Wednesday, 25 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Carla Meneghini

BIG BROTHER

"Globo faz um mutirão para promover o ?Big Brother?", copyright Folha de S. Paulo, 27/01/02

"Chegou a hora do contra-ataque. A Rede Globo promove a estréia do ?reality show? ?Big Brother Brasil? na próxima terça-feira, depois de ?O Clone?, e resolveu apostar alto na campanha de marketing. Com o objetivo de popularizar o programa, haverá um verdadeiro ?mutirão? envolvendo as diversas empresas do grupo Globo.

O plano de mídia enviado às agências de publicidade, para venda de quatro cotas no valor de R$ 4,8 milhões cada, inclui cobertura jornalística de ?Big Brother? em todo o Sistema Globo de Rádio, no ?Fantástico?, no ?Jornal Nacional?, no ?Vídeo Show? e nos jornais ?Extra? e ?Diário de São Paulo?.

Apresentado pelo jornalista Pedro Bial, o programa, que manterá 12 participantes confinados em uma casa por até cem dias, será transmitido em edições diárias pela Rede Globo e pelo canal pago Multishow, e 24 horas por dia pelo site globo.com e no ?pay-per-view? da Net/Sky.

A cada terça-feira, um participante será eliminado pelos telespectadores por telefone, por meio do sistema 0800.

Diferenças A comparação com ?Casa dos Artistas?, exibido pelo SBT com grande êxito de audiência no final do ano passado, é inevitável, com a ressalva de que, em ?Big Brother?, os participantes são desconhecidos.

O objetivo, entretanto, é o mesmo: fazer com que os concorrentes entrem em conflito, se envolvam sentimentalmente, enfim, criem empatia com o público.

O diretor geral do projeto, Luís Gleiser, acha que os ingredientes estão garantidos: ?É o próprio ?casting?, e a eterna natureza humana, que garantem os conflitos. ?Big Brother? é uma panela de pressão onde o confinamento e a falta de privacidade asseguram os conflitos pela simples pressão psicológica de estar lá?.

Os participantes terão hora para acordar, tarefas domésticas a cumprir diariamente e serão submetidos a competições. Objetos de lazer, tais como aparelho de som, livros e equipamento de musculação só poderão ser usados como premiação.

No total, haverá 38 câmeras e 60 microfones espalhados por todos os cômodos.

De acordo com o diretor, só haverá eliminação pela produção ?caso alguém coloque em risco o ambiente ou um dos participantes?.

Se algum dos participantes decidir sair do jogo, não poderá retornar -como aconteceu com Alexandre Frota em ?Casa dos Artistas?-, e, até um determinado momento, poderá ser substituído.

?A maior diferença é que o nosso é o original. O ?Big Brother? é um produto criado na Holanda, pela Endemol, e aprimorado na realização nos 21 países que adquiriram seus direitos. ?Casa? se utilizou apenas de uma parte do programa?, diz o diretor da atração, J.B. Oliveira, o Boninho, que dirigiu a primeira e a terceira edições do ?No Limite?.

Outra diferença está no prêmio, que é maior: R$ 500 mil. Bárbara Paz, a vencedora de ?Casa dos Artistas?, levou R$ 300 mil pela vitória, fora um carro e o cachê inicial, que não passou de R$ 60 mil.

Segundo Boninho, a produção do programa não vai provocar conflitos entre os participantes para aumentar a audiência. ?O que vai acontecer dentro do ?Big Brother Brasil? será uma surpresa para todos, participantes e equipe. Não podemos estimular reações, eles terão que encontrar seus próprios caminhos.?"

 

"?Big Brother? pede exame toxicológico", copyright Folha de S. Paulo, 26/01/02

"Duas conversas preliminares, oito testes e entrevistas e uma bateria de exames médicos, entre eles o de HIV e um toxicológico. Cada finalista de ?Big Brother Brasil? teve de passar por tudo isso antes de ser convocado para a atração, que estréia nesta terça.

O gargalo para entrar no programa começou com 500 mil inscritos, a maioria pela internet, e terminou com uma checagem minuciosa de detalhes da personalidade dos selecionados finais. Uma vez pré-aprovados pelos produtores locais, que faziam uma entrevista e um breve teste de câmera, os candidatos viajavam ao Rio, para a seleção final.

No Rio, oito etapas ajudaram a definir os 12 eleitos. Pela ordem: uma conversa com um psiquiatra, uma entrevista com uma banca com cerca de dez representantes da Globo, um questionário com quase 600 perguntas, uma sessão com uma psicóloga, um teste psicomotor, uma análise de desenhos produzidos pelo candidato, questões de raciocínio lógico e outra prova com desenhos.

Depois disso, cada finalista teve de passar por uma bateria de exames clínicos e laboratoriais. Cada um cedeu material para exames de fezes, de urina e de sangue, este último com o objetivo declarado, em contrato, de detectar uma possível infecção pelo vírus HIV.

Também foi colhida uma amostra de sangue para um exame toxicológico, que poderia detectar um eventual uso de drogas. Por fim, raios X do pulmão, teste ergométrico e, no caso das mulheres, exame ginecológico.

Vigiados por um produtor, os candidatos, apesar de estarem sempre em um grupo formado por finalistas de seu Estado, não podiam conversar entre si. ?Isso evitou que alguém saísse em vantagem, aproximando-se de outro possível concorrente?, justificaram representantes da emissora.

Durante as entrevistas, tanto os profissionais contratados pela Globo como os candidatos usaram o programa ?Casa dos Artistas?, do SBT, como exemplo para discutir detalhes da atração."