Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Libertado fotógrafo da AP em Gaza

O fotógrafo espanhol Emilio Morenatti, 37 anos, foi libertado na noite de terça-feira (24/10), após passar 15 horas em poder de seqüestradores. Ele foi levado ao escritório do presidente palestino Mahmoud Abbas por membros do Fatah. O primeiro-ministro Ismail Haniyeh afirmou em declaração que a identidade dos criminosos é conhecida e eles seriam capturados – mas não divulgou maiores detalhes. Morenatti, que trabalha para a agência de notícias Associated Press, parecia esgotado, mas disse estar bem. ‘Estou cansado, mas feliz de ter voltado. Foram momentos de angústia’, afirmou.


O fotógrafo contou que seus captores o mantiveram em um cômodo pequeno e escuro por cerca de quatro horas, quando recebeu a visita de um homem mascarado. Depois disso, ele foi vestido com roupas femininas e, com um saco na cabeça, foi levado de carro a outro local. Morenatti afirmou também que ficou vendado a maior parte do tempo e que os seqüestradores falavam em árabe, língua que ele não fala. No segundo cativeiro onde foi mantido, ele disse ter ouvido sons de uma família. ‘Eu não sabia, em momento algum, o que eles estavam fazendo’, disse. ‘Eles me transportavam, mas ninguém me explicava nada. Foi tudo muito confuso’.


Morenatti foi levado quando ia de seu apartamento na Cidade de Gaza em direção a um carro da AP, onde seu motorista e tradutor, Majed Hamdan, o esperava. Hamdan afirmou que quatro homens armados pegaram seu celular e as chaves do carro, ameaçando-o. Eles então empurraram o fotógrafo para dentro de um carro branco.


Alívio e medo


O presidente da AP, Tom Curley, afirmou que a agência ficou ‘aliviada’ com a soltura do fotógrafo. ‘A segurança de nossos jornalistas é sempre nossa principal preocupação. Nós agradecemos a ajuda oferecida por tantas pessoas na libertação, em especial a autoridades palestinas e espanholas’, disse, lembrando que ‘é crucial que jornalistas como Emilio possam reportar livremente em áreas de conflito’.


Nos últimos dois anos, militantes seqüestraram, por diversas vezes, estrangeiros em troca da libertação de parentes em prisões palestinas, empregos governamentais ou outras regalias pessoais. Na maioria dos casos, os seqüestros eram breves e os reféns eram entregues sem grandes danos. Recentemente, entretanto, as táticas parecem ter mudado. Dois jornalistas da Fox News capturados em agosto foram mantidos reféns por duas semanas, e sofreram ataques físicos e psicológicos no cativeiro. Informações de Karin Laub [AP, 24/10/06].