REVISTAS
A Condé Nast anunciou que está fechando Mademoiselle, revista de moda para mulheres jovens que completou 66 anos. A edição de novembro será a última; seu 1,1 milhão de assinantes receberão a revista Glamour, outra publicação da editora, a partir de janeiro de 2002. Segundo a Associated Press (1/10/01), Mademoiselle perdeu 18% de anúncios neste ano, enquanto Jane, para o público jovem, teve aumento de 12%.
Alex Kuczynski [The New York Times, 2/10/01] conta que, além da queda de anunciantes, a revista sofreu com a falta de foco editorial. Há dois anos, tentando remodelar a publicação, a Condé Nast contratou Mandi Norwood, então editora da Cosmopolitan britânica. Mandi tentou casar o apelo tradicional de Mademoiselle com um conteúdo de vanguarda. O resultado, observa Kuczynski, foi uma combinação desajeitada de humor desbocado, com explícitas referências sexuais, e de artigos conservadores que ensinam às leitoras "os sete passos para se transformar nas mulheres com que os homens desejam casar".
Para Keith J. Kelly [New York Post, 2/10/01], ainda há muitas outras revistas que podem fechar nesse período de recessão econômica. Segundo analistas, correm maior perigo as publicações do mundo pontocom e as de viagem. "Acho que veremos muitos subprodutos desaparecerem, como ELLEgirl. Revistas de viagem, se estão em situação financeira instável, terão dificuldade de sobreviver", alerta Martin Walker, da Walker Communications.
LEGISLAÇÃO
O presidente da Federal Trade Comission (FTC), Timothy J. Muris, deve anunciar que a agência não pedirá o endurecimento das leis de privacidade do consumidor. Segundo Ian Hopper [Associated Press, 3/10/01], esta posição é um retrocesso em relação à política da era Clinton, que dizia serem necessárias leis de privacidade para proteger dados pessoais na internet.
A decisão tem ainda mais efeito após os atos terroristas do dia 11/9. Desde então, muitas companhias têm fornecido às agências governamentais dados de seus consumidores para ajudar na procura dos responsáveis pelos ataques. Muris deve aumentar a equipe que trabalha com questões de privacidade em 50%, para que a comissão policie mais sítios de internet e processe infratores. A FTC também deve criar uma lista de empresas que incomodam consumidores com excesso de e-mails comerciais indesejados (spam).
Os grupos que defendem novas leis de privacidade ficaram consternados com o recuo da comissão. No ano passado, o FTC exigiu do Congresso leis que garantissem que os usuários escolham o uso de seus dados pessoais. "É deplorável que Muris recue, em vez de tomar uma atitude mais progressista para proteger os consumidores", disse Sarah Andrews, do Centro de Informação Privada Eletrônica.