JORNAIS NOS EUA
Estudo envolvendo 360 jornais, patrocinado pela associação de editores administrativos da Associated Press (APME) e executado pelo Pew Center for Civic Journalism e a National Conference of Editorial Writers, concluiu, segundo Gina Holland [The Associated Press, 26/7/01], que na luta contra a queda de circulação os editores estão permitindo contato direto entre leitores e repórteres, além de deixar que publiquem suas próprias reportagens e discutam problemas comunitários em espaços fora das cartas ao editor.
O estudo mostrou mudanças em diversos setores, do design ao conteúdo. Editores estão até solicitando dicas dos leitores. Nove entre 10 editores entrevistados disseram que o futuro da indústria depende de grande interação entre jornais e leitores. O mesmo número disse que seus empregos envolvem mais que a simples entrega de notícias, abrangendo explicações sobre as reportagens e postura crítica frente ao jornalismo investigativo.
Na última década, a circulação dos jornais americanos caiu em média de 0,5 a 1% ao ano. Para o analista John Morton, as mudanças não resolvem o problema. "É muito cedo para dizer qual o impacto que as recentes mudanças causarão", disse Morton. Segundo o estudo, cerca de um quarto dos jornais têm mais reportagens sobre educação, saúde, medicina e boa forma em relação a cinco anos atrás. Três quartos dos jornais estavam cobrindo menos reuniões do governo. Houve pouca diferença na cobertura de crimes e política.
CONDÉ NAST
Na semana passada, James Truman, diretor editorial da Condé Nast, anunciou à equipe de editores-chefe que iria contratar o renomado e controvertido arquiteto holandês Rem Koolhaas para trabalhar na companhia. Koolhaas não fará arquitetura. Será o mais novo consultor editorial e comercial da empresa, de acordo com Alex Kuczynski [The New York Times, 23/7/01].
Truman quer novos pontos de vista. "Achamos que poderia ser interessante trazer uma outra mente para o nosso negócio, particularmente a mente de uma pessoa brilhante para desenhar mídia e idéias diferentes ao mesmo tempo", afirmou. Queridinho do mundo da moda ? é arquiteto da grife italiana Prada ?, Koolhaas escreve sobre moda e design. Seu livro S, M, L, XL, escrito com o especialista em design gráfico Bruce Mau, oferece 1.346 páginas de imagens provocativas, desenhos de trabalho e fotografias de filmes pornográficos.
"Ele não vai editar as revistas. Ficará observando-as de uma perspectiva mais ampla de como se comunicam e como são divulgadas", disse Truman. Koolhaas disse ser muito cedo para saber com quais revistas vai trabalhando e afirmou que está interessado em aplicar teorias do design em assuntos culturais maiores e que tem especial afeição por revistas. "Fui jornalista, então sou completamente obcecado por revistas e jornais."
DISNEY COMPANY
Após a compra da Fox Family Worldwide, executivos da Walt Disney Company anunciaram que planejam criar um canal que, como nenhum outro, aproveitará a programação de esportes, entretenimento e noticiários da rede ABC.
Segundo Bill Carter [The New York Times, 24/7/01], o canal ABC Family, uma nova configuração do que é hoje o Fox Family, será uma espécie de ABC2, por repetir, no mesmo dia, os programas da ABC, como os jornalísticos Nightline e Good morning America. Repetir a programação é uma tendência crescente, que as redes usam para diminuir custos.
A compra da Fox ? que também pertence à News Corporation, à Saban Entertaiment e 1% à Allen & Company ? pode não ser o último lance da Disney no setor. A companhia está discutindo com outras empresas a possibilidade de se lançar como representante dos interesses a cabo da AT&T, alvo de um leilão da operadora de cabo Comcast.
Uma questão em aberto é o futuro do 700 Club, programa apresentado pelo evangélico Pat Roberton na Fox Family Worldwide. Os executivos da Disney dizem ser obrigados pelo acordo a manter o programa, e anunciam que por enquanto não farão qualquer mudança.