INGLATERRA
Mohamed al Fayed, dono da famosa loja de departamentos londrina Harrods, vai processar o Sunday Telegraph, apesar de o jornal ter publicado desmentido de reportagem em que o milionário é acusado de estar envolvido em tráfico internacional de urânio. "Queremos deixar claro que a impressão que demos de que o senhor Fayed ou a Harrods estão envolvidos em qualquer atividade criminosa ou imprópria é inteiramente falsa e extremamente danosa a ele e seus interesses de negócios", dizia o comunicado. Na matéria, o Telegraph repetia informações do jornal francês le Journal du Dimanche de que o pai de Dodi, namorado que morreu junto com a princesa Diana, teria relação com um carregamento de urânio da Rússia para o Afeganistão. Ao lado da história, foi publicada uma montagem com foto de Fayed superposta a imagem de barris do material radioativo.
"O pedido de desculpa foi impresso sem nossa aprovação ou consentimento e, certamente, nenhum pagamento foi recebido ou acertado com o Telegraph", disse porta-voz do ofendido. "Assim, os procedimentos continuam e entendemos que o Telegraph terá de apresentar sua defesa".
Fayed, pouco depois da publicação do artigo o descreveu como um "escandaloso, vergonhoso, fraudulento e grosseiro ataque". Ele o enquadra numa campanha do serviço de segurança britânico para difamá-lo, por meio desse jornal especificamente, depois que acusou a agência de envolvimento na morte de seu filho. Não é a primeira suspeita que o dono da Harrods levanta sobre o governo, segundo The Guardian [2/9/02]. Por anos, ele teria denunciado uma conspiração para que não recebesse passaporte britânico.