‘Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Temos papa. A fumaça começou cinza, logo passou para branca, mas quem tirou as dúvidas foi o ancestral bimbalhar dos sinos da Basílica de São Pedro. Temos papa, mas o plural não se aplica à mídia. Pela primeira vez nesta era da informação, a mídia ficou de fora, impotente e passiva. Não influiu e teve que se limitar às especulações ao longo de longos onze dias.
Evidentemente aparecerão amanhã jornais e jornalistas vangloriando-se de terem previsto a escolha de Joseph Ratzinger. Vã glória. Se houve favoritos, nós não soubemos. A homilia que o cardeal eleito fez na missa de ontem, reproduzido nos jornais de hoje, não foi a manifestação de um postulante que busca simpatias, foi a manifestação de um vitorioso expondo as suas convicções. Ninguém soube fazer a leitura correta, todos erraram.
Futebol é uma caixinha de surpresas. Escolha de pontífices, também.’