GLOBO À VENDA
“Globo acerta a venda de oito emissoras no Paraná”, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 4/10/02
“A Globo acertou a venda de suas oito emissoras no Paraná para os sócios locais da Rede Paranaense de Comunicação, a RPC, encabeçados pelos empresários Edmundo Lemanski e Francisco Cunha Pereira Filho, da família Cunha Pereira. Com a compra das ações, os sócios elevaram sua participação de 50% para 90% – a família Marinho permanece com 10%, para garantir que as TVs continuarão afiliadas à Rede Globo.
O negócio, estimado em R$ 160 milhões, faz parte da estratégia da Globo de se desfazer de ativos para levantar recursos. O plano é levantar US$ 135 milhões com a venda de 27 de suas 113 afiliadas, por intermédio do Unibanco. O capital servirá para sanear as operações da Globopar, holding que abraça todos os negócios dos Marinho.
Recentemente, foram vendidas três TVs para o jornalista e empresário J. Hawilla, da agência de marketing esportivo Traffic. Uma outra emissora, de São José dos Campos, está sendo conversada com José Bonifácio Sobrinho, o Boni, ex-vice-presidente e atual consultor da Globo, que já possui uma emissora em Taubaté.
Além de uma emissora em Curitiba, a Rede Paranaense possui TVs em Maringá, Londrina, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Paranavaí, Cascavel e Guarapuava, cobrindo ao todo 36 municípios. A RPC também possui dois jornais, a Gazeta do Povo e o Jornal de Londrina, uma rádio em Curitiba e o portal Tudo Paraná. A empresa tem 1.600 funcionários.”
BENEDITO RUY BARBOSA
“A última do Benedito”, copyright Veja, 9/10/02
“?Estou com 72 anos. Já não tenho mais lombo para carregar tanta carga.? Foi nesse tom de desabafo que Benedito Ruy Barbosa resolveu dizer a VEJA que Esperança, o folhetim que ele escreve atualmente para o horário das 8 da Rede Globo, será sua última novela. Não é a primeira vez que Benedito promete se despedir de suas atividades de autor global. Mas poucas vezes o fez com tantos sinais de amargura como agora. Há algum tempo, Esperança vem sendo vítima de todo tipo de problema. Num episódio já famoso, o extraordinário Reynaldo Gianecchini e Ana Paula Arosio se acidentaram durante a gravação de uma cena – ele quebrou alguns dentes de seu sorriso de modelo, enquanto ela torceu o pé. Fora do estúdio, o ator português Nuno Lopes machucou a perna esquerda ao ser atingido por uma prancha de windsurfe. Há um mês, equipe e elenco fizeram luto pelo ator Luís de Lima, de 77 anos, que interpretava o pai de Lopes. Na semana passada, Otávio Augusto, o espanhol Manolo, sofreu um infarto, e não poderá retomar o trabalho antes de pelo menos quinze dias. Por causa desses imprevistos, a novela tem enfrentado atrasos sucessivos na entrega e na gravação dos capítulos, o que prejudica seu andamento e, por conseqüência, sua audiência – que já havia baixado em razão do horário eleitoral gratuito. À época da estréia, em junho, Esperança tinha uma reserva de 38 capítulos escritos. Há algumas semanas, chegou a ser produzida quase que ao vivo. ?Muitos artistas ficavam horas esperando para que os capítulos fossem entregues. Alguns deles se irritavam e davam chiliques?, diz um produtor.
Como é comum nesses casos, a maioria das críticas pela bagunça no cronograma tem recaído sobre Benedito. A Globo, inclusive, achou melhor tirar o autor de seu sítio, no interior paulista, e hospedá-lo num hotel no Rio de Janeiro. Acreditava-se que, com sua proximidade da direção da emissora, o problema seria sanado. Foi – em parte. Na semana passada, a novela contava seis capítulos de frente. Seu autor, por outro lado, estava com o moral baixíssimo. ?Passei o último mês sozinho e saí pouquíssimas vezes do quarto. Agora não agüento mais a solidão. Vou voltar para casa?, declarou. Benedito nega que seja o principal responsável pelos descaminhos de Esperança. Segundo ele, os capítulos têm sido esticados em vários minutos todos os dias – de forma a combater os efeitos negativos do horário eleitoral -, o que devorou suas reservas de episódios escritos. Os acidentes também o obrigaram a remodelar os rumos da trama em diversas ocasiões, e o problema parece não ter fim. Há duas semanas, por exemplo, a própria direção da emissora pediu que ele ?desse um jeito? na personagem de Ana Paula Arosio. A Globo tinha um acordo com a italiana Retequattro (que está lançando a novela por lá como Terra Nostra 2), para que a estrela fizesse uma viagem promocional. A exigência teria partido do próprio primeiro-ministro italiano – e dono da Quattro -, Silvio Berlusconi. O resultado, na tela, foi uma montanha de flashbacks. ?Eu não tenho dança do ventre para segurar um capítulo por meia hora?, diz Benedito, alfinetando sua antecessora no horário, Glória Perez.”
VALE TODO
“Novela da Globo nos EUA perde 50 capítulos”, copyright Folha de S. Paulo, 3/10/02
“Primeira tentativa da Globo de produção exclusiva para o mercado internacional, ?Vale Todo? vai acabar antes do previsto. Inicialmente projetada para ter até 150 capítulos, a versão em espanhol de ?Vale Tudo?, exibida pela rede hispânica Telemundo, dos EUA, vai terminar por volta do centésimo episódio, em novembro.
A novela, gravada no Rio com elenco latino, não foi o sucesso esperado. Seu público até agosto era quase o mesmo de produções apresentadas anteriormente no horário (21h), não-originais.
A produção sofreu rejeição do público hispânico. A história de uma filha que prejudica a própria mãe não foi aceita. Após mudanças na trama, em setembro, a audiência subiu até 50% em cidades como Nova York e Los Angeles.
Segundo Yves Dumont, responsável pela adaptação do texto, a novela só teria 150 capítulos se fosse um grande sucesso. Havia, afirma, a possibilidade de ter cem episódios, que é o padrão latino.
?A novela vai terminar redonda, não terá seu final apressado?, diz Dumont. ?Não havia como não pagar o preço do pioneirismo?, completa, sobre a rejeição inicial.
Oficialmente, a parceria da Globo com a Telemundo não foi abalada. As duas redes têm projeto de produzir dez novelas em cinco anos. O projeto está sendo reestudado. Uma das possibilidades é a Globo produzir em espanhol novelas originais (e não mais remakes), de autores brasileiros.”