadas ou se receberam comissão; os profissionais devem também destacar, em publicações impressas, quaisquer potenciais conflitos de interesse.

"Há obviamente uma grande preocupação se os investidores, em especial os individuais, compreendem que, quando lêem recomendações de um analista, este pode tanto ter um interesse direto quanto indireto naquela ação", disse Mary Shapiro, presidente da Nasd Regulation Inc., o braço regulador da associação. O público tem até 15 de agosto para debater a medida, quando o conselho do Nasd examinará as opiniões antes de mandar a proposta à comissão reguladora federal. Shapiro espera que a lei comece a valer ainda no primeiro semestre.

No mês passado, o grupo comercial que representa as firmas de corretagem anunciou um regulamento para os analistas. Embora tratem dos conflitos de interesses, as regras não dizem respeito a participações televisivas. A porta-voz do grupo, Margaret Draper, sustenta que se deve dar uma chance para que este regulamento possa funcionar antes que outros sejam decretados. A associação dos analistas individuais diz apoiar a proposta da Nasd, e espera anunciar suas própria orientação neste mês.

A CNN e a CNBC já exigem de seus analistas a revelação de possíveis conflitos de interesse antes de aparecerem no ar. As informações são de Carol Vinzant [Washington Post, 3/7/01].

FREE-LANCERS

Em 25 de junho, a Suprema Corte americana determinou que jornalistas free-lance mantêm os direitos autorais de seus artigos, que só podem ser reproduzidos no meio eletrônico mediante autorização escrita. Apenas duas semanas após a decisão, Jonathan Tasini, presidente da National Writer?s Union, ameaça entrar com outra ação contra The New York Times, acusando-o de subverter a nova lei.

Após a sentença, o jornal começou a apagar os trabalhos de free-lancers de seus arquivos. O Times ofereceu-lhes a opção de transferir seus direitos para que mantivessem os trabalhos arquivados. Segundo um memorando interno, o NYT já removeu 115 mil artigos de 27 mil free-lancers, e determinou que, dali em diante, nenhum material free-lance será publicado sem contrato assinado. "Qualquer matéria programada para publicação e escrita por free-lancer que não tenha contrato será cancelada imediatamente, mesmo que isto exija refazer a página e usar anúncios da casa", diz o memorando.

A decisão causou situações difíceis para free-lancers que colaboram com o Times há algum tempo, porque tanto os trabalhos antigos quanto os atuais ficam afetados. Segundo Tasini, pelo menos um jornalista free-lance foi avisado de que, a menos que assine um contrato, seu trabalho atual não será publicado. "Com ameaças e intimidações, o Times está tentando passar por cima da decisão da Suprema Corte, e nós não apoiaremos isso", rebateu Tasini. As informações são de Kenneth Li [The Standard, 5/7/01].

    
    
                     

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