Monday, 18 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Gabriela Goulart

GABI NO SBT

"De frente com Gabi no SBT", copyright Jornal do Brasil, 5/05/02

"A partir de amanhã, Jô Soares terá concorrência no confortável posto de popstar dos talk shows da TV aberta. Depois do Jornal do SBT, entre 0h30 e 1h, volta ao ar na emissora de Silvio Santos o De frente com Gabi. Sob o comando da jornalista e apresentadora Marília Gabriela, o programa terá uma hora de duração, de segunda a sexta, com até três entrevistados por edição. Estrutura bem semelhante à do concorrente global, que, por sua vez, se parece com a dos talk shows americanos de David Letterman e Jay Leno.

A preocupação com a agilidade de De frente com Gabi está diretamente ligada ao horário, já que na Rede TV! Marília Gabriela entrava no ar por volta de 23h. ??Só vai ficar no ar uma hora quem tiver assunto palpitante. Senão, o telespectador desliga a TV e vai dormir. Por isso vamos flexibilizar o número de entrevistados??, explica Gabi. Para ela, um dos grandes atrativos do programa diário é justamente a possibilidade de diversificar os convidados. ??Televisão é hábito. Quando fazia o semanal, havia muitas limitações. Ficamos dois anos entrevistando ícones pops para conseguir média alta de audiência. No programa diário podemos levar os ícones pops e também outras pessoas que tenham assuntos interessantes??, diz a jornalista.

Mas e os figurões, aqueles que botam a cara na novela das 20h da Globo? Se já era difícil na Rede TV!, a jornalista acredita que vai ser quase impossível no SBT, concorrente direta da Globo. ??Na Rede TV! eles liberavam um grande nome por mês. Aqui, duvido. Mas não acho que haja crise de entrevistados, até porque não acho que os programas de entrevistas vivam destes grandes nomes??, avalia. E ela tem bagagem para analisar este quadro: começou no papel de entrevistadora em 1987, com o Cara a cara, na Bandeirantes, e ainda comanda bate-papos na TV fechada, no canal GNT, da Globo Cabo. Aliás, é lá que Gabi deixa para entrevistar os tais nomões globais vetados para outras emissoras.

Remaquiagem – ??Depois que a TV a cabo começou a medir seu ibope, passou a procurar audiência com ídolos populares. Na TV aberta, está acontecendo o contrário, com investimento em jornalismo sofisticado e mais elaborado. Minha contratação pelo SBT é um exemplo disso. É uma inversão de papéis??, ressalta Marília Gabriela, que, especula-se no mercado, voltou ao SBT ganhando R$ 100 mil mensais. A cifra tem justificativa. Além de atrair os telespectadores, o investimento no nome da jornalista reafirma a credibilidade da emissora junto a anunciantes de peso, interessados nos públicos das classes A e B.

O De frente com Gabi do SBT terá muito do Gabi , da Rede TV!. Tudo devidamente remaquiado, com cenário que valoriza o design. As vinhetas saem de cena, mas os quadros continuam. Estarão lá, entre outros, o Quiz (teste de conhecimento para o público e para o entrevistado), o Enquete (pergunta lançada para os internautas através do site) e o Lambe lambe (no novo programa, a foto tirada por Gabi com câmera digital terá acessórios como perucas, luvas de boxe e até faixa presidencial)."

 

"SBT entra na guerra dos ?talk shows? com Marília", copyright Folha de S. Paulo, 5/5/02

"A partir de amanhã, a guerra pela audiência entre a TV Globo e o SBT chega aos ?talk shows?. Marília Gabriela, 53, a maior entrevistadora do Brasil -como é classificada pelo canal pago GNT, da Globosat, onde ela também trabalha- , recém-saída da Rede TV!, estréia o ?De Frente com Gabi?, que será exibido de segunda a sexta no mesmo horário do ?Programa do Jô? (0h30). Marília diz estar entusiasmada com a volta ao SBT -ela trabalhou na emissora de 1995 a 2000- e não teme um provável aumento na cobrança por audiência. ?Não sou mulher de grandes números no ibope, o Silvio [Santos] sabe disso, mas tenho uma audiência fiel e qualificada que carrego comigo aonde vou; meu público tem, em sua maioria, alto poder aquisitivo e nível superior, um perfil de consumidor que atrai anunciantes?, diz. Para a apresentadora, a volta ao SBT significa a possibilidade de ampliar seu público e de contar com uma infra-estrutura maior. ?Por ser uma rede, terei à minha disposição mais facilidades e acesso a convidados que só aceitam aparecer em emissoras de grande porte.?

Brava com Silvio

Para quem jurava que ela nunca mais voltaria a trabalhar no SBT, Marília Gabriela parece realmente animada. ?Saí de lá bravíssima com o Silvio Santos. Na época, eu ia estrear um programa de entrevistas igual ao que vou fazer agora, mas o Silvio rompeu o acerto e mudou de idéia: me ofereceu um belíssimo salário para que eu apresentasse o telejornal, que não era nada do que eu queria?, conta ela. Dois anos depois da decepção, aceitar o convite para voltar ao SBT exigiu de Marília uma dose de flexibilidade que, segundo ela, só se adquire depois dos 50 anos. ?Tenho revisto minhas posições em relação a tudo, não tenho mais idade para ter medo dos meus desejos?, diz a apresentadora, que planeja lançar um disco no segundo semestre. ?Já acertei tudo com a gravadora, só falta o repertório, que será definido pela cantora Simone?, conta Marília, duramente criticada nos anos 80 por ter se lançado como cantora na época em que ancorava o ?TV Mulher?, da Globo. Marília foi novamente criticada no ano passado, quando se arriscou como atriz pela primeira vez, na peça ?Esperando Beckett?, dirigida por Gerald Thomas. ?As oportunidades vão aparecendo, se eu acho que vão me trazer prazer, faço?, diz a apresentadora, que planeja subir aos palcos novamente no segundo semestre. ?Será um espetáculo totalmente feito por mulheres e sobre mulheres?, conta Gabi. Ela promete unir no projeto a escritora Patrícia Mello, a cantora Adriana Calcanhotto e a cenógrafa Daniella Thomas, entre outras.

?Close? Segundo a apresentadora, ?De Frente com Gabi? terá o mesmo formato do extinto ?Gabi? que teve 449 edições exibidas pela Rede TV!: um ou dois entrevistados por noite, participação do público por e-mails e tom confessional. ?A regra continua valendo: se alguém mentir, assina em ?close??, afirma. Para ela, o segredo da boa entrevista é o bom entrevistado. ?Minha função é fazer com que ele brilhe, pareça uma pessoa interessante e, de preferência, inteligente?, diz. No SBT, ela terá de mesclar grandes nomes da intelectualidade -seus entrevistados preferidos- às figuras populares, que devem garantir índices de audiência considerados satisfatórios pela emissora, mas todos os convidados devem ter sua expressa aprovação. Gabi diz não adotar nenhuma técnica específica de entrevista, mas não abre mão de uma ampla pesquisa sobre o entrevistado. ?Não falo de livro que não li, de peça que não vi ou de filme a que não assisti?, afirma. E jura não ter receio de perguntar nada a ninguém. ?A verdade é um procedimento elegante. Quando é preciso, peço permissão, ou mesmo desculpas, por tocar em um assunto delicado, mas não deixo de perguntar nunca.? Para evitar as perguntas que ficam sem resposta, mal crônico das entrevistas televisivas, Marília Gabriela diz que o segredo é ignorar o público. ?Quando pergunto, realmente espero uma verdade, uma resposta que me satisfaça e me convença; honestamente, não penso no telespectador.?

Mulher Marília Gabriela é hoje uma das mais admiradas -e invejadas- mulheres do país: inteligente, bem-sucedida e casada com o galã de novelas da Globo Reynaldo Gianecchini, 29. ?Procuro manter essa admiração distante da minha consciência absoluta. Não acho que seria interessante nem produtivo pensar dessa forma. Pode ser efêmero: hoje me admiram, amanhã pode ser que nem lembrem de mim.?

Marília estreou na televisão no início dos anos 70, como repórter do jornal ?Hoje? e do ?Fantástico?, na Globo, e ganhou destaque na década de 80, quando tornou-se âncora do ?TV Mulher? -que contava com a participação de Marta Suplicy, Henfil e Clodovil, entre outros. ?O programa foi muito importante porque na época a mulher ainda era um bicho desconhecido, uma novidade para a sociedade?, conta.

A apresentadora ganhou maior notoriedade quando mediou os debates dos presidenciáveis em 1989, na Band. ?As pessoas ficavam impressionadas com aquela mulher que peitava todos aqueles homens poderosíssimos, mas a verdade é que eu sempre saía do estúdio muito mal, chorando e dizendo ?eu não ganho para isso, não tenho obrigação de aturar as agressões desses caras.? Valeu a pena.

"Concorrentes falam sobre a arte de perguntar na TV", copyright Folha de S. Paulo, 5/5/02

"?Tem coisa que não se pergunta a ninguém.? Por incrível que pareça, quem diz esta frase é o punk João Gordo, 38, que apresenta o ?Gordo a Go-Go?, da MTV. Apesar do costumeiro e assumido escracho, o apresentador diz ter ?uma certa ética? na hora de entrevistar. ?Evito falar de doença, essas coisas?, explica. Já o veterano Boris Casoy, 61, que apresenta o ?Passando a Limpo?, da Record, acredita que nenhuma pergunta é proibida. ?O que torna um assunto constrangedor é o jeito com que ele é colocado, não o tema em si?, diz. Para ele, o importante é que não seja abalada a ?cordialidade profissional? e que a entrevista não vire um interrogatório. Para não correr esse risco, Lorena Calábria, 37, que comanda o ?Bate-Papo Digital?, do Multishow, prefere manter à distância de suas entrevistas perguntas delicadas ou constrangedoras. ?No meu programa, nunca arrisquei perguntas polêmicas; sempre me coloco no lugar do entrevistado?, afirma Lorena, que se classifica como uma entrevistadora ?do bem?. Mas ser um entrevistador ?do bem? ou ?do mal? não é sempre questão de escolha. Há situações em que escapole aquela perguntinha constrangedora, que pode pôr em risco a cordialidade entre entrevistado e entrevistador. Foi o que aconteceu recentemente com Casoy, quando entrevistava o ex-senador Antônio Carlos Magalhães. ?Perguntei de forma direta se ele estava mentindo para mim?, conta o jornalista, que diz ter ficado arrependido de colocar a questão de forma tão ofensiva. Indagado sobre a pergunta mais constrangedora que lembra ter feito a um entrevistado, João Gordo conta aos risos: ?Perguntei à Hortência se quando ela posou para a Playboy foi recorde de retoques de computador da revista?. Entretanto, João rejeita o título de entrevistador mais cruel da TV brasileira, que acredita pertencer a Jô Soares, da TV Globo. ?Ele é muito mais cruel do que eu, não tem nem comparação. Ele tira tanto sarro com a cara de certos entrevistados que até irrita quem está assistindo; tem gente que ele convida só para poder sacanear à vontade.?

A arte de ouvir O punk João Gordo, o veterano Boris Casoy e a comportada Lorena Calábria -quem diria- têm alguma coisa em comum. Nenhum dos três usa roteiro para entrevistar, guiando-se unicamente por seus ouvidos atentos. Segundo Casoy, toda entrevista deve funcionar como uma conversa amistosa: imprevisível e desorganizada. ?Pode parecer caótico, mas é assim que a verdadeira informação aparece?, diz. Para não deixar perguntas sem respostas, Casoy diz que o melhor é ser enfático: ?Repito que a pergunta não foi respondida quantas vezes for necessário; o telespectador merece respeito?. Há alguns meses, Lorena deixou de lado o ponto eletrônico (pequeno fone de ouvido através do qual o diretor se comunica com quem está em cena) que usava para poder escutar melhor o entrevistado. ?Gosto de dar tempo ao convidado para pensar e completar seu raciocínio; os silêncios são importantes, podem dizer muito sobre a pessoa?, opina. Ela também prefere não seguir um roteiro pré-produzido. ?Não gosto de ficar presa; não adianta fazer a pergunta certa na hora errada?, diz. João Gordo não só abre mão do roteiro como recusa-se a pesquisar sobre seus convidados antes das entrevistas. ?O papo é ali na hora mesmo, não procuro saber nada sobre a vida desses caras, nem me interessa saber; não vou perder meu tempo lendo sobre um cara tipo Caetano Veloso, que foi outro dia lá no programa?, diz. E o Jô Soares? Este não quis saber de dar entrevista."

 

"De frente com Gabi", copyright O Estado de S. Paulo, 5/5/02

"Depois de passar alguns dias na Itália com o marido Reynaldo Gianechinni, Marília Gabriela acertava, na semana passada, os últimos detalhes de seu novo programa no SBT, o ?De Frente com Gabi?. Testou a iluminação do cenário e o espaço especial criado para o quadro lambe-lambe, onde convidados encontrarão vários adereços para a foto: luvas de boxe, óculos, gravatas, perucas, coração e até chapéu de Carmen Miranda. Aos 53 anos, Gabi define-se como ?uma mulher de muitas décadas começando uma outra num outro século, o que deve quere dizer alguma coisa?. Entre uma reunião e outra, concedeu a seguinte entrevista.

Estado – O que muda no seu novo programa?

Gabi – Não muda muita coisa, mas minha preocupação é o horário. Vou começar tarde e quero tomar cuidado com a manutenção desse público. Se for um assunto palpitante, vou ficar uma hora com o convidado no ar. Se o tema for árido, divido o tempo com outros convidados. Não quero que o público vá dormir logo porque o programa vai entrar mais tarde…

Estado – Você irá ao ar mais ou menos no mesmo horário do Jô Soares?

Gabi – Eu acho que sim (risos).

Estado – O que você acha disso? Dois entrevistadores no mesmo horário?

Gabi – É o normal. É o que acontece quando as televisões são de grande porte. Você acaba competindo produto por produto. Eu não tenho um horário fixo porque vou entrar depois do jornal e dependerá da programação: dia de filme começo mais tarde, mas acho que herdarei o público porque, em geral, a programação de cinema do SBT é ótima.

Estado – Você tem uma meta de audiência?

Gabi – Não tenho e nem me foi pedido. Da outra vez que passei por aqui o Silvio foi muito claro: disse que o programa só ficaria no ar se tivesse, no mínimo, 5 pontos de audiência. Fazia uma média de 10 pontos. Dessa vez não tenho essa exigência, mas é claro que quero manter uma média, que é o que traz o anunciante para a emissora.

Estado – Você vai popularizar mais seu programa?

Gabi – Quando tinha de manter a audiência, busquei ídolos populares, mas agora vou mesclar como sempre os temas: políticos, empresários e meus físicos nucleares, que eu adoro…

Estado – Nesse ano eleitoral, você vai privilegiar o debate político?

Gabi – Esse ano é obrigatório. Meu primeiro entrevistado nessa área será Aécio Neves (presidente da Câmara), que é do PSDB. A emissora me permite também entrar com link de outras praças. Nessa entrevista, vou colocar o senador Pedro Simon (PMDB-RS) de Brasília para debater com o PSDB.

Estado – Quem mais você vai levar para o programa?

Gabi – Vou ter os três goleiros convocados da seleção ( Rogério Ceni, do São Paulo, Marcos, do Palmeiras, e Dida, do Corinthians), além de Beto Brant (diretor do filme ?O Invasor?) e do ator Paulo Miklos. E chega. Só isso…

Estado – Como você se prepara para uma entrevista?

Gabi – Faço pesquisa sobre o assunto, mas sou uma pessoa que sofre do estresse da informação. Leio quatro jornais por dia (dois de São Paulo e dois do Rio) e três revistas semanais. Sou uma curiosa e me preparo. Faço a lição de casa…

Estado – Você falou que gosta de entrevistar sobre tudo, mas existe alguma área que é mais difícil para você?

Gabi – Economia. Fui péssima aluna de matemática e aquele tipo que sempre achou que toda professora da matéria era ruim, chata. É um assunto de difícil compreensão e peço muita explicação quando entrevisto economista e acho que fico parecida com o grande público. É um grande esforço. Hoje, quando não entendo alguma coisa, peço desculpas e assumo minha dificuldade.

Estado – Você entrevista, é atriz, cantora…Qual é seu maior desafio?

Gabi – Queria ter sido bailarina…é uma frustração. Fiz aula de balé já adulta e quando fazia um movimento certo era um prazer imenso…

Estado – Você vai dar continuidade às carreiras de atriz e de cantora?

Gabi – Vou gravar um disco de novo. Acabei de fazer cinema com a Ana Carolina, o Gregório de Matos, um filme cult todo falado em poesia. O fato é que quando você chega aos 50 anos, começa a se perguntar: Por que não? Então, o que aparecer e eu achar que tenho capacidade para fazer, vou fazer…

Estado – O corpo de baile do Municipal que se cuide, hein?

Gabi – O corpão de baile do municipal que se cuide, você quer dizer, né?

Estado – E qual foi sua melhor entrevista?

Gabi – Não dá para falar isso. Acho que já passei de 5 mil entrevistas…Só sei que adoro fazer isso e as entrevistas sempre me ensinam alguma coisa.

Estado – Quem você ainda não entrevistou e gostaria?

Gabi – Ai tem tanta gente: o Silvio Santos, por exemplo, e duvido que vá entrevistar. Não quero citar porque não é elegante, mas tem gente que tem receio de me dar entrevista. Não forço ninguém a nada, mas ainda existe isso.

Estado – Você se acha uma mulher bonita?

Gabi – Não, mas meus resultados sempre foram bons até hoje (risos). Sempre duelei com o próprio corpo: era grande quando ninguém era grande…(Tem 1,78m) Era aquela que a turma dizia que não morreria numa enchente porque tinha lancha nos pés…Mais alta e mais nova. Quando dizia ao meu analista que as pessoas reagiam mal a mim, o Gaiarsa dizia o seguinte: é claro, você parece a Catarina da Rússia e ainda olha todo mundo de cima (risos).

Estado – Você faz análise?

Gabi – Não. Tive alta. Acredita? Quando tenho problemas, como não posso voltar ao analista, recorro ao horóscopo…

Estado – Você é vaidosa?

Gabi – Minha primeira vaidade é com meu intelecto e detesto pessoas condescendentes comigo. Não sou consumista, detesto fazer compras, mas adoro cremes. Algumas vezes meus filhos já me flagraram conferindo meus potes e riem muito com isso.

Estado – Você faz ginástica?

Gabi – Faço ioga todos os dias com uma professora. Já fiz ginástica de balé, malhação e me arrebentei inteira: tenho lesão no joelho, tive problema no pescoço…Tenho feito ioga e não me machuca. Tinha uma idéia de ser uma coisa contemplativa, mas não é. Meu filho Teodoro faz comigo e Cristiano, que não mora comigo, também faz de vez em quando.

Estado – Você acorda cedo?

Gabi – Ás 8, mas tenho de dormir oito horas porque menos que isso me incomoda.

Estado – Você assiste a tevê? O que você vê?

Gabi – Sou viciada em Seinfeld, Frasier, tenho a coleção de I Love Lucy.

CSI, Friends, Everybody Loves Raymond…Gosto desse tipo de comédia americana porque fico fascinada com os roteiristas. Decepcionada?

Estado – Não. Você tem vários óculos, o que você tem na vista?

Gabi – Astigmatismo e hipermetropia. Uso de acordo com o humor, o entrevistado, o dia…olha que lindo esse…

Estado – Você diz que é tímida e reservada quanto a sua vida pessoal. Como convive com o fato de estar casada com um dos homens mais cobiçados do Brasil (Reinaldo Gianechinni)?

Gabi – É um saco. Sempre fui absolutamente fascinada pela beleza. Primeiro não vejo cérebro, não vejo nada: só a beleza. Depois, é outra conversa. Além da beleza, sempre fui fascinada pela juventude. Meu primeiro casamento, quando tinha 20 anos, meu marido era mais novo que eu. Digamos que é um paladar (risos). Conheci Giane na França e já estávamos casados quando ele estrelou a novela (Laços de Família) e daí tudo mudou…

Estado – Por exemplo?

Gabi – Tive de mudar os telefones da minha casa e ele começou a ser sistematicamente desrespeitado. Outro dia, no aeroporto, uma mulher mordeu a orelha dele…Ele saiu correndo. Aí começam a inventar romances e desrespeitá-lo. Amigas minhas que jantavam normalmente conosco começaram com brincadeiras idiotas como: ?você não quer que eu faça isso para ele?, etc.

Outro dia me aborreci com uma delas e disse que a achava muito caipira. Ele sempre foi um cara muito legal e bacana e antes as pessoas não trocavam mais do que meia duzia de palavras com ele. Agora ficam tendo ataques. Então, antes ele era o objeto sexual para quem não vale a pena dirigir a palavra e agora o objeto que passa pela televisão…É um pé no saco. Fui muito enfática?

Estado – Sua rotina mudou..

Gabi – Mudou, mas somos muito caseiros. Gostamos de ir ao teatro, ao cinema. Gostamos jogos de salão: Imagem e Ação, Perfil…Somos consumidores de DVD e muitas vezes viajamos de carro pelos Estados Unidos e a próxima é para a Itália e Praga. Eu já fui a muitas festas. Ele é por opção. Ele é velhinho, mais velhinho que eu."