CALÚNIA DIGITAL
"A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) está para decidir que os crimes contra a honra – calúnia, injúria ou difamação – cometidos na internet podem ser julgados. O réu do processo é o desembargador Ernani Vieira de Souza, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que divulgou no site Pegando Fogo, em 1999, uma carta acusando Serys Marly (PT) de ter desviado dinheiro público quando exerceu o cargo de secretária de Educação do estado.
Durante o julgamento, o ministro Humberto Gomes levantou a questão de que a Lei de Imprensa não pode ser aplicada a crimes praticados na internet, por não haver menção específica a esse meio eletrônico na legislação. Mas o ministro Nilson Naves ponderou que calúnia, injúria e difamação são delitos tipificados no Código Penal, e a internet é um meio de comunicação através do qual podem ser cometidos."
AUDIÊNCIA
"O tempo total de conexão à Internet caiu 12% no Brasil nos últimos três meses, de 3,62 bilhões de minutos em abril, para 3,23 bilhões de minutos no mês passado, segundo recente estudo da Jupiter Media Metrix.
Trocando em miúdos, isso representa queda na audiência web equivalente a 6,55 milhões de horas de navegação em 90 dias. No mesmo período, o número de usuários que acessaram um endereço www a partir de suas casas ficou praticamente inalterado.
Quem acessava continuou acessando, mas navegou menos. No orçamento doméstico, economizou na conta de luz e, de quebra, na conta telefônica.
Talvez tenha transferido para o local de trabalho parte do tempo que passava em determinados sites, mas ainda não dá para mensurar esse possível deslocamento, pois tanto o Media Metrix (www.mmxi.com) quanto o Ibope eRatings (www.ibope.com.br) medem apenas o consumo doméstico da Internet.
Nos EUA, por razões distintas, a Internet também reduziu, e muito, a sua curva de crescimento, o que tem levado alguns analistas à previsão de que o mercado da rede estaria perto do pico por aquelas bandas. O principal argumento usado por esses analistas está na fantástica penetração do computador pessoal, hoje presente em 65% dos lares americanos.
No Brasil, onde o acesso à Internet ainda é privilégio de algo em torno de 7% da população total, a explicação é bem mais simples. O fantasma do apagão e a necessidade de reduzir em 20% o consumo de energia elétrica fizeram com que as pessoas desligassem tudo o que era possível, poupando do liga-e-desliga apenas aquilo que consideravam absolutamente imprescindível.
Quem atingiu a meta com facilidade nas primeiras semanas do racionamento, relaxou um pouco. Quem ficou longe, continua tentando cortar aqui e ali. A dúvida é saber, após o período de penumbras, o que será religado primeiro, o frezer ou o computador, embora todos saibamos que em termos de consumo energético não há comparações entre um e outro.
Se para as empresas de Internet o desafio está em continuar criando conteúdos de qualidade de forma a manter e conquistar novos usuários, para as operadoras de telefonia a redução no faturamento deveria servir para apressar a criação da chamada tarifa plena, pela qual o usuário pagaria valor fixo, bem mais baixo que o sistema atual de tarifas, independentemente do tempo que permanecer conectado à Internet.
De tempo em tempo Devemos aos egípcios a divisão dos dias em 24 horas, como estamos habituados a contar e a conferir nos nossos relógios. Mas quem vive atrasado e acha que 1.440 minutos representam pouco diante de tudo o que é preciso fazer todos os dias, vale a pena “perder algum tempo” vasculhando o site do Museum of Science and Industry de Chicago (www.msichicago.org) e conhecer diversas e curiosas formas de medir o tempo. De preferência, faça isso em companhia do seu filho ou do seu aluno. Você e ele vão participar de uma proveitosa aula sobre o tempo, com exemplos práticos de vários enunciados da física moderna.
No site do museu estão expostos 30 entre os 500 tipos diferentes de relógios que integram a mostra permanente. Entre os equipamentos mais pitorescos encontra-se um despertador do século 18, que acende uma vela na hora programada. Mais recente, mas não menos enigmático, é o relógio criado no fim dos anos 60 por um astrônomo para medir com maior precisão a órbita dos planetas. Não espere demonstração prática desse relógio. Uma volta completa dos ponteiros leva “apenas” 25 mil anos para ser completada.
? Um bom exemplo de tecnologia invisível – aquela que nos auxilia, mas que muitas vezes nem percebemos: 368 relógios de rua da capital paulista são atualizados permanentemente por GPS, de Global Positioning System. O sistema foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa Norte-Americano, mas hoje é usado em aviões, barcos, alguns modelos de automóveis e até simples relógios de pulso com extrema precisão. Funciona assim: um conjunto de satélites em orbitas estratégicas ao redor da Terra trocando informações com estações de rastreamento terrestre e enviando os resultados para receptores de GPS.
Entre as informações transmitidas estão as quatro variáveis para uma navegação segura – latitude, longitude, altitude e o horário, controlado por um relógio atômico presente em cada um daqueles satélites. A Publicrono, empresa que administra os relógios na área de concessão da Emurb, garante que o sistema de controle do horário e da temperatura por GPS dá a certeza de que nenhum relógio mostrará a hora errada durante o seu funcionamento normal."