TELETIPO
Jornalistas financeiros que pulam para das finanças não são raros nos EUA. Wall Street ficou eriçada com a notícia de que Steve Lipin, repórter-estrela que cobria fusões e aquisições para o Wall Street Journal, está deixando o jornal nesta semana para se tornar assessor de imprensa de corporações em processo de fusão. No dia 13 de julho Lipin anunciou que trabalhará para a Brunswick, uma assessoria de comunicação famosa na Europa. As informações são de Andrew Ross Sorkin [The New York Times, 16/7/01].
Andrew Sullivan, renomado jornalista que escreve para New York Times Magazine e New Republic, afirmou em artigo da semana retrasada que arranjou patrocínio para sua eu-zine ? sítio de uma só pessoa ? com uma indústria farmacêutica, Pharmaceutical Research and Manufacturers of America. Em troca dos US$ 7.500 recebidos, Sullivan colocou um link para a empresa em sua página. A revista online Salon criticou imediatamente o jornalista por ter aceitado pagamento de uma indústria. Sullivan disse que devolveria o dinheiro para não ter de se justificar cada vez que tocar no assunto. O conflito, segundo Alex Kuczynski [The New York Times, 16/7/01], leva a uma discussão mais ampla sobre a questão de patrocínios no novo e crescente mercado das eu-zines.
Lynne Russell, ex-apresentadora da CNN Headline News, está tentando deslanchar na carreira de atriz. A jornalista de 54 anos disse que negocia uma sessão de fotos para a Playboy. Ainda não está definido se Lynne posará nua ou em roupas mínimas. De acordo com Michael Starr [The New York Post, 19/7/01], a jornalista saiu da CNN em maio, após 18 anos na emissora. Uma das substitutas de Lynne na CNN é Andrea Thompson, ex-estrela do NYPD Blue, da ABC. Fotos de Andrea nua apareceram na internet pouco depois de a CNN anunciar sua contratação.
No dia 19 de julho, cerca de 200 manifestantes se reuniram em frente ao prédio do New York Times para protestar pelo tratamento dado a jornalistas free-lance. Os manifestantes, barulhentos mas pacíficos, carregavam faixas com slogans que tentavam convencer o Times a pagar a free-lancers um bônus toda vez que suas reportagens forem publicadas na internet. Agora, a maioria dos jornais exige que jornalistas free-lance assinem um contrato de cessão de direitos de copyright eletrônico. Os manifestantes afirmam que o Times está ignorando recente sentença da Suprema Corte, determinando copyright separado para o meio impresso e o eletrônico. As informações são de Nancy Dillon [New York Daily News, 20/7/01].
Time Inc., o setor de revistas da AOL Time Warner, negocia a compra da IPC Media, a editora de revistas britânica que publica Loaded, Horse & Hound e What?s on TV , o guia televisivo mais vendido no Reino Unido. As discussões já atingiram um estágio avançado, firmando o preço em US$ 1,5 bilhão, informa Suzanne Kapner [The New York Times, 14/7/01]. Caso a transação se complete, será o maior investimento da AOL Time Warner fora dos EUA desde que foi criada. Executivos da companhia têm declarado que pretendem aumentar seu faturamento internacional, que hoje representa menos de 20% do total. A compra seria a mais recente de uma série de aquisições da empresa, que está sob pressão para atingir metas de crescimento apesar do declínio de anúncios.
O magnata Rupert Murdoch é o número 1 da mídia britânica, segundo a lista dos 100 mais da MediaGuardian. Mas a escolha do empresário australiano não foi automática, pela primeira vez em 10 anos, revela Dan Milmo [The Guardian, 16/7/01]. O júri que elegeu os mais influentes da mídia no Reino Unido considerou que Murdoch é "muito menos influente do que há 18 meses", tendo sua posição ameaçada por Gerald Levin, da AOL Time Warner (o quarto do ranking), e Jean-Marie Messier, da Vivendi Universal (n? 51). No entanto, seu império de jornais, revistas e canais de TV ainda o torna o homem mais poderoso do mercado britânico, como resumiu um jurado: "Se eu fosse Tony Blair e tivesse que escolher em quem atirar, certamente escolheria Rupert Murdoch."
Dois grandes estúdios de Hollywood, Sony e Warner, entraram em acordo para apoiar a tecnologia que deverá proteger seus conteúdos digitais em aparelhos domésticos. As companhias assinaram contrato com Digital Transmission Licensing Administrator, uma aliança dos cinco grandes fabricantes eletrônicos (Intel, Toshiba, Matsushita, Hitachi e Sony). O acordo representa um progresso em relação ao futuro das redes de entretenimento, quando os consumidores poderão fazer cópias digitais de programas e assisti-los em diferentes aparelhos domésticos. As companhias se preocupam com a possibilidade de que os consumidores façam cópias perfeitas e não-autorizadas de seus programas, e que os transmitam de graça pela rede. As informações são de Anna Wilde Mathews [The Wall Street Journal, 17/7/01].
Robert Bartley, editor de opinião do Wall Street Journal,
deve deixar o cargo, informa Howard Kurtz [The Washington Post,
19/7/01]. Bartley foi o responsável, ao longo de 30 anos,
pela transformação da página editorial do WSJ
na "principal expressão diária da opinião
conservadora", observa Rich Lowry, editor da National Review.
Paul Gigot, 46 anos, ganhador do prêmio Pulitzer por comentário
político em 2000 e autor da coluna Potomac watch,
vai sucedê-lo. Para assumir o posto, Gigot deverá mudar-se
para Nova York, abrindo mão de seus debates televisivos com
o colunista Mark Shields no NewsHour with Jim Lehrer, da
PBS.
Tina and Harry come to America: Tina Brown, Harry Evans, and the uses of power, a ser publicado pela Free Press, faz crítica feroz à ambição dom conhecido casal de jornalistas americanos. Escrito por Judy Bachrach, da Vanity Fair (cujo editor, Graydon Carter, é antigo desafeto de Tina), o livro acusa Harold Evans, ex-diretor editorial do Daily News of New York, de ter usado sua posição no jornal para influenciar a cobertura relacionada à revista Talk, dirigida por sua mulher. Em entrevistas a Alex Kuczynski [The New York Times, 16/7/01], executivos e integrantes da equipe do Daily News confirmaram as denúncias da autora. O casal se recusou a comentar o assunto.
O setor de revistas impressas está sofrendo as conseqüências da queda de faturamento publicitário. Segundo Jon Fine [Advertising Age, 16/7/01], executivos informam ter recebido ofertas para comprar a Maximum Golf, da News Corp., e Mary Engelbreit’s Home Companion; alguns teriam sido sondados para uma futura sociedade na revista Gear, de Bob Guccione Jr.. Outros títulos que estariam em fase de negociação são Working Woman e Working Mother, da Working Woman Network e The Industry Standard, da Standard Media International. A maioria das companhias se recusa a comentar os rumores. A revista Walking, da Reader?s Digest Association, foi fechada na semana passada, e o primeiro round de ofertas pela The Source é esperado para o fim de julho.