TERROR & HORROR
"Horror, espetáculo e fundamentalismos", copyright Folha de S. Paulo, 13/09/01
"Fim de mundo, invasão marciana, Godzilla, King Kong: o ataque ao World Trade Center imita um filme-catástrofe, não há dúvida. O cinema americano certamente inspirou os autores dessa barbaridade, até mesmo pelo senso do espetáculo, pelo ritmo estudado e preciso com que as cenas de horror se sucederam. Não vou dizer que Deus é grande, mas Spielberg é seu profeta.
A questão talvez seja outra. Trata-se de saber se as profecias de Hollywood -a tão famosa ?fábrica de sonhos?- correspondem a algum desejo secreto da sociedade americana. Não pretendo fazer psicanálise barata, e é claro que ninguém quer ver milhares de inocentes trucidados em nome de não sei que princípio religioso ou doutrina política.
Mas um ataque brutal, simultâneo, imprevisto, covarde, sem declaração de guerra, fruto da pura estupidez, funciona perfeitamente para que o imenso potencial bélico americano agora possa ser empregado sem as supostas boas maneiras de país civilizado. Somos bons, justos, liberais, OK, mas vocês passaram dos limites e agora vão ter chumbo: este é basicamente o roteiro de todo filme americano.
O problema é que, até agora, os incontáveis bombardeios e atos de terror protagonizados pelos Estados Unidos tinham adversários remotos, justificativas longínquas. Quantos milhares de crianças morreram nos bombardeios ao Iraque? Quantos alvos civis foram atingidos ?por falha técnica? nos ataques à Sérvia? Como se pode condenar o terrorismo depois de ter usado o napalm no Vietnã? Isso para não falar de Hiroshima e Nagasaki.
Com o ataque ao WTC e ao Pentágono, as coisas se descomplicam. O foco narrativo ganha nitidez: está na hora de John Wayne entrar em cena, e ele não precisa ficar dando muitas explicações sobre geopolítica, nem perder tempo expondo os intrincados problemas da península balcânica ou do Oriente Médio.
Ataque terrorista? Não sei se é bem este o termo. Uma coisa é a ação de um grupo extremista contra um Estado constituído -as bombas do ETA, por exemplo. Outra coisa é um confronto internacional que, em vez do tradicional choque entre exércitos, se expressa por uma alternância de atentados bárbaros à população civil. A autoria do último atentado é ainda desconhecida; mas não há dúvida sobre quais as forças que estão em guerra. Uma guerra descontínua, anônima, de tipo viral, mas guerra ainda assim.
Se me perguntarem, é claro que prefiro Bush a Bin Laden, os republicanos ao Taleban. Mas não é obrigatório pensar se é melhor bombardear Manhattan ou destruir Cabul.
Leio o discurso de Bush. ?Os EUA foram alvo de ataques porque nós somos a mais resplandecente chama da liberdade e das oportunidades no mundo. Ninguém impedirá essa luz de continuar brilhando.? É um tanto fundamentalista para o meu gosto, e essa chama da liberdade já matou gente demais.
Um ensaísta que respeito muito, o português Eduardo Lourenço, declara que as duas torres destruídas ?eram um símbolo de força econômica e da potência política dos EUA, mas também um patrimônio da cultura ocidental do século 20, um marco da cultura moderna.? Patrimônio da cultura moderna? Não sabia.
Como todo mundo, vi com estupefação a cena de crianças e adultos palestinos comemorando o morticínio com bandeiras e buzinaços, como se fosse uma vitória de time de futebol. Atitude detestável, a desses palestinos; não o suficiente, entretanto, para que sejam bombardeados. Lamento as vítimas americanas; não que o Pentágono seja atingido.
Uma das crianças, aliás, aparecia na foto com uma camisa da seleção brasileira. Isso não vem muito ao caso; só observo que não há por que entrar num clima automático de torcida, muito menos quando os hooligans estão à solta."
"Ataque ao WTC expõe aldeia global", copyright O Estado de S. Paulo, 15/09/01
"Mal completaram-se 12 dias da transmissão pela TV do seqüestro de Silvio Santos, quando quase todos os canais derrubaram a programação e mostraram ao vivo o cerco policial à casa do animador, o público depara-se com a transmissão, em cadeia mundial e em tempo real, dos atentados em Nova York e Washington, que provocaram destruição e a morte de milhares de pessoas.
A perplexidade que o público brasileiro sentiu com o passo-a-passo do seqüestro de SS foi experimentado por uma audiência quase do tamanho do planeta que pôde, graças aos satélites, tornar-se testemunha ocular da história (só para acrescentar mais um jargão à lista que os meios de comunicação reproduziram esta semana).
A experiência, inesquecível sob todos os pontos de vista, mexeu com todos os veículos, mas foi na TV que ela assumiu a sua real dimensão. Assistir, ao vivo, ao choque do segundo avião contra a torre gêmea do World Trade Center e as conseqüentes cenas de terror que se seguiram, veio demonstrar quanto estava certo Marshall MacLuhan com sua tese sobre a ?aldeia global? que o mundo viria a tornar-se.
A comparação entre os dois eventos – SS e EUA – é inevitável e reveladora. Dados do Ibope mostram que o seqüestro de SS teve maior repercussão. No dia 30 de agosto, 50% dos aparelhos de TV estavam ligados na Grande São Paulo, enquanto na terça, menos de 35% dos televisores estavam funcionando.
Não quer dizer que o telespectador brasileiro tenha valorizado mais a vida de uma única pessoa (uma celebridade, no caso) do que a de milhares de anônimos. Conclusões apressadas induzem a erro. O elemento surpresa foi determinante. No primeiro caso, o público já havia sido preparado pelo desfecho do seqüestro de Patrícia Abravanel no dia anterior e estava atento para a prisão do seqüestrador. Portanto, quando a casa de SS foi invadida, as atenções estavam voltadas para o caso.
O ataque terrorista contra dos Estados Unidos foi completamente inesperado, tanto que os meios de comunicação demoraram para configurá-lo como tal. A consciência da gravidade da catástrofe foi acontecendo ao longo do dia. O ibope do Jornal Nacional da noite de terça foi o maior do ano: média de 52 pontos, ou seja, quase 2,4 milhões de domicílios só na Grande São Paulo.
A TV brasileira comportou-se de maneira homogênea, até porque as imagens e informações vinham da mesma fonte: a CNN. Logo nos primeiros momentos da transmissão ao vivo houve certa enrolação, porque reza a cartilha das emissoras que o tempo deve ser preenchido com imagens e locução, mesmo que não haja informação a ser dada. De lascar mesmo foram os programas vespertinos tentando ?adaptar? a tragédia a seus padrões. Convocar esotéricos para demonstrar que o desastre estava previsto em profecias foi forçar demais a barra."
"Crítica Interna", copyright Folha Online (www.folha.com.br)
Dia 12 ? Um registro das manchetes de hoje dos principais jornais brasileiros de circulação nacional:
Folha: ?EUA sofrem maior ataque da história?
?Estado?: ?Terrorismo declara guerra aos EUA?
?Globo?: ?Terror suicida pára o mundo?
?JB?: ?EUA armam resposta ao terror?
?Valor?: ?Terror abala economia mundial?
?Gazeta Mercantil?: ?EUA vulneráveis; o mundo atônito?
A começar pela manchete em duas linhas com caixa alta, a edição da Folha (com 34 páginas sobre o assunto, afora a capa e Opinião) está à altura da dimensão histórica dos acontecimentos de ontem. É inegável que conseguiu ir além da simples reprodução daquilo que trouxeram TV, internet e rádio. Ou seja: cumpriu o seu papel. O principal diferencial ?quente? em relação aos demais jornais está, a meu ver, nos relatos minuciosos da reportagem, nas declarações colhidas de pessoas que vivenciaram o pânico em NY e em entrevistas com especialistas. Importrante, também, jornalisticamente, o artigo do embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa (pág. A3). Registre-se a ausência de imagens das vítimas (não só na Folha), o que deveria ser, até, objeto de reportagem (houve censura, restrições?). Relaciono a seguir algumas observações críticas, lacunas e questões de enfoque:
1) Por mais que a linha oficial do governo americano vá nessa direção, discordo do chapéu ?Guerra na América?. Foram atentados terroristas, claramente. A expressão ?guerra? pode até servir em termos formais para dar base a uma ação militar dos EUA contra um país. Mas, efetivamente, não há, até o momento, uma guerra. Na Primeira Página, faltaram chamadas (pequenas) para os textos dos correspondentes do jornal fora dos EUA;
2) É exagerada a afirmação da chamada da capa de que ?em países árabes, a população saiu às ruas para comemorar?. Houve manifestações de palestinos em Jerusalém Oriental e no Líbano (registre-se, aqui, a curiosidade de que um menino, na foto, usa camisa da seleção brasileira), o que é bem menos do que essa generalização. Além disso, segundo ouvi no rádio, essas manifestações se referiam ao ataque ao Pentágono, não às torres do WTC. Outro dado: o jornal não noticia que houve manifestação de apoio ao ato por parte da TV iraquiana, que, segundo o ?Globo?, saudou os atentados como a ?operação do século?. Também não vi na Folha registro de que dezenas de palestinos do Chuí (RS) saíram às ruas para festejar;
3) Os textos informam que havia 266 pessoas a bordo dos quatro aviões sequestrados. A arte ?Veja o que aconteceu nos EUA? traz números de cada aeronave que, somados, totalizam 275. A verificar;
4) A legenda da impressionante foto da pessoa que se jogou da torre (pág. A5) diz que se trata de um americano. Como se sabe que era americano? Não dá para saber;
5) O terceiro discurso do presidente Bush ao longo do dia aconteceu, segundo a arte da pág. A4, às 20h30. De acordo com texto da pág. A7, porém, ele se deu às 21h. Aliás, dadas as especiais circunstâncias históricas, o jornal deveria ter publicado as íntegras dos três discursos (os dois primeiros, bastante curtos), não apenas do terceiro;
6) A retranca ?Queda de Boeing na Pensilvânia mata 45? (A6) não menciona a hipótese, aventada ontem ao longo do dia, de que esse avião tivesse sido abatido por forças oficiais;
7) O quadro ?Entenda o desabamento, passo a passo? (A11) não menciona a hipótese, também veiculada, de que, além do choque das aeronaves, os terroristas teriam estrategicamente colocado dinamites nos edifícios. Pode não ser a verdade, mas ainda não há comprovação disso;
8) A arte de página dupla (A10 e A11) informa ora que o WTC tinha 40 mil funcionários, ora 50 mil. Qual é o certo?
9) A retranca ?Internautas comemoram onda de ataques? (A28) reflete apenas uma pequena parte daquilo que aconteceu na internet. Faltou uma cobertura sobre o que fizeram os sites noticiosos, aqui e internacionalmente. Sobre mídia, o jornal deveria ter registrado, também, que houve edições extras em vários países. O fato de a Folha ter optado por não fazer a sua (ao contrário do ?Globo? e do ?JB?), posição, aliás, com a qual concordo, não devia impedi-la de trazer a informação;
10) Não vi na Folha declarações do secretário de Estado Colin Powell, que estava no Peru (o ?Estado? publica);
11) Senti falta de material sobre como funciona (ou não) o sistema de defesa dos EUA (o jornal concorrente paulista também trouxe interessante texto com dados concretos sobre isso). Nesse aspecto, aliás, a Folha deixou de publicar que o alerta adotado no Pentágono ontem foi de grau 4, apenas um ponto a menos do que o alerta máximo;
12) Faltou na Folha uma edição que agrupasse em uma ou duas páginas algumas fotos mais expressivas, em forma de painel. A edição extra da ?Época?, por exemplo, faz isso, e o resultado é muito impressionante. Por falar em imagens, faltou mostrar, em foto, como eram as torres do WTC antes de tudo acontecer. Nem todos os leitores do jornal já foram a NY;
13) O ?Estado? informa que havia algo em torno de dez empresas brasileiras no WTC, assim como um grupo de quinze engraxates brasileiros. Publicou também as medidas adotadas ontem pelo prédio do WTC aqui de São Paulo. Não vi na Folha;
14) Segundo a ?Gazeta Mercantil?, o prejuízo das seguradoras poderá superar US$ 10 bi, bem mais do que os US$ 5 bi estimados em reportagem da Folha (A32). O jornal econômico informa também que as seguradoras já arcaram com US$ 18,2 bi por ocasião do furacão Andrew em 92, valor bem superior aos US$ 3 bi gastos pela explosão de uma plataforma em 1988 e que, segundo a Folha, seria o montante recorde. A verificar;
15) Senti falta de informação sobre a Bolsa de Tóquio no material sobre repercussões no mercado financeiro. Segundo o ?Estado?, ela abriu ontem à noite (manhã de quarta-feira lá) com queda de 6,6%. A Folha não teve a informação?;
16) No lado oficial da cobertura, o jornal deveria ter ouvido o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer ;
17) O ?Valor? traz interessante retranca sobre o provável impacto político dos atentados na sucessão presidencial brasileira (o deputado Aloizio Mercadante, por exemplo, teme uma eventual ?reação conservadora do eleitorado?);
18) Alguns textos da Folha arredondam para 2.400 o número de mortos em Pearl Harbor. Como foram 2.330, segundo texto na página A9, o correto seria arredondar para 2.300.
Dia 17 – Após um fim de semana de expectativa e incerteza, as manchetes de hoje, unânimes, destacam o primeiro passo político-diplomático concreto dos EUA rumo à retaliação. Folha: ?Teleban vai receber ultimato?. ?Globo?: ?Afeganistão recebe ultimato para entregar Bin Laden?; ?Estado?: ?Ultimato do Paquistão isola Taleban?; ?JB?: ?Ultimato dá 72 horas a Bin Laden?. No caso da Folha, a sequência de manchetes nos últimos três dias é ilustrativa do curso dos acontecimentos, ao menos de um enfoque bastante determinado. Dos principais jornais, é o único que trouxe a palavra Taleban em todas elas (sábado: ?Bush tem aval para ataque e Taleban promete reagir?; domingo: ?Taleban convoca ?guerra santa?; segunda: ?Taleban vai receber ultimato?).
11 de setembro (fim de semana)
1) A busca de explicações, análises e projeções foi unânime nos jornais, no fim de semana. Nesse aspecto, dois itens, na Folha, merecem destaque, um positivo e um negativo. Quanto ao primeiro, é o caderno ?10 focos de tensão? (domingo), aliado aos artigos de Paul Auster, Dornbush, Timothy Garton Ash, entre outros. O jornal se destaca, aqui, enquanto os demais (notadamente o ?Estado?) se baseiam, principalmente, em artigos dos jornais estrangeiros. Do ponto de vista negativo, está a ausência de artigos/entrevistas com alguns pesos-pesados da política interna e externa dos EUA. O ?Globo? de domingo, por exemplo, trouxe entrevista com Madeleine Albright na qual a ex-secretária de Estado defendia que fosse dado um ultimato ao Afeganistão (nada mais nada menos do que isso que está nas manchetes de hoje). O ?Estado? reproduz hoje reportagem do ?Sunday Times? com Henry Kissinger na qual o também ex-secretário de Estado critica os EUA por terem descuidado da diplomacia. Em contrapeso a esses dois nomes, o ?JB? publicou sábado entrevista com Noam Chomsky, nome de peso, embora de opiniões minoritárias. A Folha foi bem, assim, nos temas e na escolha de analistas sérios, mas está pecando nos pesos-pesados que têm influência política mais direta em relação aos rumos da situação;
2) outro ponto problemático, na Folha, tem sido, nesses dias, o destaque mínimo dado à figura de Saddam Hussein. Há a hipótese de o Iraque ter auxiliado de alguma forma os atentados. Ainda que isso não se confirme, não será surpresa, em caso de ataque ao Afeganistão, que Saddam entre no conflito, contra, obviamente, os EUA;
3) A edição de sábado traz que houve reunião entre Colin Powell e representantes de países árabes, inclusive da Autoridade Palestina. Não deixa claro, porém, qual foi o posicionamento, além do apoio genérico, da AP, essencial como referência para se analisar os próximos passos;
4) Acho que o jornal devia parar de chamar Bin Laden de milionário saudita. O fato de ele ser milionário não deve servir para classsificá-lo. O correto seria dizer, como já há em alguns textos, ?líder terrorista saudita?. É mais jornalístico;
5) Falta padronizar, também, o nome do líder supremo do Taleban. Ora se escreve Mahammad, ora Mohammed. Vale o mesmo para o sobrenome do prefeito de origem árabe de Chuí (RS). É Jomaa ou Yomaa?;
6) Por falar nisso, o jornal deve investigação/reportagem mais aprofundada sobre o que está acontecendo em termos de ação policial no Sul do país. É evidente que, a esta altura, a FBI está teleguiando a Polícia Federal brasileira na caça a eventuais suspeitos. A ação policial na fronteira e em relação à comunidade árabe, na região, merece mais cobertura da Folha, nesses dias;
7) Do ponto de vista legal, que obrigação teria o Afeganistão de ?entregar? Bin Laden, se não há provas, até agora, de seu envolvimento no atentado? O jornal precisa responder a essa pergunta;
8) Outra pergunta: por que só nas edições de hoje saem fotos das reuniões de Bush com assessores (pág. Especial 2) no dia do atentado? O que diz a France Presse, que tem o crédito das imagens? Quantas e quais fotos haverá, ainda, ?escondidas??
9) Por falar em imagens, a Folha tem falado mas não tem mostrado o quanto se espalha o uso de bandeiras norte-americanas entre a população e edifícios;
10) Detalhe: na Revista da Folha (domingo), o texto ?A tragédia revivida? (pág. 16) informa que Mauro Jacintho, sobrevivente do incêndio do Joelma, tem 48 anos e que, naquela ocasião (1974), tinha 18. A conta não fecha. Ou ele tinha 21 na época ou tem 45 agora;
11) Por falar em números: a arte das págs. Especial A6 e A7 de sábado informa que os EUA possuem cerca de 35 mil militares baseados no Japão. Já texto da pág. Especial 2 de domingo fala em 48 mil. Qual é o certo?;
12) Legenda da foto dos atores na pág. Especial 6 (domingo) informa que eles estavam encenando ?God Bless America?, como se este fosse o nome da peça. Na verdade, como informava texto da edição de sábado (Especial 10), a peça, sucesso absoluto, se chama ?The Producers?, e na foto os atores estavam, ao final dela, contando o ?God Bless…?, aquele hino informal dos EUA;
13) Detalhe: o texto de Gerald Thomas (Especial 6, domingo) traz como Felippe o prenome do equilibrista que fez no ar o trajeto entre as duas torres gêmeas, e situa seu renome nos anos 80. Paul Auster (Especial 16) diz que seu nome é Philippe e que o feito aconteceu em 1974;
14) Por falar em Paul Auster, é pena que o ?saiba mais? a respeito do escritor não mencione que seu livro ?Leviatã? tem como protagonista justamente um homem que se notabilizou por fazer explodir, nos EUA, réplicas da Estátua da Liberdade;
15) A retranca ?Empresas aéreas reduzem número de vôos e ameaçam com demissão? (segunda, Especial 9) não traz qualquer remissão para o material sobre o assunto hoje no caderno Turismo. Sobre este último, aliás, não entendo por que esse material não está na capa de Turismo 1;
16) A pág. Especial 4 de domingo traz sobrelinha segundo a qual os EUA estudam ?abolir direitos de estrangeiros?. O lide vai na mesma direção. Atenção: o que está colocado até o momento, conforme o próprio texto mostra mais abaixo, é que essa abolição seria com relação a estrangeiros suspeitos de terrorismo. São coisas diferentes. É preciso cautela, para não exagerar.
utros assuntos (fim de semana)
1) Intencionalmente ou não, a Folha (domingo) fez claramente campanha para José Dirceu nas eleições internas do PT. Só ele mereceu pingue-pongue e foto que não fosse um 3 x 4. Os demais candidatos não precisavam receber o mesmo espaço, claro, mas jornalisticamente foi errado resumir suas vozes a
uma arte ou a uma frase solta aqui e ali. A parcialidade se repete hoje (segunda), quando só Dirceu é ouvido na reportagem;
2) Por falar em parcialidade, só o ?Estado? traz hoje a informação de que a Justiça estadual negou a quebra de sigilo fiscal dos familiares de Maluf;
3) Faltou um perfil de Renan Calheiros, provável próximo presidente do Senado (segunda, pág. A5). Foi aliado de Collor etc.;
4) Está com detalhes ricos a reportagem de hoje sobre o acidente com o Fokker da TAM que causou a morte de uma passageira (capa de Cotidiano). Senti falta, apenas, de uma foto/imagem da área atingida do avião;
5) Faltou mapa da região no material sobre a guerrilha do Araguaia (domingo, pág. A8);
6) Por falar em mapa, faltou também na reportagem de hoje sobre São José da Tapera (pág. A7), que deverá receber FHC;
7) A seção ?Dúvidas? da Folhainvest (pág. B6) traz resposta feita pelo ?iG Finance? a uma dúvida de um leitor sobre aplicações. Até aí, OK. O que causa estranheza é que essa resposta conclua fazendo propaganda do próprio ?iG…?: ?No iG Finance, por exemplo, são mais de 70 fundos de investimentos de 16 instituições?. Ora, o que é isso?;
8) A reportagem ?Plano de saúde sofre fraude de R$ 13 mi? (pág. A6, segunda) traz sub-retranca na qual os jornalistas se fazem passar por terceiros, com nomes reais, para obter informações da seguradora Sul América. O procedimento contraria uma recomendação do ?Manual? (pág. 28), segundo a qual ?o jornalista não deve utilizar recursos que iludam as pessoas com o intuito de obter informações…?. Não foi isso que se fez neste caso?
9) Chamo a atenção para o caderno especial do ?Diário Popular? que hoje mostra as reformas a que o jornal se submeterá a partir do dia 23."