WATERGATE, 30 ANOS
Em comemoração dos 30 anos de um dos maiores escândalos políticos modernos, que levou o presidente Richard Nixon a renunciar, o Washington Post lançou a seção especial Watergate Revisited em sua página de internet. Conta Steve Fox, editor de Política do sítio [17/6/02], que a investigação do caso de sabotagem e espionagem política ? "todos os elementos de uma saga hollywoodiana" ? trouxe fama ao jornal e aos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, além de alterar "para sempre" o relacionamento entre autoridades, o público e a mídia.
Na seção estão a cronologia do caso, as biografias dos principais envolvidos ? incluindo as teorias sobre a identidade de Garganta Profunda ?, matérias da época, galeria de fotos, arquivos de áudio e um vídeo com Ben Bradlee, ex-editor executivo do Post, e Woodward, atual editor administrativo do jornal. A conferir no endereço http://www.washingtonpost.com/wp-srv/onpolitics/watergate/splash.html.
"John Dean, o ex-conselheiro de Nixon cujo testemunho foi crucial para encerrar a tentativa de acobertar Watergate, mudando a história, está decidido a revelar a identidade de seu ex-colega ? ?a única pessoa?, ele escreve, ?que entrará para a história me desbancando da lista definitiva de inimigos de Richard Nixon?." Assim a Salon [17/6/02] apresenta o livro eletrônico que promete desvendar quem é Garganta Profunda, a fonte misteriosa de Bob Woodward.
Em grande parte da obra, o autor sugere que Deep Throat é o advogado Jonathan Rose, então assessor de Nixon. Ron Harris [AP, 13/6] revela que assim que Rose negou e ameaçou processá-lo, Dean teve que fazer mudanças de última hora no livro e escreveu estar convencido de que o ex-colega, apesar das pistas, é o homem errado.
Dean ? que passou 127 dias preso por participação no escândalo ? nomeia quatro suspeitos: o político Pat Buchanan e três ex-assistentes de Nixon, Ray Price, Steve Bull e Ron Ziegler. Para ele, seria injusto apontar um dos candidatos porque ainda está "analisando as pistas", e planeja continuar o trabalho de detetive.
Mas depois de tantos anos, por que alguém ainda se importa, questiona Howard Kurtz [The Washington Post, 17/6]? Woodward arrisca: "As pessoas geralmente não acham que segredos podem ser mantidos. De um ponto de vista histórico, é uma pergunta legítima.". Em entrevista à NBC em 1997, o repórter do Post disse que Garganta Profunda preferia ficar no anonimato porque não contara a verdade a colegas e parentes sobre seu papel no caso Watergate.