U.S. NEWS & UNIVERSIDADES
Leon Botstein, presidente da Faculdade Bard, em Nova York, ficou inconformado com a lista de melhores escolas americanas publicada na revista U.S. News & World Report. "O critério é ridículo", disse Botstein. "É a armação jornalística de maior sucesso que já vi. Uma fraude catastrófica. Corrupta, intelectualmente miserável e revoltante."
A edição de 10 de setembro da U.S. News trará a relação que destruirá ou bajulará a reputação de faculdades e universidades dos os EUA. Desde a estréia, em 1983, a lista conquistou um respeito totêmico, especialmente entre pais dispostos a gastar o que for para pôr o filho em boas universidades.
A publicação causa frisson e rivalidade entre as instituições de ensino superior americanas, uma vez que estas sentem aumento ou queda no número de inscrições conforme a posição que ocupam no ranking a cada ano. As vendas da revista sobem, mas muitos educadores questionam, há muito, seu valor.
Agora, o questionamento será justificado. Amy Graham, ex-diretora de pesquisa de dados da U.S. News e supervisora da lista de 1997 a 1999, está publicamente desbancando o critério fundamental da relação, segundo Alex Kuczynski [The New York Times, 20/8/01]. Na edição de setembro da revista The Washington Monthly, Amy afirma que a maneira pela qual a revista reúne dados e estabelece rankings "desafia o senso comum" e produz resultados errôneos.
Entre outros problemas, os rankings, de acordo com o artigo de Amy, "registram em primeiro lugar a saúde e a reputação de uma escola", dando muito peso a dados como notas de calouros que estão para entrar na faculdade. Peter Cary, diretor de projetos especiais da U.S. News e supervisor da lista, discorda de Amy e outros críticos.
De qualquer forma, a lista revelou-se lucrativa para a revista em tempos de crise desse setor da indústria. No ano passado, a publicação que trouxe a relação das faculdades vendeu nas bancas cerca de 40% a mais que o normal.