PICADEIRO
ISTOÉ
Enquanto descansa do "jornalismo investigativo" que consiste em divulgar
grampos entregues na redação, IstoÉ gosta de praticar
o "jornalismo científico". Na sua edição de 4
de junho, o semanário trata novamente dos "Adversários do
Coração" (págs.88-95) e na pág. 90 dá
sua decisiva contribuição à inclinação brasileira
para a automedicação indicando os nomes dos remédios que
podem baixar o colesterol. Entre eles o Lipobay, da Bayer, que algumas semanas
depois foi proibido por ter causado cerca de 80 mortes, algumas no Brasil. Claro:
a revista não poderia advinhar o que aconteceria com uma droga produzida
por uma laboratório deste porte. Mas deveria lembrar-se de um dos postulados
do jornalismo médico: explicar a doença e a cura mas nunca divulgar
nomes de remédios ? para não induzir os leigos. (Alberto
Dines)
JÂNIO QUADROS
Ponto para aqueles que souberam acertar o tom na cobertura dos 40 anos da renúncia de Jânio Quadros. No jornalismo online, o iG vem dando exemplos bastante interessantes de cobertura. O Especial sobre a renúncia de Jânio está muito bem editado.
Apenas um equívoco a se corrigir. Na matéria principal, Renato Pompeu afirma que a carta e o documento de renúncia eram ensaios, a ser analisados por Oscar Pedroso d?Horta, ministro da Justiça e outros assessores. E que o ministro confundiu-se ou aproveitou-se do fato de estar com um documento destes na mão para demitir o patrão. Não há relato ou analise que embase esta versão.
O imprescindível e definitivo relato de Carlos Castello Branco (A renúncia de Jânio, editora Revan, 1993) mostra que a hipótese aventada no iG parece incompatível com os dados conhecidos. ( Victor Gentilli)