Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Cartum leva a fechamento de publicação estatal

A Agência de Supervisão da Imprensa do Irã fechou, na terça-feira (23/5), um dos três maiores jornais do país. O motivo foi a publicação de uma caricatura que gerou protestos por parte de membros da minoria étnica azeri. O desenho, publicado na sexta-feira (19/5) pelo estatal Iran, mostrava uma barata falando a língua azeri e foi considerado pela Agência como ‘material desagregador e provocativo’.


O editor e o cartunista do diário foram detidos. ‘Os responsáveis – o cartunista e o editor-chefe – foram intimados e as acusações foram lidas para eles. Os dois foram levados à prisão de Evin’, afirmou Saeed Mortazavi, procurador-geral de Teerã.


Protestos


O fechamento é por tempo indeterminado. Esta é a primeira vez que um jornal é proibido de funcionar no país desde que o presidente Mahmoud Ahmadinejad assumiu o poder, no ano passado. O ministro da Cultura, Saffar Harrandi, pediu desculpas pelo desenho em um pronunciamento na televisão na segunda-feira (22/5). Ele prometeu punir o editor e o cartunista do jornal.


Para o legislador azeri Eshrat Shayegh, as desculpas vieram com atraso. Em protesto na segunda, manifestantes quebraram as janelas do escritório do governador na cidade de Tabriz e a polícia chegou a usar gás lacrimogêneo para conter a confusão. A minoria azeri constitui um quarto dos 70 milhões de habitantes do Irã. O judiciário conservador iraniano fechou mais de 200 jornais, a maior parte deles pró-reforma, desde 2000 até a entrada de Ahmadinejad na Presidência. O fechamento de terça-feira (23/5), entretanto, foi realizado pela Agência, e não pelos juízes. Informações de Ali Akbar Dareini [Associated Press, 23/5/06].