M?DIA & SEQ?ESTROS
Luiz Egypto
No in?cio de mar?o, a deputada pefelista Laura Carneiro (RJ) conseguiu
aprovar um substitutivo pol?mico na Comiss?o Mista de Seguran?a
P?blica do Congresso, na qual ? relatora do grupo respons?vel por
delitos de seq?estro, crimes contra a vida e o patrim?nio. O artigo
20 do substitutivo proibia a imprensa de divulgar casos de seq?estro,
exceto quando expressamente autorizada pela fam?lia da v?tima, por
escrito, ?de forma a que permita a comprova??o de sua autenticidade?.
O texto ainda acenava com multa de 50 mil reais di?rios ao ve?culo
que infringisse a norma.
A deputada informou, em entrevistas a jornais e emissoras de r?dio,
que a sugest?o de inclus?o do artigo partiu da Divis?o Anti-Seq?estro
da Pol?cia Civil do Rio. Estranho pressuposto este, o de imaginar
que se deve acatar integralmente pareceres da pol?cia em quest?es
que dizem respeito ? responsabilidade social da imprensa.
A iniciativa da deputada encontrou resist?ncias em todos os lados.
Criticaram o texto a presidente da Fenaj, o coordenador do Disque-Den?ncia
(do Rio) e o presidente nacional da OAB; dedicaram-lhe editoriais
e artigos contr?rios os jornais O Globo, Folha de S.Paulo
e Jornal do Brasil. A ?nica voz a defender a id?ia, al?m
da autora, foi a do presidente da Comiss?o, senador ?ris Rezende
(PMDB-GO), ex-ministro da Justi?a.
? reportagem do Globo (21/3), a deputada afirmou que iria
retirar o artigo 20 do seu relat?rio. ?Fui convencida de que esta
? mais uma forma de coagir a fam?lia, que j? sofre press?o dos telefonemas
dos seq?estradores?, disse ao jornal.
Uma mudan?a r?pida de opini?o. De todo modo, um caso de emenda
que melhorou o soneto.