INTERNET
Cansados de ver anúncios ocupando a tela do computador, muitos internautas instalaram programas que bloqueiam as famigeradas janelas pop-up. Mais de 12,7 milhões de pessoas já baixaram os softwares gratuitos Pop-Up Stopper e Ad Aware. Calcula-se que 5% das pessoas conectadas à internet usem tais recursos. Com pequenas variações, os utilitários suprimem o código que abre novas janelas das páginas que o usuário visita. Algumas companhias, como Failsafe e Panicware, estão trabalhando em técnicas mais sofisticadas.
Cientes das limitações dos bloqueadores, os anunciantes virtuais elaboraram diversos meios de contorná-los. Em geral, as técnicas desenvolvidas para impedir que o internauta ignore um anúncio driblam os programas contra pop-up. Como reporta Stephanie Miles [The Wall Street Journal, 22/7/02], são cada vez mais comuns as propagandas que se movimentam sobre a janela visitada e depois fecham automaticamente. Esses anúncios são mais chamativos do que os banners estáticos e, como não abrem nova janela, não são detectados pelos softwares. Outra modalidade são as chamadas "unidades introdutórias", comerciais executados por alguns segundos antes que seja aberta a página principal de um sítio. São um bom jeito de dar o recado sem incomodar muito o usuário. Empresas de software dizem que estão criando programas que inibem a abertura de anúncios em Flash.
O Guard-IE, que funciona integrado ao Internet Explorer, pode, teoricamente, bloquear qualquer tipo de publicidade. Seria o fim da guerra contra os anunciantes. Estes, no entanto, garantem que não têm por objetivo serem mais espertos que os bloqueadores. Enquanto a internet for sustentada por patrocinadores, alegam, terá de existir algum formato de propaganda que os usuários aceitem.
Decisão do Tribunal Superior de Munique, na Alemanha, em processo do jornal Mainpost contra o buscador NewsClub, definiu que, pela lei da União Européia, são proibidos os mecanismos de busca que indicam links diretos para notícias.
O jornal alega que foi infringida a "Diretriz de Bancos de Dados", regulamentação que vale para toda a UE e garante ao criador de um banco de dados o direito de "selecionar e organizar" as informações, mesmo que não seja o detentor dos direitos de cada uma delas. A diretriz, que existe desde 1996, também proíbe a "extração desonesta" de material de um banco de dados, fazendo menção específica a download e estabelecimento de links como sendo irregulares. Lei como essa tem de ser adotada por todos países-membro, embora cada um defina com vai ser implementada. Os links diretos são alvos de disputas jurídicas há algum tempo na Europa, mas este é o primeiro caso em que se utiliza a regra internacional para o julgamento. Assim, se for mantida a decisão de Munique, estará criada jurisprudência que limitará drasticamente a quantidade de informação que os buscadores europeus poderão disponibilizar para os usuários.
O Mainpost pede 250 mil euros (cerca de R$ 800 mil) de indenização pelos links que o NewsClub fez ao seu sítio. O caso ainda têm de passar por outras audiências, mas nem o réu está muito esperançoso de que a decisão mude. Caso a condenação se confirme, o NewsClub pretende recorrer à Corte Federal alemã, informa a Wired News [25/7/02].
Ordem temporária da Justiça americana decidiu que os sítios de internet com mensagens antiaborto de Bill Purdy, de Minneapolis, sejam tirados do ar e que seus domínios ? entre eles mycoca-cola.com, mypepsi.org, pepsisays.com, mymcdonalds.com e my-washingtonpost.com ? sejam passados ao controle das empresas cujas marcas foram utilizadas. O juiz considerou que os endereços registrados "são feitos para confundir o público" com relação a quem provê o conteúdo dos sítios e quem os patrocina.
Purdy argumentou no tribunal que a Primeira Emenda (artigo constitucional que garante liberdade de expressão) o protege. Ele prometeu recorrer da decisão, que classificou como "vitória", pois poderia registrar mais domínios com marcas famosas e usá-los para protestar contra o aborto, desde que explicitasse seu propósito. Segundo o St. Paul Pioneer Press [23/7/02], Purdy é contrário à posição editorial do Washington Post com relação a interrupções de gravidez e condena as contribuições da Coca-Cola a programa de planejamento familiar.
Outro processo envolvendo cybersquatters ? nome dado a pessoas que registram domínio com nomes famosos para tirar proveito ? foi julgado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual das Nações Unidas. O americano Ari Rose registrou, em 1997, o domínio haaretz.com, supostamente para sua empresa Haaretz Internet. Agora, foi determinado que o registro fosse devolvido ao diário israelense Ha’aretz, segundo informa o próprio jornal [23/7/02]. Inconformado com a derrota, Rose criou o www.haaretzsucks.com (algo como www.haaretzencheosaco.com), em que critica o veículo de Israel.