ZIMBÁBUE
A única TV privada do Zimbábue, Joy TV, recebeu a notícia de que deve cessar operações em 31 de maio: o presidente Robert Mugabe, pelo visto, amplia a perseguição à mídia independente. A emissora opera numa freqüência alugada da estatal Zimbabwe Broadcasting Corporation (ZBC), e há rumores de que a agência governamental de notícias (Ziana) pretende lançar um canal 24 horas na mesma freqüência; isto seria uma maneira de responder às criticas de agências internacionais e canais como BBC, CNN e Reuters.
Conta Eugene Soros [World Press Review, 15/5/02] que a Joy foi impedida de transmitir matérias da BBC sobre as eleições no país e que o ministro da Informação, Jonathan Moyo, ameaçou banir repórteres da rede britânica diversas vezes; em 18 de março, ele declarou: "Este pessoal da BBC é tão ruim quanto os terroristas, e é por isso que não merecem estar aqui."
E foi durante as eleições presidenciais que a Joy TV conquistou o respeito do público, ao mostrar entrevistas com políticos da oposição, provocando a ira do governo. Após acusações (de veículos independentes, da oposição e de um observatório de mídia local) de que a ZBC exibe cobertura tendenciosa, a Commonwealth Broadcasting Association decidiu suspender a emissora ? afiliada desde 1980 ? por um ano. Segundo o porta-voz da associação, "o noticiário e os programas da ZBC eram muito favoráveis ao governo, enquanto o pouco espaço dado à oposição era negativo".
MACEDÔNIA
Em carta ao presidente e ao premiê da Macedônia (29/5/02), Oliver Vujovic, secretário-geral da Organização de Mídia do Sudeste Europeu, afiliada da International Press Institute (IPI), demonstra preocupação com um incidente ocorrido em 15 de maio. Neste dia, o ministro do Interior, Ljube Boskovski, que participava dos exercícios da polícia especial, disparou um lançador automático de granadas e feriu dois policiais, um tradutor e uma jornalista, Daniela Veljanovska. Boskovski teria então culpado a polícia, por ter deixado que ele disparasse a arma, e os feridos por não terem tomado medidas de precaução.
Segundo Vujovic, autoridades policiais teriam declarado, depois do ocorrido, que vão "ensinar" editores a dirigir jornais e podem começar a escolher os repórteres que poderão acompanhá-los no futuro, numa ameaça de censura policial. A entidade pede aos governantes que o ministro Boskovski seja responsabilizado por suas ações e que façam o possível para evitar a intimidação de jornalistas na Macedônia, lembrando o papel fundamental que a profissão tem em qualquer sociedade democrática.