Saturday, 30 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Outra voz calada na China

TELETIPO

O jornalista Chen Shaowen foi preso na província sulista de Hunan, na China, por publicar, em sítios do exterior, artigos sobre problemas sociais e legais do país. Jornal estatal disse que ele foi preso por suspeita de subversão. Teria escrito mais de 40 textos para "sítios reacionários estrangeiros", ganhando mais de US$ 1.460 com isso. "Ele fabricou, distorceu e exagerou fatos relevantes, difamando e atacando o Partido Comunista e o sistema socialista", reportou o jornal. Como informa a Reuters [25/9/02], congresso decisivo do PC, a ser realizado em novembro, tem feito com que o governo pressione muito os sítios chineses, que adotaram regime de auto-censura.

Rebeldes da Lords Resistance Army (LRA) destruíram rádio católica a oito quilômetros da cidade de Lira, no norte de Uganda. A Radio Wa foi atacada pouco antes do amanhecer por um grupo de 20 homens que entraram no edifício a golpes de machado, explodindo granadas em seu interior. A administração da estação havia pedido proteção das autoridades, mas 11 das 12 tropas que guardavam a área teriam fugido com a aproximação da LRA. A presença de rebeldes nas vilas do distrito de Lira fez com que pelo menos 20 mil pessoas fugissem para a cidade em busca de abrigo. Há seis meses, o governo do país africano lançou ofensiva contra os guerrilheiros, certo de que iria vencê-los. Contudo, sua agilidade permitiu que fugissem do Exército, informa a BBC News [27/9/02]. Em 16 anos de luta, a LRA abduziu milhares de jovens para usá-los como soldados.

A Associação Interamericana de Imprensa, sediada em Miami, e o Instituto Internacional de Imprensa, sediado em Viena, acusam o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de estimular a violência contra jornalistas. Diversos jornais foram atacados com bombas e granadas, supostamente por simpatizantes do presidente. Após reunião com representantes das duas instituições, o vice-presidente José Vicente Rangel disse que "não há país no mundo com mais liberdade de imprensa que a Venezuela". Segundo ele, nenhum repórter foi preso ou censurado. A retórica agressiva do presidente contra a imprensa se justificaria pela parcialidade com que ela atua. A inclinação política da mídia do país vizinho teria se evidenciado na má cobertura que fez dos protestos populares exigindo a volta de Chávez, quando derrubado por golpe, em abril. Rangel aceitou que uma comissão "internacional e interdisciplinar" monitorasse a liberdade de imprensa na Venezuela, chegando a sugerir que a Human Rights Watch, de Nova York, participasse. As informações são da AP [26/9/02].