Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Desculpas garrafais

SUÍÇA

Em mensagem de página inteira, o editor do jornal suíço Sonntagsblick, Michael Ringier pediu desculpas ao embaixador Thomas Borer por publicar artigos acusando-o de trair a mulher e mentir. Na primeira página da mesma edição lia-se atravessado “desculpe”, em letras garrafais. O jornal contara que Borer, quando representava a Suíça na Alemanha, teve encontros com a esteticista e ex-modelo Djamile Rowe enquanto a mulher viajava. Foram publicadas fotos dela entrando na embaixada em Berlim junto e outras em que estava nua, feitas para uma revista alemã 10 anos antes.

O embaixador negou tudo, mas foi chamado de volta a Berna pelo governo. Recusando-se a voltar, pediu demissão do serviço diplomático. Ringier disse que foi informado de que Djamile havia recebido US$ 10 mil em sua conta e que os repórteres do Sonntagsblick compraram as fotos de nudez da revista Super Illu usando falsos pretextos.

A esteticista acabou admitindo que aceitou concordar com a história sob pressão e que recebeu dinheiro para isso. Após esta revelação, o editor-chefe e o correspondente de Berlim do Sonntagsblick pediram demissão. A retratação pública foi embaraçosa para o tablóide e a sociedade passou a debater se os jornais populares não têm demasiada influência no governo. O diplomata e o jornal fecharam acordo de indenização fora dos tribunais. Segundo The New York Times [15/7/02], o valor em dólares chegaria a seis algarismos.

 

TELEVISÃO

O apresentador de televisão americano Jerry Springer está sendo processado pelos filhos de uma convidada de seu programa assassinada pelo ex-marido após ser humilhada no ar. Segundo a ação na Justiça, Nancy Campbell-Panitz foi à TV achando que Springer iria ajudá-la a se reconciliar com Ralf Panitz. Durante a gravação de Mistérios secretos confrontados, ela descobriu que seu ex-marido havia se casado em segredo com outra mulher, também estava presente.

Apesar de terem se divorciado em 1999, Panitz e Nancy ainda viviam juntos. Ele dividia seu tempo entre as duas mulheres. Ela acabou retratada como a amante desprezada de um triângulo amoroso. Foi ridicularizada pela nova esposa e importunada pelo público. Dois meses depois, Panitz viu o programa num bar e, embriagado, matou Nancy.

De acordo com Josh Grossberg [E! Online, 11/7/02], a porta-voz de Springer nega qualquer responsabilidade da produção no assassinato pelo qual Panitz cumpre prisão perpétua. “Muitas coisas que nada têm a ver com a gravação aconteceram, deixando claro que o programa, Jerry Springer e os produtores não foram responsáveis de modo algum por essa tragédia, apesar de sermos alvo fácil e conveniente”.