THE BOSTON GLOBE
The Boston Globe teve seu acesso barrado nas reuniões da Conferência Americana de Bispos Católicos, como punição à publicação de uma matéria que antecipava a política da Igreja dos EUA com relação aos casos de abuso sexual envolvendo padres.
"Sim, esta é a razão", confirma monsenhor Francis Maniscalco, porta-voz da Conferência. "Foi uma decisão do corpo executivo." O Globe, que já não é bem visto por grande parte dos líderes católicos por ter dado início à onda de escândalos sexuais com padres nos EUA, entrou em atrito com Maniscalco quando ele proibiu o diário de participar do encontro em que se apresentaria o projeto de conduta da Igreja Católica. O jornal reclamou e seu repórter de religião, Michael Paulson, obteve autorização somente para acompanhar a sessão por telefone. Maniscalco irritou-se quando o Globe publicou qual seria a decisão dos católicos, antes do encontro, utilizando-se de uma cópia conseguida com fonte não independente. Em represália vetou sua participação do evento em que a nova política seria oficialmente apresentada.
O editor Martin Baron lamenta a decisão: "A conferência dos bispos nos puniu unicamente porque fizemos nosso trabalho de jornalistas. Este tipo de comportamento é surpreendente e desapontador, e só podemos esperar que não continue".
Thomas Farragher [The Boston Globe, 14/6/02] informa que o encontro dos bispos, que está acontecendo em Boston, pode ser acompanhado livremente por circuito interno de TV em uma sala de imprensa, mas que somente 20 repórteres obtiveram credenciais para acompanhar ao vivo. Outras 20 permissões têm de ser usadas em esquema de revezamento por jornalistas de outros veículos.