Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Pobreza no esquecimento

INGLATERRA

A televisão inglesa diminuiu a cobertura de meio ambiente e países subdesenvolvidos para dar mais espaço a reality shows e outros programas de entretenimento. A conclusão é de pesquisa realizada de setembro de 2000 a setembro de 2001 por uma liga de instituições de caridade que monitora a cobertura da mídia sobre o tema. O gênero documentário internacional, segundo o relatório, estaria praticamente extinto.

No período analisado, somente quatro programas se concentraram na política de países subdesenvolvidos. Apesar de o conteúdo factual sobre essas regiões ter crescido 20%, o grau de enfoque social caiu drasticamente. De modo geral, o que foi gravado em áreas subdesenvolvidas não mostra a visão de mundo dos habitantes locais.

Do total da programação internacional “factual” ? em contraposição a filmes e novelas ?, mais de 10% já são do crescente ramo de reality shows. Programas de turismo aumentaram em um terço, enquanto as “hard news” sofreram redução sem precedentes. “Os formatos leves direcionados para o entretenimento agora dominam”, atesta o relatório. Em duas mil horas de programação de fevereiro de 2002 também analisadas, apenas 11 haviam sido gravadas em nações pobres. Mesmo os canais C4 e BBC2, que têm mais tradição em documentários internacionais sérios, migraram para as chamadas atrações “culturais”, em que foram cobertos principalmente temas como surfe, música popular e indústria do sexo. Segundo The Guardian [10/7/02], os pesquisadores recomendaram revisão das verbas públicas destinadas às emissoras BBC2 e ITV1.

 

LEITORES DE JORNAL

Após os atentados de 11 de setembro, aumentou o número de americanos que acessam sítios de jornais locais, segundo estudo da Score Media Metrix. Isso é uma boa notícia para os periódicos, que vinham perdendo leitores das versões impressas. As pessoas podem ter cancelado assinaturas, mas continuam interessadas nas notícias e sua visita virtual é importante para que o jornal consiga anunciantes.

A pesquisa analisou somente jornais regionais. Desta forma, no mercado de Nova York, por exemplo, foi medido o tráfego nas páginas de Daily News, New York Post e Newsday. The New York Times ficou de fora por se tratar de publicação de espectro nacional. O sítio do Daily News teve aumento de visitação de 23% entre dezembro de 2001 e maio de 2002. New York Post e Newsday alcançaram 12%. O total de usuários da rede em Nova York cresceu 3% no mesmo período. Em Chicago, o Sun-Times registrou alta de 38%, recebendo 261.764 visitantes em maio.

Marty Beard [Media Life Magazine, 10/7/02] reporta que resultados semelhantes
foram obtidos em seis dos dez maiores mercados dos Estados Unidos. Somente em
três praças ? Filadélfia, Boston e Dallas-Fort Worth ? o
número de leitores de jornal online não cresceu mais que o total
de internautas. A comScore chegou à conclusão de que o visitante
de sítios regionais consome muito mais na rede que usuários comuns
que acessam páginas genéricas de notícia e informação.
Quem passa pelo Bayarea.com ? da região de San Francisco -, por exemplo,
gasta 3,26 vezes mais dinheiro na internet que a média.