TELETIPO
A jornalista francesa Céline Galipeau, correspondente da CBC, procurou não ferir a sensibilidade muçulmana quando passou a transmitir da cidade paquistanesa de Quetta usando um véu na cabeça. Em sua terra natal, no entanto, foi acusada por telespectadores de ceder ao Talibã e à repressão às mulheres. "Alguns foram sarcásticos", disse Jean Pelletier, diretor da Radio Canada, serviço de língua francesa da CBC. "Fomos censurados por ceder à chantagem." Céline, chocada com as reclamações, justificou no ar sua atitude: "Se eu não usasse véu não poderia trabalhar. Considero isto uma parte do meu trabalho, da mesma forma que um homem que entra na sinagoga usa o kipá para entrevistar um rabino. O que vale é conseguir a história." As informações são de Ingrid Peritz [The Globe and Mail, 22/10/01].
Os helicópteros das emissoras de TV continuam proibidos de levantar vôo em muitas cidades americanas depois dos atentados, dificultando matérias e boletins de trânsito. "O público não está bem-atendido", reclama o diretor do Canal 7, Dan Forman. "Falta a perspectiva das tomadas aéreas. Agora não podemos dizer às pessoas aonde ir." Steve Doerr, da NBC, conta que todas as aeronaves privadas já foram liberadas, inclusive aviões pulverizadores. "Por razões inexplicáveis, helicópteros de mídia não podem voar nos 30 principais mercados. Estamos fazendo lobby o mais agressivamente que podemos em Washington para suspender a proibição." As informações são de Michael Starr [New York Post, 25/10/01].
Ao contrário de outros integrantes da Federal Communications Commission (FCC), seu presidente, Michael Powell, acredita que é a indústria televisiva americana quem deve regular as cenas de violência que exibe, em vez do governo. De acordo com a Reuters (19/10/01), Michael, filho do secretário de Estado, Colin Powell, informou que seria difícil para o governo decidir que tipo de violência precisa ser restrito. "É imponderável. Somos uma sociedade justificadamente violenta. Estamos lutando contra o Afeganistão neste momento", lembrou. "A violência televisiva, quando tratada artisticamente, é necessária para contar uma história", disse Michael. "Mas quando há violência gratuita e injustificável, prefiro ver a comunidade assumir a responsabilidade no lugar do governo."