Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Fundação Knight cria Centro para Jornalismo nas Américas

LIBERDADE DE IMPRENSA

Foi lançado na última quinta-feira, dia 8, na Universidade do
Texas, em Austin (EUA), o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.
A iniciativa da Fundação John S. and James L. Knight tem o objetivo
de incrementar o treinamento de profissionais do jornalismo e defender a liberdade
de imprensa na América Latina. "O mundo precisa de uma imprensa
livre sempre, e não só nos períodos de prosperidade econômica",
afirmou Yves Colon, diretor do programa de jornalismo da Fundação
Knight, durante uma reunião da associação de professores
de jornalismo e comunicação de massa, em Miami Beach, na semana
passada. "Na verdade, é nos períodos conturbados que precisamos
ainda mais de liberdade de imprensa e de jornalismo de alta qualidade",
completou.

O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas servirá de catalisador
para novos programas de treinamento e será assessorado por um comitê
formado por importantes organizações com sede nos Estados Unidos
e ativas no jornalismo na América Latina, entre elas a Sociedade Interamericana
de Imprensa (SIP) e o International Center for Journalists (ICFJ).

A Fundação Knight comunicou que um montante de US$ 3,58 milhões
será investido ao longo de quatro anos no novo centro de jornalismo.
Hodding Carter III, presidente e CEO da Fundação Knight, disse
que a equipe da fundação e seus curadores consideram a iniciativa
"uma excelente oportunidade para apoiar e expandir as boas práticas
do jornalismo em toda a região".

O brasileiro Rosental Alves, da cátedra de jornalismo internacional
da Knight, será o diretor do centro. Alves trabalhou como repórter
no México, como editor no Brasil e ficará responsável pela
organização de workshops para mais de 500 jornalistas, implementação
atividades de ensino a distância na Internet em três idiomas e pela
realização de um fórum de treinamento anual. "A América
Latina está realmente pedindo uma melhoria do jornalismo e querendo torná-lo
mais profissional", afirmou Alves. "É aí que vamos atuar",
completa.

Além de Rosental Alves, outros professores da Knight participarão
dos projetos de treinamento, entre eles Jim Detjen, diretor da cátedra
de jornalismo ambiental da Universidade Estadual de Michigan, e Mindy McAdams,
diretora da cátedra de novos meios da Universidade da Flórida.
"Essa iniciativa reúne os recursos exclusivos de diretores de cátedra
de jornalismo da Knight e a grande rede que vem sendo formada há décadas
por organizações como a Fundação Knight e a Fundação
McCormick Tribune", disse Eric Newton, diretor de Iniciativas de jornalismo
para a Fundação Knight.

Outros novos projetos da iniciativa da Knight para a América Latina
incluem um centro de troca de informações na internet para treinamento
de jornalistas, treinamento itinerante para editores, repórteres, pessoal
de radiodifusão e fotojornalistas.

Em um recente relatório da Fundação Knight, a analista
de mídia Ellen Hume observou que nos últimos 20 anos a América
Latina emergiu como um dos poucos locais no mundo onde a maioria dos países
pode afirmar ter uma imprensa livre. Mas Hume apontou também necessidades
significativas em termos de jornalismo profissional, especialmente em países
com novas leis de liberdade de informação, como é o caso
do México. "Nessa região, a democracia ainda está
sendo construída", explica Alves, para completar: "a imprensa
tem sido a vanguarda desse movimento. O treinamento profissional é necessário
para se garantir que o papel da imprensa seja bem compreendido."

A Fundação John S. e James L. Knight promove a excelência
no jornalismo em todo o mundo e investe na vitalidade de 26 comunidades nos
Estados Unidos. Desde sua primeira doação para a área de
jornalismo, feita à SIP em 1954, a fundação já forneceu
US$ 180 milhões para apoiar a liberdade de imprensa e a excelência
jornalística em todas as suas formas. A Fundação também
já patrocina programas de bolsas na América Latina através
do ICFJ, da Universidade de Stanford e do World Press Institute.