THE WASHINGTON POST
"De vez em quando, há histórias por trás das reportagens do jornal. Elas não afetam muito os leitores, mas às vezes podem causar caras feias nas redações." O ombudsman do Washington Post, Michael Getler, expõe exemplos de casos assim em coluna de 14/7.
No dia 10, o jornal publicou na primeira página reportagem sobre importante estudo que revela que a reposição hormonal na menopausa para mulheres saudáveis traz mais prejuízo do que benefícios. De fato, é um assunto que afeta milhões de pessoas. Acontece que a notícia já havia sido capa do New York Times e do USA Today, no dia anterior. Esses dois diários, e talvez alguns outros, tiveram acesso à informação por meio de uma agência na noite do dia 8, antes da publicação no jornal da Associação Médica Americana (Jama). Assim, quando o Post tocou no assunto pela primeira vez, outros jornais já traziam reportagens sobre as reações à notícia.
Dividindo a capa do Post com o artigo de reposição hormonal, havia uma história fascinante sobre um vôo secreto de extradição de 131 paquistaneses feito pelos EUA em 26 de junho. O tom do texto era de furo jornalístico. No entanto, o Washington Times já noticiara a operação no dia 1?, com base em comunicado da embaixada do Paquistão na capital americana ? ou seja, não se tratava de algo sigiloso. Um editor do Post admitiu o equívoco e disse que, se a equipe soubesse do artigo do rival, teria informado aos leitores.