Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O que a imprensa não faz

A imprensa brasileira ignorou quase completamente o encontro Sustentável 2008, realizado na semana passada pelo Conselho Empresarial Brasileiro pelo Desenvolvimento Sustentável em Vitória (ES). O evento fez parte de uma série de iniciativas que envolvem algumas das maiores empresas que atuam no país, e que discutem modelos possíveis de desenvolvimento capazes de conciliar a necessidade de lucros da iniciativa privada com a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população.


A novidade desse tipo de acontecimento é a presença de empresários e executivos em debates sobre políticas públicas que objetivem induzir o desenvolvimento do país de forma sustentável.


Segundo pesquisa apresentada em uma das sessões pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância, realizada em parceria com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, a imprensa ainda demonstra baixíssimo interesse sobre o tema.


Vetor de mudança


Em geral, a imprensa brasileira, repetindo atitude da mídia internacional, passou a se interessar mais pela questão ambiental depois da divulgação do relatório da ONU sobre mudanças climáticas, em fevereiro de 2007.


Mas o noticiário continua ignorando a inclusão do tema das carências sociais como parte vinculada às transformações que se impõem ao ambiente de negócios e ao Estado.


É sabido que a imprensa não costuma colocar em debate a validade do sistema econômico, mas deve causar estranheza nos leitores mais atentos o fato de a mídia seguir na retaguarda de assunto tão relevante, quando muitas empresas de variados setores se expõem ao escrutínio dos especialistas.


Se a imprensa desse repercussão ao que se apresenta em eventos como o Sustentável 2008, muito provavelmente a opinião pública também poderia ser mobilizada para acelerar as mudanças necessárias na economia, nos negócios e na política.