TAIWAN
O Comitê de Proteção aos Jornalistas voltou a questionar o compromisso do presidente de Taiwan com a liberdade de imprensa no país. O grupo enviou carta a Chen-Shui-bian dizendo continuar preocupado com os procedimentos legais contra jornalistas envolvidos na publicação de artigos polêmicos no China Times e no tablóide Next Magazine. “Tememos que as ações recentes de seu governo tenham abalado as proteções legais de liberdade de expressão, garantida pela Constituição.”
O editor do China Times, Huang Chin-lung, foi acusado de pôr em risco a segurança nacional, e o repórter da Next, Hsieh Chung-liang, interrogado por promotores sobre matéria que revelava a existência de fundos secretos, mantidos pelo antigo governo, destinados a financiar missões diplomáticas. A Agência de Segurança Nacional, que teria mantido os fundos a pedido do ex-presidente, declarou que os jornalistas tinham “posse ilegal de informação confidencial”. O CPJ alega não ver justificativa para as acusações e a apreensão da última edição da Next, mas o ministro de Justiça, Chen Ding-nan, rebate dizendo que a liberdade de imprensa não pode ser usada como desculpa para atividades ilegais.
AMÉRICA LATINA
A atuação independente de jornalistas é indicador confiável da saúde de uma democracia. A afirmação abre o editorial do New York Times do dia 4/3/02, que comenta a situação da imprensa na América Latina: embora o regime democrático tenha se espalhado pela região, encontra dificuldades em se estabelecer graças à falta de liberdade dos meios de comunicação.
À democratização não se seguiu a reforma do sistema legal, que ainda superprotege autoridades, mas a interferência não se resume a processos de difamação: muitos profissionais de imprensa sofrem ameaças e agressões físicas, instigadas por partidários do governo, como é o caso do Haiti e da Venezuela. A Colômbia, transtornada por guerrilhas, é um país especialmente perigoso para jornalistas ? 29 foram mortos na última década, e a incompetência do governo de investigar tais casos levou muitos a se exilar.
Segundo o NYT, a Organização dos Estados Americanos identificou liberdade de imprensa insuficiente como uma epidemia regional. O editorial exorta o governo Bush a estimular esforços para proteger a liberdade de expressão nestes países, especialmente ao lidar com aqueles ? como a Colômbia ? que anseiam por apoio americano. “Os governos precisam ser lembrados de que o mundo exterior os julga em parte pela maneira como tratam os críticos internos.”