Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Corte de gastos

DOW JONES

Dow Jones & Company, grupo que engloba The Wall Street Journal, Barron?s, Dow Jones Newswires, WSJ.com e outros empreendimentos de internet, uma unidade de jornais comunitários e Factiva ? joint venture com a Reuters ? vai demitir mais funcionários além dos mais de 1.000 que foram mandados embora nos últimos anos. No começo de 2002, a consolidação das operações da companhia na Ásia e Europa levou a dezenas de demissões. No meio do ano, o comando do Departamento de Publicidade foi mudado, mas nada disso surtiu efeito e a corporação americana segue sem dar lucro.

Por ter muitos patrocinadores das áreas financeira e tecnológica ? que não vão nada bem ? a Dow Jones teve queda desproporcional no faturamento com publicidade e tem poucas perspectivas de recuperação no futuro próximo. Executivos que não quiseram se identificar disseram ao New York Times [10/10/02] que ainda não foram definidas as áreas que sofrerão corte. "Em um negócio com mão-de-obra intensiva, este é o único modo de reduzir custos", justificou um deles.

Tom Lauricella, sindicalista dos Trabalhadores de Comunicações da América deixou claro que as organizações trabalhistas não concordam que a demissão seja uma boa saída: "Infelizmente, a chefia da Dow Jones parece estar pronta a continuar com sua estratégia transparente e míope de tentar alcançar performance financeira no curto prazo livrando-se de seu melhor patrimônio".

MUNDO ÁRABE

A Associação de Jornalistas Árabes estuda a possibilidade de expulsar dois sócios que publicaram textos no sítio israelense Y-Net, baseada em regulamento que proíbe a "normalização com o inimigo, Israel". A entidade, sediada na capital egípcia, tem milhares de associados em diversos países, orientados a boicotar veículos de comunicação israelenses ? embora nem sempre isso seja seguido à risca.

O iemenita Munir al-Mawri escreveu texto apoiando um ataque americano a Saddam Hussein no artigo intitulado "Sim à libertação do Iraque". Ele questiona os benefícios da ditadura iraquiana para a população. "Saddam conseguiu transformar seu povo de um dos mais ricos do Terceiro Mundo em um dos mais pobres", escreveu, lembrando que algumas famílias atiraram suas crianças ao mar quando tiveram asilo político negado pela Austrália. "Qual é a razão desta campanha sem precedentes de defesa de Saddam no mundo árabe? ", questiona o jornalista.

Imran Salman, natural de Bahrein, defendeu, em artigo separado, que ataques suicidas prejudicaram a causa palestina e deram aos israelenses uma desculpa para a ofensiva militar na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Além do Y-Net, os dois jornalistas escrevem também para a página da emissora al-Jazira, segundo informações do jornal israelense Jerusalem Post [8/10/02].