Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Inimiga dos comerciais

SUÉCIA

A Suécia quer estender à Europa sua legislação sobre comerciais de TV para menores de 12 anos. E parece estar ganhando adeptos na União Européia. A medida limitaria o poder que as empresas americanas têm de induzir crianças européias a hábitos consumistas. Com isso, emissoras comerciais européias estão ameaçadas de perder US$ 200 milhões por ano em anúncios, segundo lobistas da indústria do entretenimento.

Tal proibição seria impensável nos EUA, mas na Suécia, onde a TV comercial existe há uma década, é proibido veicular anúncios de produtos para crianças. No entanto, propaganda de TV para menores de 12 anos, segundo Sam Loewenberg [The Los Angeles Times, 9/7/01], são inevitáveis por causa da TV via satélite. Daí a iniciativa em lançar uma restrição continental.

Os suecos querem anexar sua proposta à diretriz da Televisão Sem Fronteiras, que regulamenta a TV na União Européia. Em campanha febril, o país parece já ter garantido as adesões de Dinamarca, Grécia, Bélgica, Noruega e Itália.

A Disney prevê um desastre se a medida for aprovada. A companhia teme que, sem o faturamento deste tipo de comercial, emissoras privadas não poderão pagar programas e filmes da TV Disney. Mas a ameaça não assusta os suecos. O país nórdico sustenta que jovens não têm bagagem para lidar com a enxurrada de produtos direcionados a eles enquanto assistem a seus programas favoritos, não sabendo dissociar entretenimento de merchandising.

O outro lado, que abarca lobistas e companhias americanas como Viacom ? que transmite a MTV ?, AOL Time Warner, Disney, Coca-Cola, entre outras, acredita que o direito de assistir à propaganda é uma "liberdade básica".

SURVIVOR III

Na semana passada, quando Mark Burnett, produtor de Survivor ? versão americana de No Limite ? chegou à Reserva Nacional de Shaba, no Quênia, para começar as filmagens de Survivor: Africa, recebeu a visita de um executivo da CBS. É a primeira vez que a emissora envia um cão-de-guarda para supervisionar Survivor. Nas duas primeiras versões do programa, em Bornéu (na Malásia) e na Austrália, o cidadão ficava nos escritórios da CBS.

A emissora sabe que essa terceira edição de Survivor possivelmente será alvo de análises mais intensas, por isso quer alguém in loco durante a competição, de US$ 1 milhão.

Burnett disse que não mudará seu estilo. "Não vou consertar o que não está quebrado", disse. "Temos um programa ótimo e usaremos basicamente a mesma fórmula do ano passado." Na opinião de Donna Petrozzello [New York Daily News, 9/7/01], é evidente que Survivor: Africa dará mais trabalho que os predecessores, com grandes preocupações quanto à segurança. Ativistas antigovernistas no Quênia condenam a presença da equipe na reserva. A segurança foi quadruplicada, e policiais federais reforçaram a vigília sobre a zona onde será proibido sobrevoar, de forma a desencorajar observadores inconvenientes.

    
    
                     

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